Robert Coombs é executivo de comunicação em Nova York. Em artigo publicado no site da revista Fast Company, ele afirma estar bastante satisfeito com seu atual emprego. Entretanto, conta que nos últimos anos começou a se questionar profissionalmente. E passou a procurar novos desafios, candidatando-se a vagas em empresas de tecnologia, como Google e Facebook.
Nesse processo, Coombs notou que enfrentava líderes em suas áreas, então seu currículo nem sempre estava no topo da pilha; e que os robôs leem todos os aplicativos, filtrando os candidatos automaticamente com base em palavras-chave, habilidades, ex-empregadores, experiência, escolas frequentadas.
“Assim que percebi que estava enfrentando robôs, decidi construir o meu próprio”, relata. Coombs montou um sistema a partir de rastreadores, planilhas e scripts para automatizar o processo de candidatura. O programa agregou as informações de contato de pessoas responsáveis por recrutamento e seleção e, em seguida, enviou e-mails personalizados com seu currículo, além de uma carta de apresentação.
Chegou a se candidatar a 1,3 mil vagas. O resultado? Pífio. “Minha abordagem robotizada não valeu a pena.” Ele testou diferentes linhas de assunto, versões do currículo e cartas de apresentação, incluindo uma na qual admitia que o e-mail estava sendo enviado por um robô. “Nada funcionou. Aparentemente ninguém lê cartas de apresentação, nem outros robôs.”
Amigos foram rápidos em lhe apontar o motivo do fracasso: era preciso conhecer alguém que passasse seu currículo para um gerente de RH. Ao tentar manipular esse sistema, inadvertidamente o jornalista aprendeu o quão poderoso ele é.
O executivo constatou que as contratações “fora da caixa” raramente acontecem por meio de sites ou aplicativos, ainda que se distribua centenas de currículos. “Elas ocorrem quando alguém influente conhece uma pessoa interessante e diz: ‘Vamos criar um cargo para você’.”
Coombs ouviu de um coach para executivos de alta tecnologia que havia outros fatores em jogo, além dos algoritmos. “Cerca de 80% dos empregos nunca são publicados – em geral, as melhores vagas.” Em suma, não importa se você envia duas, três ou dez vezes mais inscrições – elas raramente funcionarão.
Ao final da experiência, ele diz ter aprendido três lições:
– Não importa o currículo, nem a de apresentação. Boas vagas continuam dependendo da sua rede de relacionamentos.
– Nas vagas oferecidas publicamente, as empresas estão tentando preencher uma posição com risco mínimo.
– O número de empregos para os quais você se candidata não tem correlação com o fato de você ser selecionado.