Estratégia e Execução

A empresa deve ajudar seus líderes a dormir bem

Embora muitos executivos não o admitam, noites maldormidas fazem grande diferença em seu desempenho e, consequentemente, prejudicam as empresas. Estudo McKinsey sugere dez medidas que podem levar a uma melhor gestão do sono, contribuindo para assegurar lideranças mais eficientes

Compartilhar:

Várias pesquisas já comprovaram que a falta de sono compromete a capacidade de fazer julgamentos apurados. Agora, começa-se a olhar para os efeitos de noites maldormidas sobre os líderes empresariais especificamente e, por tabela, sobre os resultados financeiros das organizações. Será que as empresas deveriam passar a promover hábitos saudáveis de sono entre seus profissionais? 

**COMPORTAMENTOS AFETADOS**

É preciso entender a relação entre o sono e o desempenho da liderança. Neurocientistas já sabem que, embora outras funções cerebrais possam lidar rela

tivamente bem com pouco sono, esse não é o caso do córtex pré-frontal, a área do cérebro que coordena a linguagem, a resolução de problemas, a comunicação, as interações sociais e o autocontrole, assim como o planejamento e a execução do que é planejado. Todas essas funções estão diretamente relacionadas com as habilidades associadas ao exercício da liderança. Isso significa que a falta de sono influi em quatro comportamentos: 

**Atitude voltada para os resultados.** O foco e a atenção são fundamentais para haver essa atitude, e os cientistas descobriram que os dois são prejudicados pela falta de sono. Depois de 17 ou 19 horas acordadas, a capacidade de concentração das pessoas é equivalente à de alguém que consumiu o limite legal de álcool para dirigir. 

**Efetividade na resolução de problemas.** O sono é comprovadamente benéfico para diversas funções cognitivas que contribuem para a resolução de problemas, como a criatividade. 

**Análise de diferentes perspectivas.** O sono tem peso relevante na capacidade de ponderar a importância de diferentes perspectivas de maneira adequada.  Ao dormir bem, o líder fica mais propenso a evitar um ponto de vista estreito e os preconceitos.  A ciência endossa o senso comum de que é melhor tomar uma decisão depois de uma noite de sono. 

**Apoio ao trabalho dos outros.** Para ajudar as pessoas, é preciso, primeiro, compreendê-las. Depois de noites maldormidas, líderes podem interpretar negativamente qualquer reação dos colaboradores. 

![](https://revista-hsm-public.s3.amazonaws.com/uploads/21ad5569-1c87-4d93-bd4a-54efe7a5b212.jpeg)

**10 INICIATIVAS QUE AS EMPRESAS PODEM TOMAR**

As empresas conseguiriam melhorar a qualidade do sono de seus líderes? Sim, elas têm alguns modos de fazê-lo: 

**1. Treinamento.**  A gestão do sono pode ser ensinada em programas como os dedicados à gestão do tempo e a habilidades de comunicação. O ensino deve fazer parte de um projeto mais amplo, que inclua outros aspectos relacionados com o bem-estar. 

**2. Viagens.** As empresas podem permitir que seus profissionais usem os voos da manhã, em vez de viajarem à noite.

**3. Equipe.** Muitas organizações precisam operar 24 horas por dia, sete dias por semana, mas esse peso não deve recair sobre poucos ombros. A tecnologia da informação pode contribuir para o trabalho em equipe ampliado, além das fronteiras. 

**4. Comunicação.** Videoconferências e telefonemas a partir de casa podem ampliar a jornada de trabalho. Isso deve ser mais bem planejado, com atenção aos fusos horários e à necessidade de relaxar. 

**5. E-mails.** Muitas empresas já impõem limites ao trabalho de ler e responder a e-mails, e todas devem ao menos recomendar o uso moderado desse recurso. 

**6. Jornada.** Já há organizações coibindo formalmente o trabalho madrugada adentro. 

**7. Férias.** Devem ser obrigatórias e incluir a exigência de desconexão mobile. 

**8. Folgas.** Estimulam-se noites de folga sem e-mails, sem celular, sem trabalho. 

**9. Sala do “cochilo”.** Uma soneca de 10 a 30 minutos é capaz de melhorar o estado de alerta por 150 minutos. 

**10. Tecnologia.** As empresas devem fornecer ou informar seus profissionais sobre apps de redução de luz no celular – esta pode inibir o sono – e outras tecnologias pró-sono.

Compartilhar:

Artigos relacionados

A aposta calculada que levou o Boticário a ser premiado no iF Awards

Enquanto concorrentes correm para lançar coleções sazonais inspiradas em tendências efêmeras, o Boticário demonstra que compreende um princípio fundamental: o verdadeiro valor do design não está na estética superficial, mas em sua capacidade de gerar impacto social e econômico simultaneamente. A linha Make B., vencedora do iF Design Award 2025, não é um produto de beleza – é um manifesto estratégico.

Tecnologia & inteligencia artificial, Inovação & estratégia
19 de setembro de 2025
Sem engajamento real, a IA vira promessa não cumprida. A adoção eficaz começa quando as pessoas entendem, usam e confiam na tecnologia.

Leandro Mattos - Expert em neurociência da Singularity Brazil

3 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
17 de setembro de 2025
Ignorar o talento sênior não é só um erro cultural - é uma falha estratégica que pode custar caro em inovação, reputação e resultados.

João Roncati - Diretor da People + Strategy

3 minutos min de leitura
Inovação
16 de setembro de 2025
Enquanto concorrentes correm para lançar coleções sazonais inspiradas em tendências efêmeras, o Boticário demonstra que compreende um princípio fundamental: o verdadeiro valor do design não está na estética superficial, mas em sua capacidade de gerar impacto social e econômico simultaneamente. A linha Make B., vencedora do iF Design Award 2025, não é um produto de beleza – é um manifesto estratégico.

Magnago

4 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Bem-estar & saúde, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
15 de setembro de 2025
O luto não pede licença - e também acontece dentro das empresas. Falar sobre dor é parte de construir uma cultura organizacional verdadeiramente humana e segura.

Virginia Planet - Sócia e consultora da House of Feelings

2 minutos min de leitura
Marketing & growth, Inovação & estratégia, Tecnologia & inteligencia artificial
12 de setembro de 2025
O futuro do varejo já está digitando na sua tela. O WhatsApp virou canal de vendas, atendimento e fidelização - e está redefinindo a experiência do consumidor brasileiro.

Leonardo Bruno Melo - Global head of sales da Connectly

4 minutos min de leitura
Liderança, Cultura organizacional, Inovação & estratégia, Tecnologia & inteligencia artificial
11 de setembro de 2025
Agilidade não é sobre seguir frameworks - é sobre gerar valor. Veja como OKRs e Team Topologies podem impulsionar times de produto sem virar mais uma camada de burocracia.

João Zanocelo - VP de Produto e Marketing e cofundador da BossaBox

3 minutos min de leitura
Cultura organizacional, compliance, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho, Liderança
10 de setembro de 2025
Ambientes tóxicos nem sempre vêm da cultura - às vezes, vêm de uma única pessoa. Entenda como identificar e conter comportamentos silenciosos que desestabilizam equipes e ameaçam a saúde organizacional.

Tatiana Pimenta - CEO da Vittude

5 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho, Inovação & estratégia
9 de setembro de 2025
Experiência também é capital. O ROEx propõe uma nova métrica para valorizar o repertório acumulado de profissionais em times multigeracionais - e transforma diversidade etária em vantagem estratégica.

Fran Winandy e Martin Henkel

10 minutos min de leitura
Inovação
8 de setembro de 2025
No segundo episódio da série de entrevistas sobre o iF Awards, Clarissa Biolchini, Head de Design & Consumer Insights da Electrolux nos conta a estratégia por trás de produtos que vendem, encantam e reinventam o cuidado doméstico.

Rodrigo Magnago

2 minutos min de leitura
Tecnologia & inteligencia artificial, Cultura organizacional, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
5 de setembro de 2025
O maior desafio profissional hoje não é a tecnologia - é o tempo. Descubra como processos claros, IA consciente e disciplina podem transformar sobrecarga em produtividade real.

Diego Nogare

6 minutos min de leitura