Uncategorized

20 previsões para os próximos 20 anos

Entre elas, a de que a empatia será essencial e a de que os gestores terão como referências pessoas como a menina ativista paquistanesa Malala Yousafzai
A reportagem é de Robert Safian, editor da revista Fast Company.

Compartilhar:

Como nossa revista, a Fast Company, completou 20 anos, resolvi comemorar de outro jeito: em vez de fazer uma retrospectiva de tudo o que mudou nesse período, decidi exercitar o futurismo e levantar 20 previsões para os 20 anos que vêm. 

**1. A velocidade prevalecerá.** A velocidade começou a imperar nos negócios em 1995, com o surgimento do navegador Netscape. Hoje, iteração e redefinição constantes são exigidas de todos os setores. Resta saber quando os governos conseguirão entrar no ritmo. 

**2. Mark Zuckerberg liderará.** Aos 31 anos, o inventor do Facebook ainda é subestimado, mas, para a revista, ele já se tornou um líder sem precedentes – e continua focado em aprender. Essa característica, ao lado do fato de controlar uma rede de US$ 30 bilhões ainda em expansão, garante seu protagonismo na economia e na cultura nos próximos anos. 

**3. Malala construirá.** O que fazer depois de ganhar um Prêmio Nobel da Paz ainda adolescente? Malala Yousafzai está respondendo a essa pergunta não só chamando a atenção para as necessidades educacionais das meninas no mundo em desenvolvimento, mas também criando programas reais que terão impacto tangível. Ela representa uma parcela da população com talento incrível que começa a surgir de cantos obscuros do planeta e que vai redefinir nosso mundo. 

**4. Elon Musk** será inspiração. Não importa se ele é o Tony Stark da vida real ou se seus negócios realmente serão um sucesso. O que interessa são suas ideias e seu exemplo, uma força catalisadora para o progresso em um dos problemas mais perversos do momento: a mudança climática. 

**5.  A tecnologia melhorará a vida humana.** Pelas lentes da história – e não da ficção científica –, os avanços tecnológicos melhoram a vida das pessoas. Não estamos esquecendo as crueldades que já cometemos em nome do progresso e também não esperamos o fim de tragédias naturais, doenças ou terrorismo. No entanto, apesar das ameaças, a expectativa de vida só aumentou ao longo dos séculos. Esse avanço continuará.

**6.  Ferramentas digitais darão asas à oportunidade.** A desigualdade continua nos Estados Unidos e em todo o mundo e as barreiras digitais sempre serviram para aumentar as diferenças. Porém a penetração cada vez maior do celular tem o potencial de mudar essa dinâmica, dando acesso a ferramentas educacionais que vão transformar as oportunidades nos países em desenvolvimento. 

**7. A democracia será digital.** Apesar de todas as restrições, o processo de votação logo será digital, assim como as pesquisas de opinião já o são, e os candidatos terão de dominar as tecnologias. 

**8. A diversidade se aprofundará.** Homens brancos continuam a predominar no poder, mas, conforme a população se torna mais heterogênea, isso tende a mudar. Uma liderança mais diversificada também será mais bem-sucedida, já que os problemas estão cada vez mais complexos, porém abordagens e experiências diferentes permitem enfrentá-los melhor. 

**9. A missão superará o dinheiro.** Os economistas sempre enfatizaram o poder dos incentivos financeiros e das métricas.No entanto, estudos do mundo real mostraram que ter um propósito associado ao trabalho rende melhor desempenho. 

**10. O DNA será incontrolável.** A decodificação do genoma humano disparou uma onda de tratamentos e abordagens, mas o impacto dos dados genéticos ainda está na infância. 

**11.  A formação médica será reinventada.** A expansão dos conhecimentos em medicina vai muito além da capacidade dos médicos de reter toda a informação. Por isso, a formação médica baseada na experiência prática de plantões será substituída pela capacidade de interpretação de dados e por uma atenção melhor ao paciente. 

**12.  A empatia humana será essencial.** Ouvir e reagir com mais sensibilidade será uma exigência do futuro. Na verdade, o aprendizado pelas máquinas e a inteligência artificial se insinuam com mais profundidade na indústria e nos locais de trabalho, mas a comunicação humana jamais será superada. 

**13.  O empreendedorismo não será para todos.** Hoje, todo mundo está atrás daquela grande sacada, com os governos exaltando as startups e um número cada vez maior de jovens querendo ser seu próprio chefe. Porém empreendedorismo exige trabalho duro, assumir riscos e ter estômago de aço para enfrentar a frustração. Nem todos são talhados para isso. 

**14. As bolhas explodirão.** Existem bolhas, nem todas as startups bilionárias valem tanto e alguns investidores vão se dar mal. Falar em bolhas ou não bolhas, portanto, é perda de tempo, porque elas sempre existiram – e sempre estouraram. O que importa é permanecer adaptável. 

**15.  O simples se tornará mais difícil.** As tecnologias prometem tornar a vida melhor, mais barata e mais simples. A vida até pode ficar melhor e mais barata mesmo, mas será cada vez mais complicada. A publicidade é um exemplo: antes, havia anúncios para rádio, TV e mídia impressa; hoje, é possível chegar a nichos muito específicos por diversas mídias – complicou bastante. 

**16.  A segurança das redes será cara.** Estamos todos cada vez mais vulneráveis aos ataques cibernéticos, de hackers ou fruto de nossa própria incompetência. Os custos com segurança, portanto, vão aumentar – e muito. 

**17. China e Índia dominarão.** Especialistas há muito preveem que os dois gigantes adormecidos despertarão para desafiar a hegemonia de Estados Unidos e Europa. Nos últimos 20 anos, o avanço nesse sentido não foi em linha reta, mas é inegável – e deve se aprofundar. 

**18.  A comida será mais saudável.** O sucesso de empresas como Whole Foods indica que estaremos cada vez mais querendo saber o que ingerimos – e estaremos dispostos a pagar por isso. 

**19.  O dinheiro vivo desaparecerá.** Manter um dinheirinho de emergência na carteira sempre fez sentido, mas, com os meios de pagamento ubíquos, a necessidade de dinheiro vivo será cada vez menor. 

**20.  Seremos uma grande família no mundo.** Telefone, avião e TV já ajudam a tornar o mundo menor, e as novas tecnologias nos tornarão cada vez mais próximos. Teremos menos licença para ignorar os problemas de outras partes do mundo, o que gerará interesse em manter uma “paz em família”. Essa previsão é a que nos dá mais razão para esperança.

Tudo isso posto, o slogan adotado por nossa revista na fundação ainda vale: “Trabalho é pessoal, computação é social e conhecimento é poder”.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Data economy: Como a inteligência estratégica redefine a competitividade no século XXI

Na era digital, os dados emergem como o ativo mais estratégico, capaz de direcionar decisões, impulsionar inovações e assegurar vantagem competitiva. Transformar esse vasto volume de informações em valor concreto exige infraestrutura robusta, segurança aprimorada e governança ética, elementos essenciais para fortalecer a confiança e a sustentabilidade nos negócios.

China

O Legado do Progresso

A celebração dos 120 anos de Deng Xiaoping destaca como suas reformas revolucionaram a China, transformando-a em uma potência global e marcando uma era de crescimento econômico, inovação e avanços sociais sem precedentes.

Calendário

Não, o ano ainda não acabou!

Em meio à letargia de fim de ano, um chamado à consciência: os últimos dias de 2024 são uma oportunidade valiosa de ressignificar trajetórias e construir propósito.

Gestão de Pessoas
A liderança C-Level como pilar estratégico: a importância do desenvolvimento contínuo para o sucesso organizacional e a evolução da empresa.

Valéria Pimenta

4 min de leitura
Gestão de Pessoas
Um convite para refletir sobre como empresas e líderes podem se adaptar à nova mentalidade da Geração Z, que valoriza propósito, flexibilidade e experiências diversificadas em detrimento de planos de carreira tradicionais, e como isso impacta a cultura corporativa e a gestão do talento.

Valeria Oliveira

6 min de leitura
Empreendedorismo
Um guia para a liderança se antecipar às consequências não intencionais de suas decisões

Lilian Cruz e Andréa Dietrich

4 min de leitura
ESG
Entre nós e o futuro desejado, está a habilidade de tecer cada nó de um intricado tapete que une regeneração, adaptação e compromisso climático — uma jornada que vai de Baku a Belém, com a Amazônia como palco central de um novo sistema econômico sustentável.

Bruna Rezende

5 min de leitura
ESG
Crescimento de reclamações à ANS reflete crise na saúde suplementar, impulsionada por reajustes abusivos e falta de transparência nos planos de saúde. Empresas enfrentam desafios para equilibrar custos e atender colaboradores. Soluções como auditorias, BI e humanização do atendimento surgem como alternativas para melhorar a experiência dos beneficiários e promover sustentabilidade no setor.
4 min de leitura
Finanças
Brasil enfrenta aumento de fraudes telefônicas, levando Anatel a adotar medidas rigorosas para proteger consumidores e empresas, enquanto organizações investem em tecnologia para garantir segurança, transparência e uma comunicação mais eficiente e personalizada.

Fábio Toledo

4 min de leitura
Finanças
A recente vitória de Donald Trump nos EUA reaviva o debate sobre o protecionismo, colocando em risco o acesso do Brasil ao segundo maior destino de suas exportações. Porém, o país ainda não está preparado para enfrentar esse cenário. Sua grande vulnerabilidade está na dependência de um número restrito de mercados e produtos primários, com pouca diversificação e investimentos em inovação.

Rui Rocha

0 min de leitura
Finanças
O Revenue Operations (RevOps) está em franca expansão global, com estimativa de que 75% das empresas o adotarão até 2025. No Brasil, empresas líderes, como a 8D Hubify, já ultrapassaram as expectativas, mais que dobrando o faturamento e triplicando o lucro ao integrar marketing, vendas e sucesso do cliente. A Inteligência Artificial é peça-chave nessa transformação, automatizando interações para maior personalização e eficiência.

Fábio Duran

3 min de leitura
Empreendedorismo
Trazer os homens para a discussão, investir em ações mais intencionais e implementar a licença-paternidade estendida obrigatória são boas possibilidades.

Renata Baccarat

4 min de leitura
Uncategorized
Apesar de ser uma ferramenta essencial para o desenvolvimento de colaboradores, o Plano de Desenvolvimento Individual (PDI) vem sendo negligenciado por empresas no Brasil. Pesquisa da Mereo mostra que apenas 60% das companhias avaliadas possuem PDIs cadastrados, com queda no engajamento de 2022 para 2023.

Ivan Cruz

4 min de leitura