O futuro nunca foi tão incerto. Estamos vivendo um período de mudanças cada vez mais rápidas. O mundo está complexo e confuso. A sociedade está dividida e polarizada. Nossa confiança nas instituições estão instáveis. A economia está em constante flutuação. Mudança é o novo normal, não somente no contexto coletivo, como no indvidual. Nossas vidas não seguem mais um caminho linear. Transições de carreira, imprevistos, layoffs, burnouts. Onde existia um único caminho a seguir, agora existem vários.
Porém, afirmar sobre a incerteza em relação ao futuro, implica em considerar que existe uma certeza ou uma verdade absoluta, o que é impossível. O futuro nunca foi certo. Sempre existiram variáveis desconhecidas, vagas, indeterminadas e passíveis de mudanças.
O “novo” futuro não é caracterizado pela incerteza, e sim pela ambiguidade, uma condição desconhecida em que o passado não é determinante. Nós não sabemos o que não sabemos. Na ambiguidade não existe uma única resposta certa e sim vários significados e níveis de interpretações. São situações que apresentam mais perguntas do que respostas, múltiplas possibilidades de escolha e indefinidos próximos passos.
Um projeto em Stanford identificou, por meio de metáforas, três padrões de comportamento adequados a esse contexto: (1) a tolerância para suportar a ambiguidade até que ela acabe, como uma neblina que ao dissolver permitisse visualizar com mais clareza; (2) o engajamento com a ambiguidade, como num salto de paraquedas em que o risco e a abertura ao novo pode levar a um caminho anteriormente inexplorado, e (3) a adoção ou inclusão da ambiguidade não como um obstáculo momentário, mas como campo de oportunidades, como estar perdido em uma floresta em busca de riquezas.
Enfrentar a ambiguidade em algum momento é fundamental na criação do novo. Além de reconhecer seu próprio padrão de comportamento é preciso aprender a navegar a ambiguidade, através da ação e da adaptação.
A ação requer coragem para fazer escolhas e não paralisar diante do medo. Cada nova abordagem de aprender e aplicar aumenta ativamente sua capacidade de agir, já que está ancorada na confiança gerada por experiências passadas.
Já a adaptação exige que uma resposta às mudanças de informações e contexto. Ao ser adaptável diante do desconhecido, você reconhece novas informações e desenvolve flexibilidade para responder proativamente. “A chave para a sobrevivência é saber que está perdido.” – autor desconhecido.
Artigo publicado na HSM Management nº 160.