A palavra “nuvem” esconde a agressividade da era em que ingressamos. “A taxa de avanço tecnológico superou, e muito, a taxa de adaptabilidade humana e precisamos acelerar nossa adaptação”, definiu o especialista Thomas Friedman na HSM Expo 2016. Em plena transição para a era da nuvem, os gestores têm dificuldade de se convencer da necessidade de adaptação; segundo o consultor Claudio Galeazzi, os brasileiros especialmente demoram muito a agir quando as coisas vão mal. O que eles deveriam fazer?
**SER UM EMPREENDEDOR PERMANENTE**
Todos os gestores precisam superar o seguinte dilema: quanto mais qualificado é um profissional, menos coragem ele tem. Seja intraempreendedor ou empreendedor, todos agora devem ter visão e competência de um lado e coragem do outro, ou serão só “águias em uma gaiola”, segundo o empreendedor Flávio Augusto da Silva.
**“A solução mais barata é a que prevalece. Por isso, carro elétrico e autoguiado é o transporte que vai prevalecer”** **Steve Wozniak, cofundador da Apple.**
**APRENDENDO COM O ANO DE 2007**
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Foi quando surgiram os unicórnios de agora – Dropbox, Evernote, Uber, Airbnb –, em torno das tecnologias mobile e das mídias sociais. Segundo o investidor Phil Libin, as tecnologias cognitivas é que impulsionarão os unicórnios da próxima década.

O manifesto empresarial “O Brasil do Século 22” foi assinado no palco do evento por empresários como Luis Alberto Garcia, do Grupo Algar, pedindo uma estratégia de longo prazo para o País com base em suas fortalezas – o agronegócio e o jeito acolhedor (ideal para o atendimento e capaz de atrair talentos externos) – e na tecnologia
**“Já temos o computador do Batman; precisamos é aproveitá-lo melhor”** **Paula Bellizia, CEO da Microsoft**
**ATUAR COM PROPÓSITO E ROMANTISMO**

As empresas precisam se organizar como sistemas vivos – em conjuntos de elementos interdependentes com um propósito comum que mudam conforme os acontecimentos, como disse o especialista em branding brasileiro Ricardo Guimarães. E elas devem ter propósito – as que têm registram o dobro da produtividade média de seus setores e são mais inovadoras, segundo pesquisa de Harvard. O especialista em marketing alemão **Tim Leberecht** pregou ainda uma reação romântica à economia dos dados. Suas três regras românticas para as organizações são: (1) enxergar a grandeza nas mínimas coisas, (2) manter o mistério e (3) sofrer – um pouco (porque sofrimento cria significado). Nesse novo mundo, a métrica de desempenho mais importante deve ser a retenção de clientes, de acordo com Phil Libin. E a tecnologia pode ser usada para a humanização, em especial a realidade virtual, que, disseminada, facilitará as pessoas se aproximarem e desenvolverem empatia, como mostrou Jeremy Bailenson, de Stanford.
**USAR UMA NOVA MATRIZ DE DECISÃO**
**Se quiser ter uma empresa realmente sustentável, consulte a matriz “Quando x Quem” em todas as suas decisões, aconselha a especialista em estratégias sustentáveis Rebecca Henderson, de Harvard. Pergunte-se quando virá o benefício pretendido e quem será seu beneficiário. A maioria das decisões, que hoje cai no quadrante 1, deve aos poucos migrar para o quadrante 4.**
**“A DIVERSIDADE NOS ENSINA”**

Provocada por essa frase de Artur Grynbaum, CEO do Grupo Boticário, que tem 50% dos cargos executivos ocupados por mulheres, a HSM Expo debateu como superar o machismo nas empresas brasileiras. O conceito de meritocracia deve ser revisto (esconde viés sexista que as atrapalha na carreira), e os negócios, mais focados em consumidoras – assim, US$ 12 trilhões seriam adicionados à economia da América Latina em dez anos.

“O maior erro é que 8 em 10 CEOs não falam em treinar pessoas em conversas sobre o futuro, só em tecnologia” Tom Peters