Lifelong learning

Novos modelos de aprendizagem nas organizações

Quais tendências estão sendo vistas e bem recebidas nos novos formatos de aprendizagem nas organizações?
Vanessa Pacheco Amaral é sócia-diretora na Ekantika Learning Lab. Executiva com mais de 20 anos de experiência em gestão estratégica e transformação de negócios voltados a pessoas. Atuou em empresas multinacionais e nacionais nos setores de hotelaria, serviços, farmacêutico, varejo e indústria. Especializada em projetos de transformação digital e organizacional, com foco na criação de estruturas ágeis e people centricity. Possui certificações em Green Belt, MBTI, PCI - Gestão da mudança.

Compartilhar:

Promover novos formatos de aprendizagem nas organizações é uma demanda crescente para fazer frente à velocidade das mudanças de mercado e das competências exigidas. Treinamentos tradicionais e universidades corporativas já não são mais efetivos para o desenvolvimento dos colaboradores.

Em projetos para grandes empresas, temos identificado algumas tendências, como:

Planos de desenvolvimento a partir do interesse individual de cada colaborador;

A abertura de profissionais para atuar em áreas distintas da empresa; ambientes de aprendizado colaborativo;

O crescimento de métodos práticos de conhecimento;

O papel da liderança como exemplo e sistemas ampliados de capacitação, como treinamentos cruzados.

Neste artigo, vamos discorrer sobre esses novos modelos de aprendizagem nas organizações e contribuir com algumas recomendações para os gestores de pessoas diante desse novo contexto.

# Desenvolvimento a partir do interesse individual

É cada vez mais importante mapear o interesse individual de cada colaborador em relação aos valores da organização. Colaboradores engajados estão mais propensos a aprender e aplicar novas habilidades. Atualmente, é possível criar planos de desenvolvimento individualizados, que levem em consideração os objetivos de carreira de cada um.

Nesse sentido, tenha em mente que:

• O aprendizado é uma responsabilidade compartilhada entre a organização e o colaborador;

• O aprendizado deve ser relevante não apenas para os projetos e entregas dos colaboradores, mas também para seu desenvolvimento pessoal e profissional;

• O aprendizado deve ser flexível e adaptado às necessidades individuais.

# Abertura para atuar em áreas distintas

Para o upskilling (qualificação) e reskilling (requalificação), os colaboradores devem ter a oportunidade de atuar em projetos e áreas distintas. Isso não apenas expande seus horizontes, mas também os incentiva a adquirir novas habilidades.

Programas de job rotation ou projetos multidisciplinares facilitam essa abertura.

Isso deve ser rotina na vida dos gestores, além de pauta essencial para o RH, que deve criar modelos que fomentem a aprendizagem integrada e por projetos.

Nossas recomendações:

• Sair de modelos transversais de aprendizagem e promover aprendizagem por projetos e grupos de trabalho, com resultados imediatos;

• Promover o desenvolvimento de habilidades estratégicas, como tomada de decisão e visão sistêmica, integradas às habilidades técnicas.

# Aprendizagem colaborativa

Ambientes de aprendizado colaborativo, que incluam tutoriais e recursos acessíveis, incentivam a interação entre os colaboradores. Isso pode ser alcançado por meio de plataformas que facilitam o compartilhamento de conhecimento e com tutoriais internos.

A aprendizagem colaborativa é uma cultura que deve ser adquirida. Compartilhar experiências e resultados (com erros e acertos) é essencial para a criação de uma cultura de aprendizagem integrada aos valores da organização.

Nossas recomendações:

• Difundir o que foi aprendido com os resultados dos projetos e entregas realizadas. Essa cultura deve ser amplamente disseminada pelos gestores e alicerçada por programas de RH;

• Ações simples podem fazer a diferença, como divulgar em murais as lições de cada projeto.

# Menos sistemas e mais prática

As plataformas de gestão de aprendizado (Learning Management System – LMS) podem ser usadas como complemento e reforço da aprendizagem, mas as organizações devem, cada vez mais, promover o conhecimento prático. As ferramentas online devem ser direcionadas para cursos teóricos, que aprofundem as habilidades e conhecimentos necessários para projetos específicos.

Nossas recomendações:

• Utilizar o LMS para aprendizagens personalizadas, mas jamais como a única fonte de desenvolvimento do colaborador;

• O RH deve estimular colaboradores e lideranças a expandirem seus planos de desenvolvimento individual (PDI) com projetos práticos e como complemento à aprendizagem teórica.

# Aprendizagem pelo exemplo
A liderança desempenha um papel vital na promoção da aprendizagem, dentro e fora das organizações. Por isso, deve disseminar seu conhecimento, por meio de trocas diárias com suas equipes.

Líderes devem ser capacitados a incentivar o desenvolvimento contínuo de suas equipes e criar oportunidades de aprendizado, por meio de mentorias, coaching ou suporte para treinamentos externos. Em outras palavras, o líder deve ser um grande “Google” para sua equipe.

Nossa recomendação:

O RH deve fomentar o papel do líder como tutor da aprendizagem de suas equipes, com apoio de programas de mentorias e grupos de aprendizagem.

# Aprendizagem ampliada é o caminho da colaboração

Ampliar a perspectiva de aprendizado, incluindo o cross training (treinamentos cruzados) e a troca de práticas com outras organizações, pode ser altamente benéfico. Parcerias e colaborações externas podem proporcionar insights e oportunidades de aprendizado.

Explorar os benchmarks (referências) de mercado amplia a perspectiva de aprendizagem. E buscar parceiros de aprendizagem compartilhada, com experiências de outros segmentos e organizações, estimula ainda mais o pensamento criativo e sistêmico dos colaboradores e da liderança.

Nossas recomendações:

• Oferecer bolsas de estudo para cursos e treinamentos externos;

• Benchmarks podem ser um começo, mas aprendizagem ampliada é mais do que isso

• Incentivar a participação em eventos e conferências;

Organizações que vêm aplicando esses novos modelos de aprendizagem têm gerado resultados positivos junto às suas equipes.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Há um fio entre Ada Lovelace e o CESAR

Fora do tempo e do espaço, talvez fosse improvável imaginar qualquer linha que me ligasse a Ada Lovelace. Mais improvável ainda seria incluir, nesse mesmo

Tecnologia e inovação, Empreendedorismo
6 min de leitura
Inovação
Cinco etapas, passo a passo, ajudam você a conseguir o capital para levar seu sonho adiante

Eline Casasola

4 min de leitura
Transformação Digital, Inteligência artificial e gestão
Foco no resultado na era da IA: agilidade como alavanca para a estratégia do negócio acelerada pelo uso da inteligência artificial.
12 min de leitura
Negociação
Em tempos de transformação acelerada, onde cenários mudam mais rápido do que as estratégias conseguem acompanhar, a negociação se tornou muito mais do que uma habilidade tática. Negociar, hoje, é um ato de consciência.

Angelina Bejgrowicz

6 min de leitura
Inclusão
Imagine estar ao lado de fora de uma casa com dezenas de portas, mas todas trancadas. Você tem as chaves certas — seu talento, sua formação, sua vontade de crescer — mas do outro lado, ninguém gira a maçaneta. É assim que muitas pessoas com deficiência se sentem ao tentar acessar o mercado de trabalho.

Carolina Ignarra

4 min de leitura
Saúde Mental
Desenvolver lideranças e ter ferramentas de suporte são dois dos melhores para caminhos para as empresas lidarem com o desafio que, agora, é também uma obrigação legal

Natalia Ubilla

4 min min de leitura
Carreira, Cultura organizacional, Gestão de pessoas
Cris Sabbag, COO da Talento Sênior, e Marcos Inocêncio, então vice-presidente da epharma, discutem o modelo de contratação “talent as a service”, que permite às empresas aproveitar as habilidades de gestores experientes

Coluna Talento Sênior

4 min de leitura
Uncategorized, Inteligência Artificial

Coluna GEP

5 min de leitura
Cobertura de evento
Cobertura HSM Management do “evento de eventos” mostra como o tempo de conexão pode ser mais bem investido para alavancar o aprendizado

Redação HSM Management

2 min de leitura