ESG

ESG: seja parte da solução

Não é novidade que as empresas devem ser responsáveis pelas questões ambientais, sociais e corporativas. Mas elas precisam fazer mais do que isso, precisam fazer a diferença e ser agentes de transformação social
Eric Garmes é CEO e fundador da Paschoalotto, empresa com o foco em relacionamento com cliente e telecobrança para o mercado financeiro.

Compartilhar:

Nós somos parte da solução. Há muito tempo costumo usar essa frase com nosso time devido ao propósito e à importância de uma empresa para o contexto mais amplo em que uma organização está inserida. No entanto, percebi, ao longo do tempo, que esse slogan vai muito além.

As organizações não são mais entidades movidas exclusivamente pelo lucro, elas evoluíram para desempenhar um papel fundamental na solução de questões sociais e na promoção de impactos positivos nas comunidades onde operam. Essa mudança de paradigma é uma manifestação clara do reconhecimento de que o sucesso das empresas está intrinsecamente ligado ao bem-estar da sociedade em geral. As empresas não podem mais se isolar das questões sociais prementes, pelo contrário, é preciso se esforçar para ser parte da solução.

Em 2020, a Porter Novelli conduziu uma série de pesquisas sobre justiça, equidade, diversidade, inclusão e outros tópicos sociais relevantes. No estudo, 66% das pessoas acreditam que as corporações têm papel importante a desempenhar na busca de soluções para os problemas relacionados à justiça social, e 69% dos entrevistados deixam claro que não precisaria acontecer uma grande tragédia para que as empresas se preocupassem com as questões de justiça social.

No entanto, o fato é que quase 70% dos entrevistados acham que as empresas aguardam que uma questão social vire manchete para falar efetivamente sobre o problema. Não precisamos chegar a esse ponto.

O desafio das mudanças climáticas é um exemplo claro de como as empresas podem ser parte da solução. Reduzir as emissões de gases do efeito estufa, promover práticas sustentáveis e conscientizar equipes sobre a importância da sustentabilidade são ações que podem ser tomadas agora, sem esperar por uma crise iminente. Os benefícios dessa ação antecipada são significativos e impactam positivamente a sociedade como um todo.

O levantamento mostra que dois terços creem que as companhias têm um papel a desempenhar na busca de soluções para tais problemas, e seis em cada dez acreditam que elas terão mais sucesso se assumirem a liderança desse processo (59%).

Estamos ainda distantes de chegar a um mundo ideal e ter muitas empresas fazendo parte da solução social, mas podemos diminuir essa distância.

## É hora de arregaçar as mangas e fazer a diferença
Um dos pontos mais evidentes em favor do envolvimento das empresas na resolução de questões sociais é a geração de empregos. O simples ato de oferecer emprego não apenas melhora a qualidade de vida das pessoas, mas também reduz a pobreza e a desigualdade, promovendo o desenvolvimento econômico e a inclusão social.

Além disso, muitas das questões sociais complexas que enfrentamos hoje podem ser resolvidas ou aliviadas por meio da inovação e do desenvolvimento de tecnologias sociais. As empresas estão frequentemente na vanguarda desses esforços, pesquisando, desenvolvendo e implementando soluções inovadoras para problemas sociais, e este é um tipo de compromisso que não podemos ignorar.

Outro ponto fundamental é a questão da responsabilidade social empresarial (RSE), uma abordagem cada vez mais adotada, que busca integrar preocupações sociais e ambientais nas operações cotidianas das empresas. Ela abrange questões que vão desde a promoção da igualdade de gênero e a educação até o apoio a comunidades locais e a preservação do meio ambiente. As empresas que adotam a RSE reconhecem a importância de seu impacto na sociedade e procuram ser parte da solução, agindo além de seus interesses financeiros imediatos.

Por fim, as companhias também devem ter práticas sustentáveis e investir em energias limpas. Isso não apenas beneficia o meio ambiente, mas também aborda questões sociais interconectadas, como a escassez de recursos naturais e as mudanças climáticas, que afetam desproporcionalmente os mais vulneráveis.

Não podemos nos esquecer que os consumidores não escolhem mais um produto ou serviço simplesmente pela sua qualidade, mas pelas práticas que uma empresa emprega para isso. As práticas de ESG vão além, elas significam regras sustentáveis para o seu negócio, pois o consumidor irá considerá-la para sua escolha. Basta pensar no seu sentimento de ver alguém jogando lixo para fora do carro, ou um proprietário de empresa que não valoriza diversidade e inclusão, ou ainda que não escute através de uma ouvidoria séria os seus clientes. Você compraria algo de uma empresa com tais práticas negativas ? Acho que não!

Empresas que se comprometem a ser parte da solução de questões sociais não são apenas agentes econômicos, mas agentes de transformação social. Essa mudança de mentalidade é essencial para a construção de um mundo mais equitativo e sustentável. Com esforço, determinação e o engajamento de toda a equipe, as empresas podem ser protagonistas da mudança, fortalecendo a sociedade e contribuindo para um futuro melhor. Não importa o tamanho da empresa ou negócio, comece! Se cada um varrer sua calçada o mundo ficará limpo.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Vivemos a reinvenção do CEO?

Está na hora de entender como o papel de CEO deixou de ser sinônimo de comando isolado para se tornar o epicentro de uma liderança adaptativa, colaborativa e guiada por propósito. A era do “chefão” dá lugar ao maestro estratégico que rege talentos diversos em um cenário de mudanças constantes.

Preparando-se para a liderança na Era da personalização

Liderar hoje exige muito mais do que seguir um currículo pré-formatado. O que faz sentido para um executivo pode não ressoar em nada para outro. A forma como aprendemos precisa acompanhar a velocidade das mudanças, os contextos individuais e a maturidade de cada trajetória profissional. Chegou a hora de parar de esperar por soluções genéricas – e começar a desenhar, com propósito, o que realmente nos prepara para liderar.

Intergeracionalidade, Escuta e Humildade

Entre idades, estilos e velocidades, o que parece distância pode virar aprendizado. Quando escuta substitui julgamento e curiosidade toma o lugar da resistência, as gerações não competem – colaboram. É nessa troca sincera que nasce o que importa: respeito, inovação e crescimento mútuo.

Inteligência artificial e gestão, Estratégia e Execução, Transformação Digital, Gestão de pessoas
29 de julho de 2025
Adotar IA deixou de ser uma aposta e se tornou urgência competitiva - mas transformar intenção em prática exige bem mais do que ambição.

Vitor Maciel

3 minutos min de leitura
Carreira, Aprendizado, Desenvolvimento pessoal, Lifelong learning, Pessoas, Sociedade
27 de julho de 2025
"Tudo parecia perfeito… até que deixou de ser."

Lilian Cruz

5 minutos min de leitura
Inteligência Artificial, Gestão de pessoas, Tecnologia e inovação
28 de julho de 2025
A ascensão dos conselheiros de IA levanta uma pergunta incômoda: quem de fato está tomando as decisões?

Marcelo Murilo

8 minutos min de leitura
Liderança, Cultura organizacional, Liderança
25 de julho de 2025
Está na hora de entender como o papel de CEO deixou de ser sinônimo de comando isolado para se tornar o epicentro de uma liderança adaptativa, colaborativa e guiada por propósito. A era do “chefão” dá lugar ao maestro estratégico que rege talentos diversos em um cenário de mudanças constantes.

Bruno Padredi

2 minutos min de leitura
Desenvolvimento pessoal, Carreira, Carreira, Desenvolvimento pessoal
23 de julho de 2025
Liderar hoje exige muito mais do que seguir um currículo pré-formatado. O que faz sentido para um executivo pode não ressoar em nada para outro. A forma como aprendemos precisa acompanhar a velocidade das mudanças, os contextos individuais e a maturidade de cada trajetória profissional. Chegou a hora de parar de esperar por soluções genéricas - e começar a desenhar, com propósito, o que realmente nos prepara para liderar.

Rubens Pimentel

4 minutos min de leitura
Pessoas, Cultura organizacional, Gestão de pessoas, Liderança, times e cultura, Liderança, Gestão de Pessoas
23 de julho de 2025
Entre idades, estilos e velocidades, o que parece distância pode virar aprendizado. Quando escuta substitui julgamento e curiosidade toma o lugar da resistência, as gerações não competem - colaboram. É nessa troca sincera que nasce o que importa: respeito, inovação e crescimento mútuo.

Ricardo Pessoa

5 minutos min de leitura
Liderança, Marketing e vendas
22 de julho de 2025
Em um mercado saturado de soluções, o que diferencia é a história que você conta - e vive. Quando marcas e líderes investem em narrativas genuínas, construídas com propósito e coerência, não só geram valor: criam conexões reais. E nesse jogo, reputação vale mais que visibilidade.

Anna Luísa Beserra

5 minutos min de leitura
Tecnologia e inovação
15 de julho 2025
Em tempos de aceleração digital e inteligência artificial, este artigo propõe a literacia histórica como chave estratégica para líderes e organizações: compreender o passado torna-se essencial para interpretar o presente e construir futuros com profundidade, propósito e memória.

Anna Flávia Ribeiro

17 min de leitura
Inovação
15 de julho de 2025
Olhar para um MBA como perda de tempo é um ponto cego que tem gerado bastante eco ultimamente. Precisamos entender que, num mundo complexo, cada estudo constrói nossas perspectivas para os desafios cotidianos.

Frederike Mette e Paulo Robilloti

6 min de leitura
User Experience, UX
Na era da indústria 5.0, priorizar as necessidades das pessoas aos objetivos do negócio ganha ainda mais relevância

GEP Worldwide - Manoella Oliveira

9 min de leitura