Carreira

Da alfabetização de dados à alfabetização emocional

Na era digital, o líder do marketing precisa desenvolver o equilíbrio entre o olhar prático e intuitivo sobre sua função, suas entregas e sua equipe
Co-fundadora da Ambidestra. Consultora e mentora em estratégia, inovação e transformação organizacional.

Compartilhar:

Sabemos que “liderar o marketing” é desafiador, pois é onde os profissionais que saem da zona de *conforto* passam diretamente para a zona de *confronto*. E agora, mais do que nunca, a área está passando por transformações constantes: os papéis do CMO estão cada vez mais turvos, os títulos dos cargos têm mudado e as responsabilidades das equipes, se expandindo.

Dada a evolução contínua das tecnologias e das formas de comunicação, as expectativas crescentes para o que uma empresa ou marca precisam oferecer aos clientes e, consequentemente, a proliferação das ofertas disponíveis ao consumidor, não há sinais de que em breve o papel se tornará mais fácil ou mais claramente definido.

A maior parte dos CMOs já entendeu que, nesse contexto, o marketing deve se transformar, porém, eles têm menos certeza sobre o que especificamente isso significa. Muitas vezes, eles se concentram em algumas iniciativas isoladas – e ficam frustrados quando estas não geram o valor esperado.

## Equilíbrio possível?

Muitas iniciativas estão voltadas ao update pessoal e ao desenvolvimento de suas habilidades técnicas e de suas equipes, parte delas relacionada à alfabetização de dados, que se torna um skill fundamental nessa era de IA, big data e automação que o marketing (e o mundo corporativo em geral) vive.

Mas, se por um lado, esse [upskilling](https://www.revistahsm.com.br/post/por-que-reter-talentos-coloca-empresas-na-dianteira-em-tempos-incertos “upskilling”) se torna necessário do ponto de vista técnico, na medida em que a natureza do trabalho evoluir e as máquinas e robôs assumirem ainda mais os aspectos facilmente automatizados da função, o lado humano da profissão se tornará ainda mais crítico para o sucesso dos profissionais e da própria área de marketing na geração de valor para empresas e clientes.

Ou seja, o CMO precisa ser capaz de orquestrar o desenvolvimento do seu time tanto em hard (competências técnicas) quanto em [soft skills](https://www.revistahsm.com.br/post/soft-skills-para-profissionais-de-marketing “soft skills”) (competências comportamentais). E justamente esta [ambidestria](https://www.revistahsm.com.br/post/ambidestria-criando-tensoes-paradoxais-nas-organizacoes “ambidestria”) seja, talvez, a mais importante habilidade requerida enquanto vivemos nessa era digital: o equilíbrio entre o olhar prático e o olhar intuitivo, do foco em resultados e do foco no cliente.

## Exploração e explotação

Trabalhar tanto o lado da “exploração” – ou seja, ter fortes capacidades que permitem antecipação, inovação e adaptação, que se traduzem em atributos corporativos como insight & foresight, inspiração & paixão e tentativa & erro – quanto o lado da “explotação”, que implica em ter fortes capacidades quando se trata de planejamento, bem como otimização e controle, resultando em atributos como formalização & compliance, controle & monitoramento e documentação histórica & experiência.

Desenvolver habilidades comportamentais nos times como empatia, resiliência e criatividade, aliadas à entrega de resultado, será, então, a nova regra do jogo. E é necessário incentivar esses novos comportamentos por meio de exemplos, de um incentivo ao autodesenvolvimento, o que é chamado de [lifelong learning](https://www.revistahsm.com.br/post/voce-ja-ouviu-falar-em-lifelong-learning-entenda-esse-conceito “lifelong learning”).

Mas deixamos esse breve panorama como uma introdução para alguns dos desafios que a modernidade apresenta aos líderes do marketing contemporâneo. Em minha próxima coluna, falarei das oito virtudes que o CMO precisa exercitar caso queira enfrentar (e ser bem-sucedido) nesse cenário tão complexo. Até a próxima!

*Este artigo foi escrito em colaboração com Andrea Dietrich, fundadora da Didietrich e co-idealizadora do canal e podcast Ambidestra.*

Compartilhar:

Co-fundadora da Ambidestra. Consultora e mentora em estratégia, inovação e transformação organizacional.

Artigos relacionados

O futuro dos eventos: conexões que transformam

Eventos não morreram, mas 78% dos participantes já rejeitam formatos ultrapassados. O OASIS Connection chega como antídoto: um laboratório vivo onde IA, wellness e conexões reais recriam o futuro dos negócios

ESG
Um ano depois e a chuva escancara desigualdades e nossa relação com o futuro

Anna Luísa Beserra

6 min de leitura
Empreendedorismo
Liderar na era digital: como a ousadia, a IA e a visão além do status quo estão redefinindo o sucesso empresarial

Bruno Padredi

5 min de leitura
Liderança
Conheça os 4 pilares de uma gestão eficaz propostos pelo Vice-Presidente da BossaBox

João Zanocelo

6 min de leitura
Inovação
Eventos não morreram, mas 78% dos participantes já rejeitam formatos ultrapassados. O OASIS Connection chega como antídoto: um laboratório vivo onde IA, wellness e conexões reais recriam o futuro dos negócios

Vanessa Chiarelli Schabbel

5 min de leitura
Marketing
Entenda por que 90% dos lançamentos fracassam quando ignoram a economia comportamental. O Nobel Daniel Kahneman revela como produtos são criados pela lógica, mas comprados pela emoção.

Priscila Alcântara

8 min de leitura
Liderança
Relatórios do ATD 2025 revelam: empresas skills-based se adaptam 40% mais rápido. O segredo? Trilhas de aprendizagem que falam a língua do negócio.

Caroline Verre

4 min de leitura
Liderança
Por em prática nunca é um trabalho fácil, mas sempre é um reaprendizado. Hora de expor isso e fazer o que realmente importa.

Caroline Verre

5 min de leitura
Inovação
Segundo a Gartner, ferramentas low-code e no-code já respondem por 70% das análises de dados corporativos. Entenda como elas estão democratizando a inteligência estratégica e por que sua empresa não pode ficar de fora dessa revolução.

Lucas Oller

6 min de leitura
ESG
No ATD 2025, Harvard revelou: 95% dos empregadores valorizam microcertificações. Mesmo assim, o reskilling que realmente transforma exige 3 princípios urgentes. Descubra como evitar o 'caos das credenciais' e construir trilhas que movem negócios e carreiras.

Poliana Abreu

6 min de leitura
Empreendedorismo
33 mil empresas japonesas ultrapassaram 100 anos com um segredo ignorado no Ocidente: compaixão gera mais longevidade que lucro máximo.

Poliana Abreu

6 min de leitura