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A educação na 4ª Revolução Industrial

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Em 2017, o Fórum Econômico Mundial previu: **65% das crianças que hoje estão na escola primária trabalharão em profissões que ainda não existem.** Mas não precisamos esperar essas crianças crescerem para perceber que já existem impactos imediatos no mercado de trabalho. 

Os avanços tecnológicos são os grandes responsáveis pelas rápidas mudanças, e o relatório do Fórum Mundial também destacou que os profissionais do futuro perceberão alterações constantes nas competências exigidas. Praticamente em todas as indústrias, a tecnologia e a inovação estão reduzindo o prazo de validade das habilidades dos trabalhadores.  

O presidente do Fórum, Klaus Schwab, foi claro ao alertar os governos, no sentido de que sem ações para gerenciar as transições de curto prazo e desenvolver uma força de trabalho com habilidades profissionais modernas, o desemprego e a desigualdade vão crescer cada vez mais. 

Em meio a essa transformação, o modelo educacional existente há muito deixou de ser atraente para os estudantes das novas gerações. Dados do Inep do Censo Escolar (2015) apontam que a taxa de evasão no Ensino Superior acumulada em cinco anos para aqueles que entraram numa faculdade em 2010 foi de **49%.**

Dentre os motivos apontados estão a falta de identificação com o curso e a desinformação na opção por uma carreira profissional. Em minha experiência como gestor educacional de uma das maiores universidades do Sul do Brasil, vimos que o valor das mensalidades não é o principal motivo de evasão, mas a falta de interesse no curso. 

Esse cenário em torno da educação e a quebra de paradigmas dos modelos atualmente praticados tendem a ser reflexos da 4ª Revolução Industrial. O conceito desenvolvido pelo presidente do Fórum destaca que as novas tecnologias estão fundindo os mundos físicos, digital e biológico, nos fazendo repensar como os países e os mercados estão se desenvolvendo. 

Esta revolução tecnológica em escala global afeta a todos e impacta os inúmeros aspectos da vida humana. Na educação, é claro, não é diferente. A convergência entre as tecnologias, com o uso cada vez mais frequente de inteligência artificial, big data, robótica, entre outros, faz surgir a cada dia empregos nunca imaginados por gerações anteriores, e faltam profissionais preparados para essa demanda.

Em 2019, mais uma vez, um dos principais temas discutidos no Fórum foi o futuro trabalho. É impossível pensar no assunto sem também discutir a educação. As novas profissões não estão surgindo nas universidades ou nas corporações, e quem está assumindo o protagonismo nesse cenário são as _startups_, que surgem da identificação de problemas e busca rápida por soluções inovadoras. 

Nesse contexto, é necessário pensar na demanda dos jovens que já não se encaixam na educação tradicional. Precisamos de um modelo mais dinâmico, mais alinhado com as expectativas da Geração Z (nascidos após 1990), que invista nas novas relações do mercado e proporcione o desenvolvimento das habilidades necessárias para esse novo momento, com base nas competências socioemocionais chamadas de _“soft skills”._

No Vale do Silício, berço da inovação mundial, instituições como a _Singularity University, Draper University of Heroes_ e _ École_ 42 estão inovando ao oferecer modelos disruptivos de educação. No Brasil, iniciativas como a da 49 educação, que apresentou o conceito de startup university ao Brasil, também ganham força. 

Se eu pudesse dar uma dica para todos os pais e educadores de hoje, seria: **eduquem para que as crianças sejam solucionadoras de problemas, para que desenvolvam habilidades que as tornem capazes de pensar criativamente diante de tudo de novo que surge a cada momento.** 

Desejo aos jovens profissionais que continuem a questionar os atuais modelos. A proposição de reflexão é importante não apenas para vocês, mas para os profissionais do amanhã, que ainda irão encontrá-los pela vida e no mercado de trabalho.

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