Em janeiro de 2019, tive a oportunidade única de participar do Encontro Anual do Fórum Econômico Mundial (WEF – World Economic Fórum, na sigla em inglês) em Davos, sendo [a única brasileira entre o grupo de 40 jovens selecionados](https://www.napratica.org.br/forum-economico-mundial-thalita-gelenske/) para proporcionar maior diversidade e trazer a perspectiva da juventude ao debate. Minha presença no evento, por si só, era um ponto fora da curva: apesar dos avanços nos últimos anos, estava em um espaço onde apenas 22% eram mulheres e a idade média dos participantes era de cerca de 54 anos (entre os homens).
Nem todos sabem, mas o WEF foi criado na década de 1970 por [Klaus Schwab](https://www.weforum.org/about/klaus-schwab) com o propósito de engajar líderes mundiais para “melhorar o estado do mundo”. O Encontro Anual é seu evento mais expressivo globalmente, reunindo os principais representantes da área da política, do mundo dos negócios, do terceiro setor, da academia e da sociedade civil para analisar tendências e moldar as agendas globais, setoriais e regionais no contexto da chamada “[Quarta Revolução Industrial](https://www.weforum.org/agenda/2016/01/the-fourth-industrial-revolution-what-it-means-and-how-to-respond/)”.![](https://revista-hsm-public.s3.amazonaws.com/uploads/0a127d4e-c6af-4ba1-b955-bc68ee5754b7.png)
Insights do Fórum Econômico Mundial sobre empatia e diversidade
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Em 2019, o tema central que moldou as discussões foi “Globalização 4.0: Moldando uma Arquitetura Global na Era da Quarta Revolução Industrial”. Ao chegar na Suíça e refletir sobre o futuro, imaginava que iria encontrar discussões predominantemente sobre temas como inteligência artificial, robótica e machine learning.
Porém, me surpreendi ao descobrir que os cinco grandes princípios que guiariam a conferência no contexto da Globalização 4.0 eram:
1. O diálogo é crítico e deve ser baseado em múltiplas partes interessadas;
2. A globalização deve ser responsável e responder às preocupações regionais e nacionais;
3. A coordenação internacional deve ser melhorada na ausência de cooperação multilateral;
4. Enfrentar os maiores desafios globais requer esforços colaborativos de empresas, governo e sociedade civil;
5. O crescimento global deve ser inclusivo e sustentável.
Trabalhando com gestão da diversidade, abri um sorriso no rosto ao ver palavras como “diálogo”, “múltiplas partes interessadas”, “esforços colaborativos” e “crescimento inclusivo e responsável”. Tive a oportunidade de me inscrever em painéis como: “o papel dos negócios em escalar as soluções em prol dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável”, “fazendo design para todos”, “inclusão de LGBTIs: o novo imperativo dos CEOs”, “inteligência artificial empática”, “mulheres no mercado de trabalho”, “religião e globalização”, “dados como um direito humano” e “o custo da desigualdade”.
Ao mesmo tempo, tive a chance de viver ações de educação experiencial (similares às que realizamos na [Blend Edu](https://www.blend-edu.com/experiencias-educacionais-empatia)) como “um dia na vida de um refugiado” e “jantar sensorial no escuro”.
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Dentre as centenas de novas informações que fui absorvendo, destaco um estudo sobre “[o futuro do trabalho](http://www3.weforum.org/docs/WEF_Future_of_Jobs.pdf)”, que destaca que 35% das habilidades consideradas como fundamentais pelo mercado devem mudar até 2020. Nesse sentido, as competências pessoais, como a flexibilidade, a capacidade de se adaptar, colaborar com os outros e facilitar processos, se tornam fundamentais para o desenvolvimento das empresas. Dentre esse hall de competências, o Fórum Econômico Mundial lista a empatia como uma das 10 habilidades mais importantes para enfrentar os desafios do mundo contemporâneo, seus conflitos, complexidades e diversidades.
![Resultado de imagem para forum economico mundial competências empatia](https://revista-hsm-public.s3.amazonaws.com/uploads/26be86d3-3923-4303-bca1-2a1cc7a7192c.png)
Segundo o dicionário, a empatia é a habilidade de se colocar no lugar do outro. Entender as suas necessidades, sentimentos, ideias e desejos de maneira genuína, usando esse conhecimento como maneira de direcionar as nossas próprias ações. No entanto, minha definição preferida é a do Scott Cook, fundador do Intuit, que diz:
“Empatizar não é simplesmente calçar o sapato dos outros. Primeiro temos que tirar os nossos próprios sapatos.”
O impacto da empatia corporativa nos resultados do negócio
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Uma das pessoas mais incríveis que tive a chance de conversar foi [Belinda Parmar](https://www.youtube.com/watch?v=rSw1XGfwuxM), selecionada como Young Global Leader pelo Fórum Econômico Mundial e a criadora do primeiro “índice de empatia corporativa” do mundo. De acordo com ela, “para que a empatia tenha um impacto sustentável e duradouro, as empresas devem entender que ela é muito mais do que uma ‘soft skill’, mas uma qualidade urgente e que pode contribuir com os resultados do negócio”.
Ao realizar o estudo com mais de 160 empresas, Belinda conseguiu comprovar que a empatia Corporativa está diretamente correlacionada com:
* Crescimento: As 10 melhores empresas no Índice de Empatia Global (2016) tiveram um aumento em seu valor mais de duas vezes maior que as 10 piores.
* Produtividade: As 10 melhores empresas também geraram 50% mais lucro por funcionário que as 10 piores.
* Receita: As 10 melhores empresas tiveram um aumento de 6% em média na receita, enquanto as 10 piores tiveram uma queda de 9% em média.
Os 8 comportamentos das empresas mais empáticas do mundo
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Belinda também compartilhou que identificou 8 comportamentos entre as empresas mais empáticas:
1. Elas se preocupam com suas culturas;
2. Elas atraem a geração Y por meio da inovação;
3. Elas tem uma liderança inclusiva (e, portanto, admirada por seus colaboradores);
4. Elas insistem em ser transparentes;
5. Elas compartilham a história e os valores por trás da sua marca;
6. Elas usam as redes sociais de maneira empática, construindo um ambiente de diálogo;
7. Elas escutam e dialogam com seus “haters”;
8. Elas fazem da ética uma prioridade do conselho de administração;
Ou seja, desenhar uma cultura inclusiva e empática é uma característica chave para o sucesso no mundo de hoje e no de amanhã.
Conteúdo produzido em colaboração entre a [Revista HSM Management](https://revistahsm.com.br/) e a [Blend Edu](http://www.blend-edu.com/), startup referência no desenvolvimento de treinamentos e experiências educacionais sobre diversidade nas empresas.