Direto ao ponto

A revolução das moedas digitais

Em artigo publicado no *Global Times*, Liao Zhengrong afirma que há um movimento global em favor das moedas digitais

Compartilhar:

Enquanto a luta global contra a epidemia continua, uma silenciosa transformação digital acontece. “Estados Unidos, Europa, Japão e outros países estão mudando gradualmente suas atitudes em relação às moedas digitais, de negativas para positivas.” Essa é a opinião de Liao Zhengrong,diretor do Instituto de Desenvolvimento Pacífico da Academia Chinesa de Ciências Sociais, em artigo publicado no jornal Global Times, cujo editor é Hu Xijin, que ficou famoso ao participar dos protestos de 1989 na Praça da Paz Celestial, em Pequim.

Para Zhengrong, há três tipos principais de moedas digitais: as criptomoedas, como o bitcoin, baseado em blockchain; a “moeda estável”, como a Libra do Facebook, e os ativos, como dólar americano, euro, libra esterlina, usados como reservas de emissão para garantir a estabilidade monetária.

Em paralelo, uma força tarefa do G7 em parceria com bancos centrais de seus países-membros está tentando entender como garantir a segurança em relação a essas moedas e coordenar iniciativas individuais. Uma das razões para a inovação, segundo Relatório do Banco de Compensações Internacionais, é que a pandemia de Covid-19 mudou o modelo de negócios, aumentando as formas de pagamento sem contato.

## Dilemas éticos no uso da moeda digital
Em 2017, a China estabeleceu o Instituto de Pesquisa de Moeda Digital. “Desde abril, estão sendo realizados testes com o uso de apps como Alipay e WeChat Pay”, afirma.

No ano passado, o especialista em moedas Kenneth Rogoff afirmou que a moeda digital do Banco Popular da China pode se tornar a que será usada clandestinamente em todo o mundo, para evasão fiscal, crime e terrorismo. Ele fez um alerta sobre uma “guerra de moedas digitais” entre os bancos centrais, envolvendo não apenas os benefícios de estabelecer novos numerários, como também sobre a capacidade do país de monitorar e tributar a economia.

O Banco Popular da China declarou que o teste-piloto com o dinheiro digital não significa que a versão virtual do renminbi (moeda oficial da República Popular da China) será emitida. Para ele, embora não exista uma data oficial de lançamento, o “renminbi digital” está prestes a substituir o dinheiro em circulação. “Mesmo que possam ser exportados para o exterior com sistemas de pagamento como WeChat e Alipay, outros países podem restringi-los ou bani-los”, alerta.

Em teoria, a moeda digital pode ser emitida diretamente pelo Banco Central para indivíduos e entidades, sem a necessidade de bancos. Zhengrong afirma que o enorme sistema intermediário financeiro global está enfrentando uma reconstrução completa, “ou até mesmo um colapso”.

Resta saber se a autoridade monetária pode ser confiável na proteção da privacidade pessoal e na defesa dos direitos dos usuários da moeda digital. Segundo Zhengrong, a aplicação da tecnologia tem limites éticos. “É uma atitude responsável ser cauteloso sobre a moeda digital do Banco Central.”

Compartilhar:

Artigos relacionados

Inovação

Living Intelligence: A nova espécie de colaborador

Estamos entrando na era da Inteligência Viva: sistemas que aprendem, evoluem e tomam decisões como um organismo autônomo. Eles já estão reescrevendo as regras da logística, da medicina e até da criatividade. A pergunta que nenhuma empresa pode ignorar: como liderar equipes quando metade delas não é feita de pessoas?

Liderar GenZ’s: As relações de trabalho estão mudando…

Mais da metade dos jovens trabalhadores já não acredita no valor de um diploma universitário — e esse é só o começo da revolução que está transformando o mercado de trabalho. Com uma relação pragmática com o emprego, a Geração Z encara o trabalho como negócio, não como projeto de vida, desafiando estruturas hierárquicas e modelos de carreira tradicionais. A pergunta que fica: as empresas estão prontas para se adaptar, ou insistirão em um sistema que não conversa mais com a principal força de trabalho do futuro?

Inovação
Estamos entrando na era da Inteligência Viva: sistemas que aprendem, evoluem e tomam decisões como um organismo autônomo. Eles já estão reescrevendo as regras da logística, da medicina e até da criatividade. A pergunta que nenhuma empresa pode ignorar: como liderar equipes quando metade delas não é feita de pessoas?

Átila Persici

6 min de leitura
Gestão de Pessoas
Mais da metade dos jovens trabalhadores já não acredita no valor de um diploma universitário — e esse é só o começo da revolução que está transformando o mercado de trabalho. Com uma relação pragmática com o emprego, a Geração Z encara o trabalho como negócio, não como projeto de vida, desafiando estruturas hierárquicas e modelos de carreira tradicionais. A pergunta que fica: as empresas estão prontas para se adaptar, ou insistirão em um sistema que não conversa mais com a principal força de trabalho do futuro?

Rubens Pimentel

4 min de leitura
Tecnologias exponenciais
US$ 4,4 trilhões anuais. Esse é o prêmio para empresas que souberem integrar agentes de IA autônomos até 2030 (McKinsey). Mas o verdadeiro desafio não é a tecnologia – é reconstruir processos, culturas e lideranças para uma era onde máquinas tomam decisões.

Vitor Maciel

6 min de leitura
ESG
Um ano depois e a chuva escancara desigualdades e nossa relação com o futuro

Anna Luísa Beserra

6 min de leitura
Empreendedorismo
Liderar na era digital: como a ousadia, a IA e a visão além do status quo estão redefinindo o sucesso empresarial

Bruno Padredi

5 min de leitura
Liderança
Conheça os 4 pilares de uma gestão eficaz propostos pelo Vice-Presidente da BossaBox

João Zanocelo

6 min de leitura
Inovação
Eventos não morreram, mas 78% dos participantes já rejeitam formatos ultrapassados. O OASIS Connection chega como antídoto: um laboratório vivo onde IA, wellness e conexões reais recriam o futuro dos negócios

Vanessa Chiarelli Schabbel

5 min de leitura
Marketing
Entenda por que 90% dos lançamentos fracassam quando ignoram a economia comportamental. O Nobel Daniel Kahneman revela como produtos são criados pela lógica, mas comprados pela emoção.

Priscila Alcântara

8 min de leitura
Liderança
Relatórios do ATD 2025 revelam: empresas skills-based se adaptam 40% mais rápido. O segredo? Trilhas de aprendizagem que falam a língua do negócio.

Caroline Verre

4 min de leitura
Liderança
Por em prática nunca é um trabalho fácil, mas sempre é um reaprendizado. Hora de expor isso e fazer o que realmente importa.

Caroline Verre

5 min de leitura