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A profissional que me tornei depois que virei mãe

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Com a aproximação do dia das mães, parei para refletir sobre a profissional que eu me tornei depois que meus dois filhos, Lorenzo de seis anos e Matheus de dois anos, nasceram. Foi, e continua sendo, uma longa jornada de transformação e aprendizado que, além de muitas dúvidas e emoções, me levaram a empreender um novo negócio que tem tudo a ver com a maternidade. E é essa história que quero compartilhar com você hoje.

Ainda na infância, uma das minhas brincadeiras favoritas era imaginar que eu tinha uma empresa. Eu criava nomes, inventava logotipos, vendia coisas para as vizinhas. Um verdadeiro feito para uma criança de 5 ou 6 anos. 

Acredito que foi por isso que escolhi o curso de publicidade quando chegou a hora do vestibular. As pessoas até me questionavam o porquê eu não cursava administração, se queria tanto ter uma empresa. E, no fundo, uma voz me dizia que era por puro medo. Medo dos números, planilhas, balanços e previsões. Eu achava que não seria capaz de lidar com isso. Então, eu me formei em Publicidade e Propaganda, fiz MBA em Marketing e acabei enveredando pela carreira na área de vendas, como executiva de grandes contas. 

Mas no meio de toda essa jornada criei muitos negócios. Fiz pesquisas, fiquei noites sem dormir, criei marcas, logotipos, pensei em sócios…mas as ideias nunca saiam do papel. 

Hoje vejo que o meu bloqueio tinha nome: medo. Medo de falhar, de não dar conta e do que iriam pensar de mim se isso acontecesse. Então, segui com minhas escolhas. Eu gostava do meu trabalho, mas faltava aquele brilho, aquele algo mais, pois o caminho que eu desejava seguir estava bloqueado dentro de mm. 

Então, aos 31 anos, nasceu meu primeiro filho. E com ele eu descobri que era capaz de muitas coisas que eu jamais imaginei. Fora todas as habilidades básicas para se cuidar de um bebe, como trocar fraldas, dar banho, alimentar, entre outras, também percebi que, com o tempo, eu me tornava uma pessoa mais **persistente, empática, criativa.** E o interessante é que essas habilidades vão variando de acordo com a fase em que nossos filhos vivem. 

Quando eles ainda são recém-nascidos, acordar para encarar um dia inteiro de cuidado exige muita superação e adaptação. **Empatia e sensibilidade** para interpretar o som do choro e identificar o que eles precisam. 

Quando crescem um pouco mais, persistência para ensiná-los a dormirem no seus quartos, criatividade para criar brincadeiras, contar historias e para fazê-los comer toda a comida do prato (e provarem legumes e verduras). **Gestão do tempo, organização e planejamento** para fazer tudo o que eu já fazia, adicionando novas tarefas como: a agenda das crianças, refeições e logística para levar e buscar das atividades. Ah! 

Não posso esquecer de falar de uma fase bem delicada para muitas mães que é a adaptação na escolinha, que nos exige ser firmes para passar segurança aos pequenos (mesmo quando por dentro temos vontade de chorar com eles) e confiantes para deixá-los tranquilos e motivados com o novo desafio. 

Estão aqui bons exemplos de princípios de liderança, não acham?

Com a chegada de um irmão, como foi o nosso caso aqui, as tarefas se multiplicam e essas habilidades são ainda mais exigidas. Já me considerava uma pessoa ágil, mas me tornei ainda mais. **Ser multitarefa não é opcional.** Faço as coisas de um, ao mesmo tempo agilizo as do outro, e preciso reconhecer e trabalhar em conjunto dois perfis diferentes e que demandam total atenção.

Aprendi e ainda estou em aperfeiçoamento de mais habilidades. Em especial a de **resolução de problemas e administração de conflitos.** Parece fácil, mas não é. Duas crianças que disputam os mesmos brinquedos, a mesma atenção, os mesmos cuidados, e uma mãe que necessita ser justa e se cobra para ser correta, carinhosa e sempre manter o equilíbrio. 

É como um trabalho em equipe, onde você é o líder e precisa fazer com que diferentes colaboradores interajam da melhor maneira, compreendam as regras e cheguem nos objetivos propostos. Afinal, a rotina dentro de casa também tem metas. 

(Dentro desse assunto surgem algumas coisas que observo impedirem ou atrapalharem a vida profissional de várias mães, como _a culpa e o desejo de serem perfeitas._ Mas esse será tema para outro momento de reflexão). 

Portanto para nós mulheres, profissionais e mães, **cabe nos orgulhar de tantas coisas que somos capazes.** Com a maternidade, aprendemos coisas para a vida toda e que agregam demais às nossas vidas profissionais. Não tenho dúvidas que, depois que me tornei mãe, além de me tornar uma pessoa melhor, me tornei uma profissional melhor. Tenho certeza que você também. Basta fazer essa reflexão.

Para finalizar e fechar o raciocínio, lembra do meu sonho de infância de ter meu próprio negócio? Então. Aprendi que tudo tem sem tempo. E o meu chegou graças aos meus filhos. Foram eles que me deram inspiração, força e segurança, para criar o [_MamaJobs_,](https://www.mamajobs.com.br/) uma plataforma para cadastramento de currículos de outras profissionais que viraram mães e buscam continuar ativas no mercado mas em equilíbrio com a maternidade. Foram eles que me deram coragem para encarar aqueles medos que antes eu tinha. São eles e a nossa relação que fizeram o negócio ter um propósito maior. São eles o meu combustível de todas as manhãs e graças a eles agora eu tenho aquele brilho nos olhos e me realizei como profissional e como mãe.

Nesse dia das mães, e em todos os outros, agradeço aos meus filhos amados por fazerem de mim quem eu sou.

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