Uncategorized

Crescimento dos profissionais autônomos: modelo que acompanha o futuro do trabalho

CEO e sócio-fundador da Alstra

Compartilhar:

O que você quer ser quando crescer? A velha economia o levaria a acreditar que deve escolher um emprego, trabalhar duro pelos próximos 40 anos na mesma empresa e depois se aposentar, certo? Mas o futuro do trabalho já começou e a realidade é um pouco diferente do antigo e tradicional _american way of life._

De acordo com um recente levantamento [Freelancing in America](https://www.upwork.com/press/2018/10/31/freelancing-in-america-2018/) já existem cerca de 57 milhões de profissionais autônomos nos Estados Unidos, o que representa cerca de 35% da população economicamente ativa do país. Para se ter uma ideia, os profissionais autônomos cresceram 7% nos últimos cinco anos no país, ante apenas 2% da mão-de-obra tradicional de trabalho.

Outro dado interessante da pesquisa é que **61% dos freelancers afirmam estar neste modelo por opção.** A economia “gig”, ou seja, a economia do profissional autônomo, é um dos fenômenos recentes que vai impactar profundamente o modo como conhecemos o trabalho. É um caminho sem volta: a mudança começou e será perene.

Um dos motivos para a revolução no modelo de trabalho é a automação. O [Estudo da McKinsey](https://www.mckinsey.com/featured-insights/future-of-work/jobs-lost-jobs-gained-what-the-future-of-work-will-mean-for-jobs-skills-and-wages/pt-br) O futuro do mercado de trabalho: impacto em empregos, habilidades e salários aponta que em cerca de 60% das ocupações ao menos um terço das atividades trabalhistas podem ser automatizadas parcialmente até 2030.

Essa mudança estrutural implica em importantes alterações em praticamente todas as profissões – das mais automatizadas às mais criativas; artistas, professores, e até programadores sentirão na pele algum impacto ocasionado pela revolução ocasionada pela indústria 4.0 e suas novas tecnologias como a inteligência artificial.

Outro motivo importante que impulsiona a transformação no mundo do trabalho é cultural, impulsionado pela Geração Z (nascidos entre início dos anos 90 e 2010) e que desejam um **modelo de trabalho mais** **fluído.** Um recente [artigo da Forbes](https://www.forbes.com/sites/bernardmarr/2019/07/15/the-future-of-work-5-important-ways-jobs-will-change-in-the-4th-industrial-revolution/#5c91f8d454c7) aponta que 75% da força de trabalho da Geração Z gostaria de ter papéis diferentes na mesma organização. Ou seja, não estão interessados em uma tarefa ou ocupação fixa.

Tudo indica que a economia “gig” vai ganhar força nos próximos anos, com profissionais qualificados procurando oportunidades de trabalho dinâmicas – seja na mesma organização ou indo de projeto em projeto. Como apontei no início, será cada vez mais difícil encontrar aqueles que sonham com a tradicional carreira em uma empresa.

Engana-se quem pensa que este cenário ainda não chegou no Brasil. Um [estudo interessante da CNDL, do SPC Brasil e do Sebrae](https://site.cndl.org.br/salario-alto-nao-e-garantia-de-sucesso-profissional-para-os-jovens-da-geracao-z-aponta-pesquisa-cndl-spc-brasil/) lançado em julho deste ano mostra que **trabalhar com o que gosta e equilibrar o trabalho com a vida pessoal é sinônimo de sucesso profissional para 42% e 39%, respectivamente, de jovens brasileiros da Geração Z.** Surpreendeu a muitos que ser reconhecido pelo que faz (32%) e  ganhar bem (31%) estarem nas últimas posições da lista.

Acredito que os jovens da Geração Z, assim como diversos outros profissionais, já percebem que um modelo de trabalho engessado talvez já não sirva mais para eles. São pessoas que, no geral, são altamente qualificadas e buscam principalmente agregadoras experiências acima de tudo.

Também é preciso acabar com o mito de que consultores autônomos não possuem trajetória ou estão à margem do mercado. Diversas empresas já fornecem os mesmos benefícios do trabalhador tradicional aos consultores e diversas outras companhias já auxiliam esses profissionais do presente a terem um plano de saúde, de previdência e até contas PJ  em bancos estão se tornando comuns.

O futuro do trabalho já começou. E todos, empregadores e profissionais precisam se adequar à nova necessidade econômica que está surgindo. Quem opta por pelo caminho “gig” também terá desafios, mas a oportunidade de trabalhar aonde, com quem e no que quiser já é a escolha de vida de milhões de pessoas ao redor do mundo.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Data economy: Como a inteligência estratégica redefine a competitividade no século XXI

Na era digital, os dados emergem como o ativo mais estratégico, capaz de direcionar decisões, impulsionar inovações e assegurar vantagem competitiva. Transformar esse vasto volume de informações em valor concreto exige infraestrutura robusta, segurança aprimorada e governança ética, elementos essenciais para fortalecer a confiança e a sustentabilidade nos negócios.

China

O Legado do Progresso

A celebração dos 120 anos de Deng Xiaoping destaca como suas reformas revolucionaram a China, transformando-a em uma potência global e marcando uma era de crescimento econômico, inovação e avanços sociais sem precedentes.

Calendário

Não, o ano ainda não acabou!

Em meio à letargia de fim de ano, um chamado à consciência: os últimos dias de 2024 são uma oportunidade valiosa de ressignificar trajetórias e construir propósito.

Uncategorized
Na era digital, os dados emergem como o ativo mais estratégico, capaz de direcionar decisões, impulsionar inovações e assegurar vantagem competitiva. Transformar esse vasto volume de informações em valor concreto exige infraestrutura robusta, segurança aprimorada e governança ética, elementos essenciais para fortalecer a confiança e a sustentabilidade nos negócios.

Marcelo Murilo

7 min de leitura
Uncategorized
A celebração dos 120 anos de Deng Xiaoping destaca como suas reformas revolucionaram a China, transformando-a em uma potência global e marcando uma era de crescimento econômico, inovação e avanços sociais sem precedentes.

Edward Tse

3 min de leitura
Gestão de Pessoas
Polímatas e Lifelong Learners: explorando perfis distintos que, juntos, podem transformar o ambiente de trabalho em um espaço de inovação, aprendizado contínuo e versatilidade.

Rafael Bertoni

4 min de leitura
Uncategorized
Liderança em tempos de brain rot: como priorizar o que realmente importa para moldar um futuro sustentável e inspirador.

Anna Luísa Beserra

0 min de leitura
Gestão de Pessoas
Em meio à letargia de fim de ano, um chamado à consciência: os últimos dias de 2024 são uma oportunidade valiosa de ressignificar trajetórias e construir propósito.

Laís Macedo

4 min de leitura
Empreendedorismo
Liderar empresas que continuamente estão inovando é um desafio diário, mas cada questão se torna um aprendizado se feito com empatia e valorização.

Ana Carolina Gozzi

3 min de leitura
Tecnologias exponenciais
A experiência varia do excepcional ao frustrante, e a Inteligência Artificial (IA) surge como uma aliada para padronizar e melhorar esses serviços em escala global.

Flavio Gonçalves

4 min de leitura
Gestão de Pessoas
No cenário globalizado, a habilidade de negociar com pessoas de culturas distintas é mais do que desejável; é essencial. Desenvolver a inteligência cultural — combinando vontade, conhecimento, estratégia e ação — permite evitar armadilhas, criar confiança e construir parcerias sustentáveis.

Angelina Bejgrowicz

4 min de leitura
ESG
A resiliência vai além de suportar desafios; trata-se de atravessá-los com autenticidade, transformando adversidades em aprendizado e cultivando uma força que respeita nossas emoções e essência.

Heloísa Capelas

0 min de leitura
ESG
Uma pesquisa revela que ansiedade, estresse e burnout são desafios crescentes no ambiente de trabalho, evidenciando a necessidade urgente de ações para promover a saúde mental e o bem-estar nas empresas.

Fátima Macedo

3 min de leitura