Gestão de Pessoas
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Mulheres na liderança: desafios para a equidade de gênero em posições de alta gestão

Apesar do crescimento contínuo na presença de mulheres em cargos de liderança, a equidade de gênero ainda está distante. A valorização da liderança feminina é essencial para a construção de uma cultura organizacional sólida e ética.

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A pesquisa [Women in Business](https://www.grantthornton.com.br/globalassets/1.-member-firms/brazil/women-in-business/women-in-business-2024—grant-thornton.pdf) aponta que, em 2024, a porcentagem global de mulheres ocupando cargos de liderança é de 33,5%. Ao ler mais sobre a análise do estudo, notei que este número apresentou crescimento contínuo desde 2020. Porém, o progresso ainda é lento. Caso as empresas permaneçam com este mesmo ritmo, em 2050 ainda não teremos equidade entre homens e mulheres em posições de alta gestão.

O que tenho sentido e experienciado é que a percepção que a sociedade tem sobre as mulheres também se reflete no ambiente corporativo. Em alguns momentos, durante a minha carreira, precisei contar com o apoio de colegas homens para transmitir as mensagens que necessitava porque meus interlocutores só tinham ouvidos para vozes masculinas. Pode ser risível, mas isso passa.

O mesmo estudo que citei faz referência, por exemplo, a [uma entrevista em que algumas executivas mencionam](https://www.telegraph.co.uk/business/2024/01/23/women-quitting-being-fired-top-jobs-more-than-men/) que já receberam críticas dizendo que deviam se comportar mais como um homem.

O principal desafio que também enfrentei foi precisar abrir mão do feminino para poder ser vista e ouvida. Infelizmente, ainda que de forma inconsciente, o ambiente corporativo se cega para a possibilidade de enxergar mulheres competentes, formadas e qualificadas como aptas para poder deliberar sobre os temas relacionados à liderança.

Como consequência, as organizações também deixam de reconhecer os benefícios que as representações femininas trazem aos negócios. Mulheres em posição de liderança agregam olhar afetivo, visão abrangente e de longo prazo. Sem dúvida alguma, o olhar natural da mulher para a criação de algo perene e sólido se reflete também na perspectiva de construção e planejamentos a longo prazo, pautados em bases sólidas, firmes e não imediatistas, o que impacta também para que uma cultura organizacional de solidez e valores éticos seja formada de forma mais eficaz.

Outro estudo interessante também ilustra este fato. De acordo com a DDI, empresa de liderança global, companhias no top 10% em desempenho financeiro em todo o mundo têm mais lideranças femininas, com 29% de mulheres líderes. Já as organizações com desempenho abaixo da média contam com apenas 23%.
As mulheres possuem mais capacidade de pensamento a longo prazo, sendo assim não só por sua natureza, mas também pelo contexto que enfrentam no mundo corporativo.

Como se veem obrigadas a serem mais resilientes e pacientes para alcançarem os cargos de liderança, são capazes de traçar planos estratégicos melhores e mais robustos para qualquer companhia. Esses aspectos também geram maior e melhor qualidade ao trabalho que entregam.

A liderança feminina em grandes empresas é mais do que importante. Visto que ainda estamos longe de qualquer ideal de equidade naquilo que diz respeito ao número de oportunidades para homens e mulheres em cargos de liderança, é essencial que exista a possibilidade de diversidade nessas posições — que é o que garante um olhar diverso para as questões do negócio, com perspectivas diferentes e válidas.

As empresas devem criar um ambiente mais inclusivo, lembrando que os diferentes devem ser tratados iguais independentemente de suas distinções. E para as mulheres leitoras deste artigo, meu conselho é que não deixem sua feminilidade ser esvaída em busca da igualdade. Fortaleçam-na, porque essa arma apenas a mulher é capaz de tê-la e usá-la a seu favor.

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