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O que os jovens esperam da sua marca empregadora na pandemia?

O momento de complexidade que está posto coloca em evidência a responsabilidade de todos nós frente aos desafios atuais, seja como indivíduo ou como organização

Victor Feitosa

Produtor de conteúdo e facilitador especialista em desenvolvimento de pessoas e diversidade....

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Nas empresas, a área de recursos humanos absorve uma [relevância tão grande quanto a área financeira teve durante a Grande Recessão](https://www.economist.com/business/2020/03/24/the-coronavirus-crisis-thrusts-corporate-hr-chiefs-into-the-spotlight) no final dos anos 2000. 

Com tanto destaque, ações positivas são potencializadas. Mas os erros também. Em outras palavras, é um momento “boom or bust” para sua aquisição de talentos, afinal, ninguém quer ficar marcado como a empresa que foi mesquinha ou desumana na crise. 

E essa é uma tarefa especialmente difícil para as novas gerações, que são tão engajadas nas causas sociais e exigentes com a ética das empresas.

Então fica a pergunta: como trabalhar sua marca empregadora para esse público?

O que as marcas, em geral, devem buscar
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O material “[TIP Insights – A Marca Faz](http://www.anacouto.com.br/download-a-marca-faz/)”, iniciativa da Ana Couto e Laje lançado no mês de abril, dá dicas de como as marcas, em geral, devem se posicionar nesse momento:

1. Comunicação agressiva de vendas agora, hardsell, nem pensar. Isso pode machucar muito a reputação da sua empresa. O momento é de colocar seu propósito em prática e entender como pode resolver os problemas reais que o contexto exige.

2. Destaque para o coletivo. Propor soluções, operar coletivamente e melhorar o mundo. É esse senso de comunidade, com proposição de ideias, que vai resolver. Construir valor engajando o ecossistema.

3. Criatividade compartilhada. Que subverta formatos e estéticas, que educa, esclareça, inspira e provoca transformações positivas. E quanto mais virtuais, tudo o que fizermos deverá ser proporcionalmente mais afetuoso, sensível e divertido para nos conectarmos com as pessoas.

4. Triplo A: agilidade, autonomia, alinhamento. Mais do que nunca precisamos gerir e dar conta de times e negócios que precisam atuar de forma autônoma e rápida. O momento é de construir e colocar à prova as relações de confiança que se tem com cada um. Barreiras de mercado devem ser quebradas em prol do bem comum.

Doar dinheiro é bom. Mas lutar é melhor ainda.
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Diversas instituições estão mostrando um lado humano, solidário e empático que, em conjunto com a sua cultura e suas promessas de valor como empregadora, têm um enorme potencial de atração e retenção de talentos na era pós-pandemia:

![](https://revista-hsm-public.s3.amazonaws.com/uploads/aff861f7-a91a-4421-95e7-7a6dd938c6c7.png)Crédito: Imagem extraída do relatório “Práticas emergentes dos negócios em resposta à crise da Covid-19”, correalizado em Abril/2020 entre ICCB, Humanizadas e Universidade de São Paulo.

Até a data da publicação deste texto, o total das doações das maiores empresas brasileiras [soma R$ 4,8 bilhões de reais](https://www.monitordasdoacoes.org.br/). É uma quantia muito relevante, e que mostra o comprometimento com a causa. Isso é muito bom!

E vai ao encontro dos relatos da última [The Truth: Empatia em momentos de crise](https://materiais.eureca.me/thetruthcovid), pesquisa publicada no dia 2 de abril pela Eureca com mais de 3000 jovens brasileiros. Uma resposta representativa para a questão “O que você espera das empresas e do mercado para te apoiar a passar por essa crise?” foi:

“Que tenham como prioridade a saúde e segurança dos colaboradores e da sociedade civil de modo coletivo. Flexibilidade, responsabilidade e apoio nas tratativas de projetos em andamento para aqueles que estão empregados, assim como manutenção de etapas online de processos seletivos e atualização dos formatos conforme necessário para não cancelar aqueles previstos e que não serão afetados a longo prazo.”

Porém alguns jovens vão além:

“Consciência de que somos interdependentes. Muitas empresas estão contribuindo com os lados mais propensos a grandes impactos como pequenas e médias empresas, trabalhadores autônomos e pessoas com recursos limitados. Não vivemos sozinhos no mundo e tampouco enfrentaremos as crises sozinhos.”

Tal como vem sendo padrão nos estudos sobre a geração Z – [McKinsey](https://www.mckinsey.com/industries/consumer-packaged-goods/our-insights/true-gen-generation-z-and-its-implications-for-companies#) e [OC&C](https://www.occstrategy.com/usa/our-insights/insight/id/3448/a-generation-without-borders) dão bons exemplos – muitos jovens esperam coerência ética das grandes empresas com todos os seus stakeholders. Mais ainda, esperam que elas assumam protagonismo das causas que defendem.

Portanto na pandemia, um momento em que a saúde de todos está em risco, existe uma oportunidade de encantar o jovem com ações que contribuam diretamente com algum stakeholder afetado pela crise. Empresas como Natura e O Boticário, por exemplo, mudaram suas linhas de produção para produzir e doar milhões de litros de álcool em gel para hospitais públicos. 

Ou seja, mostre o que a sua empresa pode fazer e compartilhe também suas vulnerabilidades. Além de construir uma aproximação emocional poderosa com seus possíveis jovens talentos, isso pode refletir em um menor tempo de fechamento das suas vagas nos seus futuros picos de contratação. 

É hora de mostrar que somos todos humanos, e que estamos juntos nessa luta.

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