Melhores para o Brasil 2022

Criar, aprender, treinar

Todos, crianças e adultos, temos propensão à criatividade. Mas são os processos educacionais certos que a trazem à tona

Luiz Eduardo Kochhann

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Após seus livros entrarem na lista dos mais vendidos do mundo, Julia Cameron ficou atordoada, confusa e sobrecarregada – o que resultou em um bloqueio criativo. Escritora com larga experiência, autora de mais de 40 livros, além de canções e musicais, Cameron travou, o que é particularmente irônico quando se sabe que ela é a autora de O caminho do artista, considerada a “bíblia da criatividade”, onde essa história é relatada. Mas… quem nunca?

Cameron tem 72 anos e costuma dizer que, em momentos de bloqueio criativo, o perfeccionismo é o maior inimigo. Geralmente, vem junto de um excesso de autocrítica que nos impede de seguir adiante. Ela, inclusive, deu nome e personalidade ao seu “crítico interno”. Ele se chama Nigel e é um designer de interiores britânico para quem nada é bom o suficiente. Brincar com a autocrítica é uma de suas recomendações para superar as dificuldades de criação. Outra inclui escrever três páginas à mão logo ao acordar para aprender a conviver com as próprias ideias e perder o medo de errar próprio do perfeccionista autocrítico.
Sim, porque “se você não estiver preparado para errar, você nunca terá uma ideia original”, como o professor, e sir, Ken Robinson (1950-2020), já conhecido dos assinantes mais antigos de HSM Management e cuja palestra Como as escolas matam a criatividade?, de 2006, é, até hoje, a campeã de audiência dos TED Talks. Segundo ele, tanto escolas como empresas continuamente promovem o medo de errar.

Paradoxalmente, faz tempo que empresas e escolas declaram considerar a criatividade uma habilidade fundamental. Em 2010, uma pesquisa do IBM Global Business Services com 1,5 mil líderes do setor público de 60 países colocou a criatividade no topo do ranking das qualidades indispensáveis para o sucesso em cargos de liderança. E a edição 2020 do relatório The future of jobs, do Fórum Econômico Mundial, elenca a criatividade como a terceira competência-chave para os profissionais do futuro. Não à toa, a palavra aparece constantemente entre as mais usadas em perfis do LinkedIn. E não à toa, em 2022, o Pisa, maior programa internacional de avaliação de estudantes – e que até então avaliava apenas os domínios de leitura, matemática e ciências –, aplicará um teste inédito de pensamento criativo.
Então, como nos tornamos mais criativos?

## Como se Desenvolve a cognição
Como sir Ken Robinson notou, tudo começa na infância. Mais especificamente, nos primeiros seis anos de vida. É quando 80% da arquitetura cerebral é formada e boa parte das características humanas é maleável. “Esse período é uma oportunidade de ouro para promover o desenvolvimento cerebral”, diz Alexandra Brentani, professora do departamento de pediatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).

As conexões responsáveis por forjar a base das funções cognitivas, linguísticas e sensoriais na infância dependem de algo muito simples: interação. Por isso é tão importante devolver um sorriso aos bebês, estimular conversas, a imaginação e o pensamento abstrato, ler e promover brincadeiras com os mais novos.
Por sua vez, estímulos negativos são danosos a ponto de minimizar as capacidades emocionais e cognitivas das crianças. O chamado “estresse tóxico” envolve casos de agressão e maus-tratos, violência doméstica, abusos e outros tipos de negligência, aos quais jovens em situação de vulnerabilidade social estão mais expostos. Combater essa desigualdade e formar gerações com mais saúde emocional e cognitiva – e consequentemente, mais criativas – exige políticas públicas para a primeira infância, como acesso à creche e à pré-escola. Foi o que revelou os achados de James Heckman, Nobel de Economia e responsável por provar que o investimento em crianças de 0 a 6 anos é a melhor saída para combater problemas futuros, como a defasagem cognitiva.

O que fazer para que as novas gerações sejam mais criativas num país como o Brasil, com todos os déficits socioeconômicos conhecidos? Uma das alternativas são os programas de visitação familiar, como é o Projeto de Estimulação na Primeira Infância. O programa é coordenado pela professora Brentani, da FMUSP, e baseado nos estudos de Heckman. Está em execução como política pública na cidade de Boa Vista (RR), promovendo brincadeiras e atividades de desenvolvimento linguístico, cognitivo, motor e socioemocional com crianças de 0 a 3 anos, além de conscientizar as famílias sobre a importância de pais atuantes. A primeira etapa, feita em São Paulo, na comunidade de Paraisópolis, mostrou resultados significativos: houve 24 visitas em intervalos quinzenais, durante um ano, a 400 crianças com idades entre 9 a 12 meses. “Aquelas que receberam ao menos 75% das visitas mostraram importante diferença de desenvolvimento quando comparadas ao grupo de controle”, afirma Brentani.

## Perder o medo de errar, colaborar mais
O ponto crucial mesmo é transcender os erros. Robinson defendeu até morrer a liberdade de errar como o que há de mais vital ao desenvolvimento da criatividade e acusou o sistema educacional, e também o empresarial, de causarem grandes danos com sua miopia quanto a isso. “Educamos as pessoas para serem menos criativas.”
Em sala de aula, a asfixia da criatividade já tinha sido identificada décadas antes pelo educador brasileiro Paulo Freire, de quem Robinson era fã. A causa, segundo ele, era a falta de liberdade no modelo escolar tradicional. É para libertar os alunos que a abordagem de Freire os estimula a questionar o mundo e a pensar em soluções para problemas reais, além de cultivar sua curiosidade e autonomia – os alicerces da criatividade.

Nas empresas, sabe-se de cor e salteado que os conhecidíssimos fracassos de Kodak e Blockbuster se devem, sobretudo, ao medo de errar ali reinante, que impediu as pessoas de criarem coisas novas.
Um ponto quase tão importante quanto, e também freireano, é o ambiente colaborativo. Sabe aquela máxima de que duas cabeças pensam melhor que uma? É clichê, mas real. “Num contexto cooperativo, já está provado que as possibilidades de criação genuína e poderosa são infinitamente maiores do que em contextos competitivos”, diz Mônica Souza Neves-Pereira, professora do Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília (UnB) e pesquisadora do Center for Creativity and Innovation da Webster University, na Suíça.

## Repertório e conexões
No livro Inventology: How we dream up things that change the world, Pagan Kennedy reuniu alguns estudos para provar que o pensamento criativo tende a aumentar e melhorar ao longo da vida. Um dos estudos citados, realizado pelo Itif (sigla em inglês de Fundação de Tecnologia da Informação e Inovação), descobriu que os inventores chegam ao seu auge no final dos 40 anos e são mais produtivos na última metade das suas carreiras. O Itif é um think tank com sede em Washington, nos Estados Unidos. Outro estudo, de autoria de professores do Georgia Tech, também nos EUA, e da universidade Hitotsubashi, Japão, mostrou que as patentes de maior valor geralmente pertencem aos inventores com mais de 55 anos. Aliás, desde a década de 1980, as descobertas dos ganhadores do Nobel de Física ocorreram, em média, aos 50 anos – e o pico de criatividade deles aumenta a cada ano.

Para ilustrar o aperfeiçoamento da criatividade ao longo da vida, Kennedy escreveu no jornal The New York Times sobre o doutor John Goodenough. Goodenough recebeu o Nobel de Química em 2019 pelo desenvolvimento das baterias de lítio em 1980, aos 57 anos. Sem sua tecnologia, presente em quase todas as baterias modernas, nossos smartphones talvez não existissem.

Tem mais: prestes a completar um século de vida, o ainda professor da University of Chicago segue criando. Entre seus ambiciosos projetos, está o de completar o desenvolvimento de uma nova geração de baterias capaz de aumentar a autonomia dos carros elétricos e restringir, assim, a dependência econômica do petróleo. “É necessário contar com uma boa quantidade de experiências para ser capaz de criar novas ideias”, refletiu Goodenough à Pagan Kennedy. A principal lição da história – e o recado de Goodenough para o mundo – é a importância do repertório para o desenvolvimento da criatividade.

Como acontece isso? No documentário Como o cérebro cria, disponível na Netflix e inspirado no livro homônimo, o neurologista David Eagleman entrevista artistas, inventores, cientistas e profissionais de diversas áreas. Tudo para explicar as dinâmicas neurológicas da criatividade e como podemos utilizá-las para favorecer o nosso potencial criativo. Segundo Eagleman, o cérebro humano é especialista em criar novos caminhos e conexões. Isso acontece pela interação de bilhões de neurônios capazes de enviar trilhões de impulsos elétricos, com origem em visões, sons, memórias, pensamentos e emoções a que temos acesso. Quanto mais bagagem, mais trilhas. “Os incontáveis caminhos através dessas redes são o alicerce da nossa criatividade”, afirma.

Um dos entrevistados do documentário é o inventor Nathan Myhrvold. Certa vez, ele foi descrito por Bill Gates como o homem mais inteligente que o fundador da Microsoft conheceu. Myhrvold claramente tem dificuldade em definir sua atuação profissional. Suas pesquisas dão conta de áreas que vão da culinária aos dinossauros e asteroides, passando por reatores nucleares. E é justamente aí que está o seu segredo: ideias novas nascem do caldeirão de conhecimentos, estímulos e memórias arquivadas no cérebro. “O ser humano só cria sobre aquilo que já conhece. À medida que esse repertório vai se ampliando, mais cresce seu potencial de criação”, destaca Neves-Pereira, da UnB. Um dos maiores exemplos da interdisciplinaridade criativa é a obra deixada por Leonardo Da Vinci. Segundo o biógrafo Walter Isaacson, a genialidade de Da Vinci decorre de seu amplo espectro de curiosidades e conhecimentos ém áreas como ciência, matemática, engenharia, anatomia, pintura, escultura e música.

Ou seja, tudo aquilo pelo qual você se interessa, com o que convive e que consome influencia seu poder de criação. Essas coisas compõem seu repertório pessoal e determinam o alcance das suas ideias. (De onde deduzimos que não adianta deixar para buscar tudo no Google…)

## Bom sono e bons hábitos; Variação no dia a dia e interação
Criatividade tem muito a ver com estilo de vida. Dormir – e sonhar – é bem importante para a criatividade, por exemplo. Grande parte das conexões neurais do cérebro acontece durante o sono. Em O oráculo da noite, o neurocientista brasileiro Sidarta Ribeiro descreve uma série de insights relevantes na história humana que tiveram origem onírica. O inventor Elias Howe, por exemplo, teve papel decisivo no futuro do setor têxtil – e, consequentemente, na explosão da revolução industrial (a primeira delas) – ao descobrir em um sonho o ponto ideal para o olho da agulha da máquina de costura. Paul McCartney, por sua vez, revelou que certo dia correu direto da cama para o piano ao acordar com a melodia de Yesterday na cabeça. Salvador Dalí foi além – ele tirava um cochilo (siesta) com uma colher de metal entre os dedos; quando a colher caía no chão e o acordava, o pintor pegava o pincel imediatamente para dar vazão às imagens do sonho. Foi assim que criou alguns de seus quadros mais fantásticos.

A ciência já investigou bastante a relação entre sono e ideias. Sobram evidências de que a resolução criativa de um problema é favorecida pelo REM, estágio do sono em que mais sonhamos. Isso acontece porque sono e cognição estão intimamente ligados. Dormir – ao menos oito horas por noite – promove o fortalecimento e a reestruturação de memórias e, como vimos até aqui, repertório é uma das bases neurais da criatividade.

Ao mesmo tempo, enquanto dormimos nosso cérebro é desintoxicado de metabólitos indesejáveis, que atrapalham a criatividade. “Trata-se do processo intelectual mais livre de todos, em que a mente é transportada para soluções não evidentes, aparentemente distantes e via de regra surpreendentes”, escreve Sidarta Ribeiro. Essa afirmação, não por acaso, pode se referir tanto à criatividade quanto aos sonhos.

Como ser um sonhador melhor e ficar mais criativo? Uma dica é manter um diário dos sonhos. Uma segunda, defendida por Ribeiro e outros cientistas, é ter a hora da soneca em escolas e empresas.

Há hábitos que têm o poder de facilitar as conexões entre os conhecimentos diversos enquanto estamos acordados também. Para começar, a prática regular de exercícios e uma alimentação equilibrada em nutrientes, como estamos cansados de saber.

A meditação também ajuda bastante. No livro Em águas profundas, o cineasta David Lynch conta que a meditação contribuiu decisivamente para a sua capacidade criativa. Uma pesquisa das universidades de Bar-Ilan e Haifa, em Israel, também viu um aumento da fluência e da flexibilidade dos caminhos neurais – dois indicadores da criatividade – em praticantes de mindfulness, um tipo de meditação.

E não podemos deixar de citar, é claro, os hábitos de interagir com as pessoas e de fazer pequenas coisas diferentes no cotidiano, porque também assim aumentamos nossos repertórios pessoais. Como diz Neves-Pereira, criatividade também é inventar uma receita nova com os poucos ingredientes que você tem. “É essa criatividade cotidiana que vai permitir que pessoas em diferentes campos – no trabalho, na família – possam gerar inovações, se expressar, transformar cenários e até fazer o outro feliz”, comenta a professora.

## Métodos
Há abordagens estruturadas para ajudar no fluxo de pensamentos que leva até uma ideia criativa. Uma é o mapa mental, que parte do princípio de que, antes de “tirar uma ideia do papel”, você precisa colocá-la no papel. Basicamente, a recomendação é escrever uma ideia central, ainda que incipiente, no centro de uma folha em branco. Em seguida, dispor todos elementos relativos a ela ao seu redor intuitivamente, como num diagrama. Essa é uma maneira de visualizar melhor os detalhes e as conexões entre cada elemento e a ideia central, facilitando o fluxo criativo. [O mapa mental da página XXVI pode servir de modelo.]
A reordenação das conexões que levam a insights relevantes também pode ser feita com a técnica Scamper, que propõe aplicar sete verbos operadores sobre uma ideia ou conjunto delas: substituir, combinar, adaptar, eliminar, modificar, reordenar e buscar outros usos.

__Olhe de novo para as grandes criações da história__, como as obras de Dalí ou Da Vinci. Agora está mais claro que a criatividade não é iluminação divina, certo? Ser criativo é uma habilidade ao alcance de todos os seres humanos. Só que… educar-se nela dá bastante trabalho.

Tem mais: educar-se para a criatividade não significa ter ideias geniais o tempo inteiro. Aliás, como diz Neves-Pereira, é mais interessante pensar que podemos estar criativos ao longo das nossas vidas, tirando o peso de ter de ser criativos sempre.

Mapa mental da criatividade

1. Erre sem medo e colabore:
o perfeccionismo
e o excesso de autocrítica são inimigos da criatividade. Não trocar ideias também é um vilão da história.

2.
Aumente
seu repertório: a base da criatividade
é tudo aquilo que interessa a você: o que lê, assiste, conhece, convive, sente, lembra. Quanto mais bagagem
você acumular, mais conexões o seu cérebro será capaz de fazer.

3.
Busque
conexões:
os grandes insights geralmente nascem da conexão entre campos diferentes e de conhecimentos preexistentes. Tenha coragem para fazer cruzamentos ousados, adaptando, reordenando e modificando ideias.

4. Durma
(e sonhe) bem:
a resolução criativa de problemas complexos é favorecida pelo sono REM, aquela fase da noite em que sonhamos mais. Dormindo, nosso cérebro se livra de metabólitos indesejáveis e promove a reestruturação de memórias.

5.
Mantenha
hábitos saudáveis:
praticar exercícios com regularidade e manter uma alimentação equilibrada comprovadamente garantem um melhor desempenho cognitivo. Se quiser acrescentar algo à lista, experimente meditar.

6. Interaja:
conversar com os amigos,
assim como trabalhar em equipe e buscar feedbacks, é mais uma forma de promover conexões férteis para a criatividade. No caso das crianças, estimulá-las na primeira infância é fundamental para seu desenvolvimento cognitivo.

7.
Faça coisas diferentes
no cotidiano:
criatividade não diz respeito apenas aos insights capazes de mudar a história da humanidade. Cozinhar uma receita deliciosa ou buscar um trajeto mais eficiente até o trabalho são atitudes do dia a dia que estimulam o pensamento criativo.

8.
Conheça os métodos:
diversas estratégias foram desenvolvidas para estimular a criatividade. O mapa mental e o Scamper, por exemplo,
se baseiam na visualização
para buscar um rearranjo
de ideias que pode levar
às inovações.

Divagar e sempre

Quer ter equipes mais criativas em sua empresa? Pense além do treinamento

Treinamentos corporativos em criatividade são momentos energizantes. Reunidas por algumas horas fora de suas rotinas habituais, as pessoas assistem a palestras inspiradoras, experimentam resolver problemas com recursos inusitados, aprendem técnicas de geração de ideias e exercitam a construção coletiva. Ao longo do exercício, têm a chance de examinar os próprios comportamentos e identificar aqueles que as impedem de criar. O problema é que o treinamento acaba, todos voltam para suas mesas e, frequentemente, aquela energia se dissipa e a inovação não acontece. Como evitar que isso ocorra?
O professor e consultor em criatividade e ideação Tadeu Brettas costuma ser chamado às empresas para ajudá-las a liberar a criatividade dos profissionais e a mantê-la viva. “O grande segredo não é o treinamento em si”, afirma Brettas. “O que faz diferença é a empresa olhar para esse assunto de uma forma abrangente e com visão de longo prazo.” Ou seja, divagar e sempre, como dizia Millôr Fernandes. Com a experiência de quem já trabalhou com companhias de diversos setores e culturas, ele elencou alguns cuidados que podem ser tomados para não deixar a criatividade morrer na praia.

Observe a autoestima. Em toda equipe existem aqueles profissionais que não se julgam criativos. “Meu trabalho frequentemente começa tentando convencer essas pessoas do contrário”, diz Brettas. “Quem tem uma autoestima bem desenvolvida se sente mais à vontade para apresentar ideias e correr riscos. Isso muitas vezes é resultado da criação – o quanto, ao longo da vida, aquela pessoa foi apoiada em suas ideias diferentes.” Nos treinamentos, Brettas apresenta desafios inusitados – como montar uma fantasia com papel de jornal ou desenhar o resultado da fusão de uma lâmpada com uma banana – que vão se tornando mais complexos na medida em que os profissionais ganham mais confiança. Todas as ideias – sem exceção – são validadas e elogiadas. “A pessoa precisa experimentar aquele sentimento de ‘poxa, eu posso!’ para poder ser desenvolver.”

Tenha clareza quanto À cultura. Não há criatividade que sobreviva a uma cultura rígida, burocrática ou avessa ao erro. Assim, antes de contratar uma palestra ou workshop sobre o tema, reconheça o ambiente no qual aquelas equipes precisarão operar. “Falar em criatividade só faz sentido se a empresa está iniciando ou já tem uma cultura de inovação disseminada”, diz Brettas. Em culturas mais avançadas, o tema faz parte de planos mais abrangentes de capacitação e até mesmo das avaliações de performance. “Certa vez ministrei um curso do qual participaram os 120 colaboradores da companhia, da recepcionista ao presidente. O pensamento ali era: se todos precisam solucionar problemas, todos precisam exercer a criatividade.”

Chame os mentores. Se muitos profissionais têm mentores para ajudá-los em questões técnicas ou de gestão, por que não ter também mentores em criatividade? “O mentor pode ser alguém de dentro ou de fora da empresa”, diz Brettas. O importante é que o mentor possa acompanhar o profissional ao longo do tempo, ajudando-o a verificar se de fato está conseguindo usar as habilidades que aprendeu ou a reconhecer as barreiras que podem estar impendindo-o de criar. “Mais que tudo, o mentor pode ajudar a manter aquele olhar de estranhamento que é tão importante para a criatividade acontecer.”

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