Uncategorized

A importância do design thinking nas decisões de negócio

Razão + Emoção = Inovação
Diretor-executivo de Inovação da Visa

Compartilhar:

Responda rápido: você toma uma decisão com base apenas na razão ou também leva em conta a emoção? Se procuramos contrabalançar o que pensamos e sentimos para encontrar a melhor solução, o mesmo deveria ocorrer em uma empresa. Contudo, muitos líderes decidem de maneira pragmática, com foco apenas em números de planilhas e, consequentemente, optam por cancelar um projeto que ainda nem saiu do papel e que poderia ser algo surpreendente. 

O design thinking como busca de soluções
—————————————-

As empresas começam a perceber que estão perdendo oportunidades. E é por isso que ressalto a urgência em mudar a forma de pensar dos responsáveis pela tomada de decisões e ir além dos números. Hoje, pipocam negócios ancorados em soluções inovadoras que ameaçam a hegemonia das grandes companhias em diversos setores. Para acompanhar o avanço das fintechs no mercado financeiro, por exemplo, os bancos tradicionais ampliaram seu espaço voltado para startups e expandiram a equipe de profissionais especializados em design thinking. 

Isso porque o design vai justamente na contramão ao paradigma das decisões dos líderes, equilibrando os pensamentos analítico (baseado na razão) e o criativo (emoção), e atuando na área de intercâmbio dos dois por meio da lógica do pensamento abdutivo, que busca novas ideias e conhecimentos para validar algo existente ou criado pela mente humana. Ele não resulta em verdades absolutas que são inquestionáveis, mas aponta os caminhos mais prováveis e procura a melhor explicação. E não teria como ser diferente quando se cria algo novo ou se realiza a melhoria em alguma solução. É necessário, portanto, um mix entre números e cenários, entre passado e futuro, entre pragmatismo e imaginação. O objetivo é reduzir o ângulo da mira para acertar o alvo, resultando em uma solução mais assertiva. 

As etapas das tomadas de decisão com design thinking
—————————————————-

A abordagem em solucionar problemas complexos do design thinking vem ganhando força no cenário global há cerca de 20 anos, o que pode ser considerado recente, mas que já demonstrou a sua eficácia em inúmeros empreendimentos de sucesso. O processo de tomada de decisão no design é mais ágil e composto basicamente por quatro etapas:

### Pensar

Consiste em identificar o problema com dados preliminares, fazer bons questionamentos, determinar o propósito, reconhecer os influenciadores dentro e fora da empresa, estabelecer bom relacionamento na equipe, compartilhar experiências anteriores, criar redes de suporte, praticar alteridade para mapear os stakeholders e antecipar reações positivas ou negativas à solução. 

### Sentir 

etapa que busca descobrir o real problema, construir um canal de confiança entre os participantes do projeto, fazer perguntas e anotações com foco nos detalhes, adotar uma atuação transparente para ouvir, ver e sentir com um viés inédito. 

### Fazer

É caracterizado pela ação. O foco inicial abrange três aspectos: qual o problema a resolver, como afeta meu cliente e o meu negócio, e qual a melhor saída. Em seguida, parte-se para a tática de ação por meio da comparação, da apresentação e escolha de alternativas, da ponderação dos pontos de vista dos outros integrantes da equipe e do adiamento da decisão ou da proposta de um novo estudo. 

### Acompanhar

Segue o desenvolvimento do projeto, quando se procura identificar erros e acertos, gerir expectativas, aplicar filtros, realizar um programa de governança, pivotar o projeto se ocorrer falta de engajamento do time quanto à solução e empoderar os integrantes para atuar de forma rápida em busca de uma nova alternativa se for o caso. 

Diante de problemas complexos é preciso ter uma nova abordagem, envolvendo as pessoas que atuam no desenvolvimento de uma solução. Ser disruptivo é quebrar tabus, correr riscos e seguir numa direção totalmente inédita. Propor alternativas com foco em um cenário racional pré-estabelecido é como ver apenas a ponta de um iceberg. Há muito mais por baixo d’água – e só quem consegue enxergar a sua totalidade será capaz de sair na frente e provocar uma grande transformação.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Organização

A difícil arte de premiar sem capitular

Desde Alfred Nobel, o ato de reconhecer os feitos dos seres humanos não é uma tarefa trivial, mas quando bem-feita costuma resultar em ganho reputacional para que premia e para quem é premiado

ESG
No mundo corporativo, onde a transparência é imperativa, a Washingmania expõe a desconexão entre discurso e prática. Ser autêntico não é mais uma opção, mas uma necessidade estratégica para líderes que desejam prosperar e construir confiança real.

Marcelo Murilo

8 min de leitura
Empreendedorismo
Em um mundo onde as empresas têm mais ferramentas do que nunca para inovar, por que parecem tão frágeis diante da mudança? A resposta pode estar na desconexão entre estratégia, gestão, cultura e inovação — um erro que custa bilhões e mina a capacidade crítica das organizações

Átila Persici

0 min de leitura
Tecnologias exponenciais
A ascensão da DeepSeek desafia a supremacia dos modelos ocidentais de inteligência artificial, mas seu avanço não representa um triunfo da democratização tecnológica. Embora promova acessibilidade, a IA chinesa segue alinhada aos interesses estratégicos do governo de Pequim, ampliando o debate sobre viés e controle da informação. No cenário global, a disputa entre gigantes como OpenAI, Google e agora a DeepSeek não se trata de ética ou inclusão, mas sim de hegemonia tecnológica. Sem uma governança global eficaz, a IA continuará sendo um instrumento de poder nas mãos de poucos.

Carine Roos

5 min de leitura
Tecnologias exponenciais
A revolução da Inteligência Artificial está remodelando o mercado de trabalho, impulsionando a necessidade de upskilling e reskilling como estratégias essenciais para a competitividade profissional. Empresas como a SAP já investem pesadamente na requalificação de talentos, enquanto pesquisas indicam que a maioria dos trabalhadores enxerga a IA como uma aliada, não uma ameaça.

Daniel Campos Neto

6 min de leitura
Marketing
Empresas que compreendem essa transformação colhem benefícios significativos, pois os consumidores valorizam tanto a experiência quanto os produtos e serviços oferecidos. A Inteligência Artificial (IA) e a automação desempenham um papel fundamental nesse processo, permitindo a resolução ágil de demandas repetitivas por meio de chatbots e assistentes virtuais, enquanto profissionais se concentram em interações mais complexas e empáticas.

Gustavo Nascimento

4 min de leitura
Empreendedorismo
Pela primeira vez, o LinkedIn ultrapassa o Google e já é o segundo principal canal das empresas brasileiras. E o seu negócio, está pronto para essa nova era da comunicação?

Bruna Lopes de Barros

5 min de leitura
ESG
O etarismo continua sendo um desafio silencioso no ambiente corporativo, afetando tanto profissionais experientes quanto jovens talentos. Mais do que uma questão de idade, essa barreira limita a inovação e prejudica a cultura organizacional. Pesquisas indicam que equipes intergeracionais são mais criativas e produtivas, tornando essencial que empresas invistam na diversidade etária como um ativo estratégico.

Cleide Cavalcante

4 min de leitura
Empreendedorismo
A automação e a inteligência artificial aumentam a eficiência e reduzem a sobrecarga, permitindo que advogados se concentrem em estratégias e no atendimento personalizado. No entanto, competências humanas como julgamento crítico, empatia e ética seguem insubstituíveis.

Cesar Orlando

5 min de leitura
ESG
Em um mundo onde múltiplas gerações coexistem no mercado, a chave para a inovação está na troca entre experiência e renovação. O desafio não é apenas entender as diferenças, mas transformá-las em oportunidades. Ao acolher novas perspectivas e desaprender o que for necessário, criamos ambientes mais criativos, resilientes e preparados para o futuro. Afinal, o sucesso não pertence a uma única geração, mas à soma de todas elas.

Alain S. Levi

6 min de leitura
Carreira
O medo pode paralisar e limitar, mas também pode ser um convite para a ação. No mundo do trabalho, ele se manifesta na insegurança profissional, no receio do fracasso e na resistência à mudança. A liderança tem papel fundamental nesse cenário, influenciando diretamente a motivação e o bem-estar dos profissionais. Encarar os desafios com autoconhecimento, preparação e movimento é a chave para transformar o medo em crescimento. Afinal, viver de verdade é aceitar riscos, aprender com os erros e seguir em frente, com confiança e propósito.

Viviane Ribeiro Gago

4 min de leitura