Uncategorized

A maldição do Maple Syrup

Cofundador e CKO da HSM

Compartilhar:

Ben Horowitz não nasceu no Brasil. Eu teria muita curiosidade de saber quais seriam suas “duras verdades sobre os fatos” se ele fosse um investidor de venture capital ou um empreendedor neste País. Talvez ele se saísse com poesia diante das dificuldades nacionais e seu livro, aqui, fosse intitulado segundo uma sabedoria popular de que me falaram esses dias: “A rapadura é doce, mas não é mole”. As lições do extremamente bem-sucedido Horowitz em The Hard Thing About Hard Things são um dos destaques desta edição. 

Há muito o que aprender com ele, inclusive o fato de que a luta nos Estados Unidos não é menos dura do que a nossa: pode haver menos complicações no arcabouço regulatório e no ambiente macroeconômico, mas a competição em si é bem pesada –imagine o maple syrup, melado de panquecas que é primo da rapadura, em estado tão sólido de quebrar o queixo. Esta edição também trata de outro tema pesado –a falta de água e a falta de inovação na água–, porém assuntos leves entraram igualmente na pauta, a começar por nossa matéria de capa, o ranking de 2015 das melhores empresas para trabalhar na América Latina. 

Qualquer executivo do Brasil que pense em uma carreira internacional hoje –e um número cada vez maior cogita o assunto– sabe que seu caminho passa pelos mercados vizinhos e que precisa entender como o trabalho se organiza na região. Outro momento de leveza é nosso Dossiê, sobre o lado humano do big data analytics. Quem diria que, em uma seara tecnológica e fria como essa, as companhias começariam a perceber tão rapidamente que os computadores não fazem tudo e que as pessoas ainda respondem por 70% do desempenho? Quase tão leve quanto uma pluma é a reportagem feita na Volvo brasileira, sediada em Curitiba, mestre em engajamento de funcionários. O RH da montadora cuida até da parte psicológica de seus colaboradores, fazendo, por exemplo, programa de pré-aposentadoria para o pessoal poder se acostumar com a ideia de se afastar daquele ambiente. É um RH cada vez mais estratégico, como deveria ser. A leveza ainda está na inovação consciente de Lourenço Bustani, nosso entrevistado que será um dos palestrantes do HSM Business Summit, em junho. Fica claro em suas palavras por que ele chamou a atenção de um líder como Carlos Brito, da AB InBev, e de uma revista como a Fast Company, que o elencou entre os mais criativos do mundo. Esse jovem brasileiro é praticamente um Theodore Levitt 2.0. 

Eu, que tenho coração mole, mas fico de olho nas hard things, gostei particularmente da matéria sobre as metas, que explicita os erros cometidos por boa parte das empresas brasileiras na hora de arquitetar seu crescimento. Além de falar concretamente de erros e acertos nesse ponto, a reportagem destaca o lado científico do processo e enfatiza seis fatores que fazem diferença. Chega de frustração e estresse por causa de metas, não? Por fim, esta revista se despede, com grande torcida, de Renato Janine Ribeiro, nosso colunista que se tornou nosso ministro da Educação. E conta muitas histórias empresariais úteis –não deixe de ler nenhuma–, provando que o maple syrup sólido ou a rapadura brasileira podem ser uma maldição, mas também uma bênção.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Jornada de trabalho

Redução da jornada: um passo para a saúde mental e inclusão no trabalho

A redução da jornada para 36 horas semanais vai além do bem-estar: promove saúde mental, equidade de gênero e inclusão no trabalho. Dados mostram como essa mudança beneficia especialmente mulheres negras, aliviando a sobrecarga de tarefas e ampliando oportunidades. Combinada a modelos híbridos, fortalece a produtividade e a retenção de talentos.

Liderança na gestão do mundo híbrido

Este modelo que nasceu da necessidade na pandemia agora impulsiona o engajamento, reduz custos e redefine a gestão. Para líderes, o desafio é alinhar flexibilidade, cultura organizacional e performance em um mercado cada vez mais dinâmico.

Data economy: Como a inteligência estratégica redefine a competitividade no século XXI

Na era digital, os dados emergem como o ativo mais estratégico, capaz de direcionar decisões, impulsionar inovações e assegurar vantagem competitiva. Transformar esse vasto volume de informações em valor concreto exige infraestrutura robusta, segurança aprimorada e governança ética, elementos essenciais para fortalecer a confiança e a sustentabilidade nos negócios.

China

O Legado do Progresso

A celebração dos 120 anos de Deng Xiaoping destaca como suas reformas revolucionaram a China, transformando-a em uma potência global e marcando uma era de crescimento econômico, inovação e avanços sociais sem precedentes.

Uncategorized
A redução da jornada para 36 horas semanais vai além do bem-estar: promove saúde mental, equidade de gênero e inclusão no trabalho. Dados mostram como essa mudança beneficia especialmente mulheres negras, aliviando a sobrecarga de tarefas e ampliando oportunidades. Combinada a modelos híbridos, fortalece a produtividade e a retenção de talentos.

Carine Roos

4 min de leitura
Inovação
Hábitos culturais e volume de usuários dão protagonismo ao Brasil na evolução de serviços financeiros por aplicativos de mensageria

Rodrigo Battella

0 min de leitura
Uncategorized
Este modelo que nasceu da necessidade na pandemia agora impulsiona o engajamento, reduz custos e redefine a gestão. Para líderes, o desafio é alinhar flexibilidade, cultura organizacional e performance em um mercado cada vez mais dinâmico.

Ana Fontes

4 min de leitura
Uncategorized
Na era digital, os dados emergem como o ativo mais estratégico, capaz de direcionar decisões, impulsionar inovações e assegurar vantagem competitiva. Transformar esse vasto volume de informações em valor concreto exige infraestrutura robusta, segurança aprimorada e governança ética, elementos essenciais para fortalecer a confiança e a sustentabilidade nos negócios.

Marcelo Murilo

7 min de leitura
Uncategorized
A celebração dos 120 anos de Deng Xiaoping destaca como suas reformas revolucionaram a China, transformando-a em uma potência global e marcando uma era de crescimento econômico, inovação e avanços sociais sem precedentes.

Edward Tse

3 min de leitura
Gestão de Pessoas
Polímatas e Lifelong Learners: explorando perfis distintos que, juntos, podem transformar o ambiente de trabalho em um espaço de inovação, aprendizado contínuo e versatilidade.

Rafael Bertoni

4 min de leitura
Uncategorized
Liderança em tempos de brain rot: como priorizar o que realmente importa para moldar um futuro sustentável e inspirador.

Anna Luísa Beserra

0 min de leitura
Gestão de Pessoas
Em meio à letargia de fim de ano, um chamado à consciência: os últimos dias de 2024 são uma oportunidade valiosa de ressignificar trajetórias e construir propósito.

Laís Macedo

4 min de leitura
Empreendedorismo
Liderar empresas que continuamente estão inovando é um desafio diário, mas cada questão se torna um aprendizado se feito com empatia e valorização.

Ana Carolina Gozzi

3 min de leitura