Uncategorized

A serenidade é fundamental aos executivos brasileiros

Pesquisas da BTA mostram o que está acontecendo com eles nesta crise, dos problemas de saúde à consciência da necessidade de uma mudança cultural
Professora da PUC Minas Gerais e do Insead, da França, consultora da Betania Tanure Associados e coautora de Estratégia e Gestão Empresarial, com Sumantra Ghoshal, entre outros.

Compartilhar:

Serenidade. Essa é uma palavra-chave quando se fala de liderança, especialmente no momento atual, em que o mundo, e o Brasil de modo particular, se move com grande intensidade em resposta à necessidade de mudança de modelos de negócio. 

Pensando sobre as competências necessárias aos executivos nos dias de hoje, a serenidade, aliada ao profundo conhecimento da dinâmica do negócio, é chave. Sob o nível de tensão que vivemos, até os executivos mais experientes correm o risco de tropeçar sem os dois requisitos, “matando” competências nucleares da empresa ao capitanear mudanças sem manejar conscientemente as várias dimensões organizacionais – estrutura, processos, estratégias, pessoas e liderança, articulados pelo propósito e pela cultura. 

![](https://revista-hsm-public.s3.amazonaws.com/uploads/0b6650a9-1cda-445f-b2ba-5c8695b33ee8.jpeg)

Nossas pesquisas sobre as competências dos executivos requeridas neste momento revelam que a cultura é apontada pelos dirigentes das empresas como a dimensão que mais precisa mudar. Uma diferença fundamental entre a crise atual e outras já vividas no Brasil é que hoje há consciência – e ação – dos bons dirigentes quanto ao fato de que cortar e cortar não é suficiente para chegar a resultados sustentáveis – sinal de maturidade. As competências racionais, objetivas, dos líderes são muito importantes, mas nosso foco é saber da reação deles à intensa pressão. Qual o nível de tensão? Há espaço para a serenidade? O gráfico ao lado permite ter uma visão desse comportamento. Nossas pesquisas revelam que, se o nível de tensão é muito baixo, falta motivação para maiores desafios; se é alto demais, a capacidade analítica e decisória das pessoas é afetada. 

Nos dois casos, a competência e a performance podem ser prejudicadas. Outro reflexo da crise, e das frequentes mudanças radicais, que, apesar do caráter pessoal, tem forte impacto no desempenho profissional são os problemas de saúde. Dor de cabeça, dor no peito, úlcera, dificuldade de dormir, obesidade, alcoolismo e drogas são os mais comuns, somando-se a depressão e diminuição do apetite sexual. Vale o preço? Provavelmente não, mas é possível fazer diferente, e volto a dizer que para isso serenidade é palavra-chave. 

Não há uma fórmula única para a serenidade, mas algumas ideias podem ajudar. O que um bom comandante de navio em um mar revolto faz? Ele conhece com maestria os instrumentos de bordo, sabe interpretar o impacto dos ventos e tem muita clareza de seu norte – a causa capaz de mobilizar todos na direção certa.  

O mesmo vale para os líderes em situação de crise. Seu papel é também fazer a gestão do ciclo de sentimentos típicos desse momento e, antes, manejar os próprios sentimentos. Reserve tempo para conversar com as pessoas e ouvi-las, em vez de ficar só apagando incêndios. Assim haverá menos fogo e as pessoas chegarão à tensão produtiva (veja o gráfico).  Aumentará a chance de a viagem ser boa.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Inovação & estratégia
27 de outubro de 2025
Programas corporativos de idiomas oferecem alto valor percebido com baixo custo real - uma estratégia inteligente que impulsiona engajamento, reduz turnover e acelera resultados.

Diogo Aguilar - Fundador e Diretor Executivo da Fluencypass

4 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Inovação & estratégia
25 de outubro de 2025
Em empresas de capital intensivo, inovar exige mais do que orçamento - exige uma cultura que valorize a ambidestria e desafie o culto ao curto prazo.

Atila Persici Filho e Tabatha Fonseca

17 minutos min de leitura
Inovação & estratégia
24 de outubro de 2025
Grandes ideias não falham por falta de potencial - falham por falta de método. Inovar é transformar o acaso em oportunidade com observação, ação e escala.

Priscila Alcântara e Diego Souza

6 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
23 de outubro de 2025
Alta performance não nasce do excesso - nasce do equilíbrio entre metas desafiadoras e respeito à saúde de quem entrega os resultados.

Rennan Vilar - Diretor de Pessoas e Cultura do Grupo TODOS Internacional.

4 minutos min de leitura
Uncategorized
22 de outubro de 2025
No setor de telecom, crescer sozinho tem limite - o futuro está nas parcerias que respeitam o legado e ampliam o potencial dos empreendedores locais.

Ana Flavia Martins - Diretora executiva de franquias da Algar

4 minutos min de leitura
Marketing & growth
21 de outubro de 2025
O maior risco do seu negócio pode estar no preço que você mesmo definiu. E copiar o preço do concorrente pode ser o atalho mais rápido para o prejuízo.

Alexandre Costa - Fundador do grupo Attitude Pricing (Comunidade Brasileira de Profissionais de Pricing)

5 minutos min de leitura
Bem-estar & saúde
20 de outubro de 2025
Nenhuma equipe se torna de alta performance sem segurança psicológica. Por isso, estabelecer segurança psicológica não significa evitar conflitos ou suavizar conversas difíceis, mas sim criar uma cultura em que o debate seja aberto e respeitoso.

Marília Tosetto - Diretora de Talent Management na Blip

4 minutos min de leitura
Inovação & estratégia, Marketing & growth
17 de outubro de 2025
No Brasil, quem não regionaliza a inovação está falando com o país certo na língua errada - e perdendo mercado para quem entende o jogo das parcerias.

Rafael Silva - Head de Parcerias e Alianças na Lecom

3 minutos min de leitura
Bem-estar & saúde, Tecnologia & inteligencia artificial
16 de outubro de 2025
A saúde corporativa está em colapso silencioso - e quem não usar dados para antecipar vai continuar apagando incêndios.

Murilo Wadt - Cofundador e diretor geral da HealthBit

3 minutos min de leitura
Bem-estar & saúde
15 de outubro de 2025
Cuidar da saúde mental virou pauta urgente - nas empresas, nas escolas, nas nossas casas. Em um mundo acelerado e hiperexposto, desacelerar virou ato de coragem.

Viviane Mansi - Conselheira de empresas, mentora e professora

3 minutos min de leitura

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #169

TECNOLOGIAS MADE IN BRASIL

Não perdemos todos os bondes; saiba onde, como e por que temos grandes oportunidades de sucesso (se soubermos gerenciar)

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #169

TECNOLOGIAS MADE IN BRASIL

Não perdemos todos os bondes; saiba onde, como e por que temos grandes oportunidades de sucesso (se soubermos gerenciar)