Uncategorized

A sororidade no varejo brasileiro

Fátima Merlin é autora dos livros Shoppercracia e Meu Cliente Voltou, e Agora?, sócia-fundadora da Connect Shopper e uma das idealizadoras do Grupo Mulheres do Varejo (MdV).

Compartilhar:

O ano de 2019 começa com sabor novo, ao menos para nós. Formatamos, na reta final de 2018, o Grupo Mulheres do Varejo (MdV), com o propósito de promover, construir e disseminar estratégias, ações e boas práticas que propiciem as condições necessárias para fortalecer o papel e ampliar a participação e a liderança da mulher no varejo e acelerar a transição do setor para a era 4.0. Essa era é pautada por valores como acolhimento, proximidade, orientação às pessoas, atenção ao ambiente, forte tendência à cooperação, ações inclusivas e empatia, entre outros atributos familiares ao universo feminino. O fortalecimento das mulheres no varejo, portanto, não é mais uma questão de gênero, e sim de estilo de liderança. 

Tudo começou com um despretensioso grupo de WhatsApp que reuniu 100 mulheres, todas atuantes direta ou indiretamente no varejo, a maior parte em posições de alta liderança. Em pouco tempo, dez se candidataram a montar um comitê executivo, um planejamento estratégico foi elaborado, criaram-se logotipo e apresentação institucional, os perfis de redes sociais foram abertos e hoje cerca de 500 mulheres já fazem parte do grupo. No Facebook, já somos mais de 11 mil.

A ideia é que o MdV possa ser uma referência na construção de uma nova onda do setor inspirada na força feminina, construindo laços, trazendo mais equilíbrio e inovação à gestão, trazendo mais resultado ao varejo, à economia e à sociedade. Juntas queremos ser agentes de mudança no setor. 

A primeira iniciativa do MdV foi uma pesquisa para identificar oportunidades e desafios quanto ao papel da mulher do varejo, com quase 100 respondentes entre 26 e 61 anos de idade. “Autoritarismo, machismo, preconceito, discriminação” foram as principais palavras citadas por elas quando quando questionadas sobre a relação entre homens e mulheres no setor. Um total de 70% admitem falta de clareza, parcial ou total, sobre qual o papel feminino no varejo, sendo que somente um terço afirmou entender mesmo a força e as possibilidades das mulheres. O estágio das mulheres no setor ainda é primário para 80% delas, ainda que em desenvolvimento. E, se 29% declaram perceber uma complementariedade e um trabalho de forma colaborativa entre os gêneros, 62% afirmam que não estão satisfeitas com a relação entre homens e mulheres no trabalho. 

Um número assustador apareceu na pergunta sobre o nível de esforço para alcançar cargos de direção: para 80%, ele é muito alto. Como avançar mais fácil? Das entrevistadas, 51% acreditam que é necessário o empoderamento e a melhoria na autoestima das mulheres, enquanto 48% reforçam que é crucial a mudança das empresas, seja por conscientização, seja por lei. Empresas preparadas para a maternidade, cotas nas atividades de recrutamento e seleção, cotas nos cargos de liderança e igualdade salarial foram alguns movimentos sugeridos. 

Quase um terço, 28%, também prega uma aliança feminina forte, com menos competição e mais união entre as executivas do setor, o que se materializaria em trocas formais de experiências, networking, mentoria, encontros, trabalhos em grupo. Para mais de 70%, o networking ajuda nisso – algo em que, historicamente, as mulheres deixam a desejar. 

O MdV vem proporcionar tudo isso, e já tem seu pilar principal: o desenvolvimento das executivas.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Uncategorized
0 min de leitura
Inovação & estratégia
18 de novembro de 2025
Com agilidade, baixo risco e cofinanciamento não reembolsável, a Embrapii transforma desafios tecnológicos em inovação real, conectando empresas à ciência de ponta e impulsionando a nova economia industrial brasileira.

Eline Casasola - CEO da Atitude Inovação, Atitude Collab e sócia da Hub89 empresas

4 minutos min de leitura
Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
17 de novembro de 2025
A cultura de cocriação só se consolida quando líderes desapegam do comando-controle e constroem ambientes de confiança, autonomia e valorização da experiência - especialmente do talento sênior.

Juliana Ramalho - CEO da Talento Sênior

4 minutos min de leitura
Liderança
14 de novembro de 2025
Como dividir dúvidas, receios e decisões no topo?

Rubens Pimentel - CEO da Trajeto Desenvolvimento Empresarial

2 minutos min de leitura
Sustentabilidade
13 de novembro de 2025
O protagonismo feminino se consolidou no movimento com a Carta das Mulheres para a COP30

Luiza Helena Trajano e Fabiana Peroni

5 min de leitura
ESG, Liderança
13 de novembro de 2025
Saiba o que há em comum entre o desengajamento de 79% da força de trabalho e um evento como a COP30

Viviane Mansi - Conselheira de empresas, mentora e professora

3 minutos min de leitura
Inovação & estratégia
12 de novembro de 2025
Modernizar o prazo de validade com o conceito de “best before” é mais do que uma mudança técnica - é um avanço cultural que conecta o Brasil às práticas globais de consumo consciente, combate ao desperdício e construção de uma economia verde.

Lucas Infante - CEO da Food To Save

3 minutos min de leitura
Inovação & estratégia, ESG
11 de novembro de 2025
Com a COP30, o turismo sustentável se consolida como vetor estratégico para o Brasil, unindo tecnologia, impacto social e preservação ambiental em uma nova era de desenvolvimento consciente.

André Veneziani - Vice-Presidente Comercial Brasil & América Latina da C-MORE Sustainability

3 minutos min de leitura
Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
10 de novembro de 2025
A arquitetura de software deixou de ser apenas técnica: hoje, ela é peça-chave para transformar estratégia em inovação real, conectando visão de negócio à entrega de valor com consistência, escalabilidade e impacto.

Diego Souza - Principal Technical Manager no CESAR, Dayvison Chaves - Gerente do Ambiente de Arquitetura e Inovação e Diego Ivo - Gerente Executivo do Hub de Inovação, ambos do BNB

8 minutos min de leitura
Bem-estar & saúde
7 de novembro de 2025
Investir em bem-estar é estratégico - e mensurável. Com dados, indicadores e integração aos OKRs, empresas transformam cuidado com corpo e mente em performance, retenção e vantagem competitiva.

Luciana Carvalho - CHRO da Blip, e Ricardo Guerra - líder do Wellhub no Brasil

4 minutos min de leitura

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #170

O que ficou e o que está mudando na gangorra da gestão

Esta edição especial, que foi inspirada no HSM+2025, ajuda você a entender o sobe-e-desce de conhecimentos e habilidades gerenciais no século 21 para alcançar a sabedoria da liderança

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #170

O que ficou e o que está mudando na gangorra da gestão

Esta edição especial, que foi inspirada no HSM+2025, ajuda você a entender o sobe-e-desce de conhecimentos e habilidades gerenciais no século 21 para alcançar a sabedoria da liderança