Espaço lifelong learning

Adeus, ano velho

Para muitos, 2020 foi um ano para esquecer. mas fim de ano é tempo de revisar as lições aprendidas e pensar nas próprias vulnerabilidades
Jornalista com ampla experiência nas áreas de negócios, inovação e tecnologia. Especializado em produção de conteúdo para veículos de mídia, branded content e gestão de projetos multiplataforma (online, impresso e eventos). Vencedor dos prêmios Citi Journalistic Excellence Award e Editora Globo de Jornalismo. Também é gerente de conteúdo da HSM Management.

Compartilhar:

Mesmo com um 2020 que muitos de nós gostaríamos de esquecer, finais de ano sempre têm aquele ar meio nostálgico. Saudades do que vivemos (e do que não vivemos, como diria o poeta).

Em meio a uma pandemia global, aprendemos a trabalhar a distância e a conviver com nossas crianças em casa 24 horas por dia. Descobrimos que não precisamos atravessar cidades (ou até países) para fazer figuração em reuniões. Também percebemos que podemos contar mais uns com os outros. O distanciamento social, olha só que ironia, nos obrigou a reforçar nossos vínculos de confiança e redes de colaboração.

Foi mais pela dor do que pelo amor. Mas aprendemos que o futuro está em modelos abertos, inclusivos e compartilhados. Com alguma sorte, o saldo final deste ano pode vir a ser uma conscientização sobre essa nova realidade. Tendo em vista as perspectivas que se apresentavam há alguns meses, não será pouca coisa. Sobretudo em um mundo que parece cada vez mais ameaçado por movimentos autoritários, dogmáticos e segregacionistas. Pode ser o espírito otimista das festas de fim de ano falando. Mas já podemos ver alguns ventos soprando nessa direção. As últimas eleições americanas mandam uma mensagem poderosa nesse sentido.

No meu balanço pessoal, posso dizer que chego aqui com algumas conquistas na bagagem. Meio combalido, exausto e chacoalhado. Mas com lições importantes para começar o ano que vem. Abrir mão do controle talvez seja a mais importante de todas. Os últimos meses não foram para candidatos a super-heróis, mas para quem se mostrou disposto a mostrar suas próprias vulnerabilidades. Confiar nas pessoas é uma arte que andava meio esquecida. E que tem se mostrado cada vez mais essencial para lidar com esse período de incerteza que deve continuar nos acompanhando durante algum tempo.

Acredito na máxima de que se conselho fosse bom não seria de graça. Mas gostaria de encerrar a última coluna do ano com algumas lições aprendidas que pretendo incluir na minha lista de promessas para 2021. Confiar mais, ajudar mais e pedir mais ajuda. E, antes que eu me esqueça, uma última dica. Lembre-se: existe um lugar especial no inferno para quem marca Zoom na hora do almoço.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Tecnologia

DeepSeek e IA global: Uma corrida por supremacia, não por ética

A ascensão da DeepSeek desafia a supremacia dos modelos ocidentais de inteligência artificial, mas seu avanço não representa um triunfo da democratização tecnológica. Embora promova acessibilidade, a IA chinesa segue alinhada aos interesses estratégicos do governo de Pequim, ampliando o debate sobre viés e controle da informação. No cenário global, a disputa entre gigantes como OpenAI, Google e agora a DeepSeek não se trata de ética ou inclusão, mas sim de hegemonia tecnológica. Sem uma governança global eficaz, a IA continuará sendo um instrumento de poder nas mãos de poucos.

Upskilling e reskilling: preparando-se na era da IA Generativa

A revolução da Inteligência Artificial está remodelando o mercado de trabalho, impulsionando a necessidade de upskilling e reskilling como estratégias essenciais para a competitividade profissional. Empresas como a SAP já investem pesadamente na requalificação de talentos, enquanto pesquisas indicam que a maioria dos trabalhadores enxerga a IA como uma aliada, não uma ameaça.

Customer experience: como encantar e fidelizar clientes na era da personalização inteligente

Empresas que compreendem essa transformação colhem benefícios significativos, pois os consumidores valorizam tanto a experiência quanto os produtos e serviços oferecidos. A Inteligência Artificial (IA) e a automação desempenham um papel fundamental nesse processo, permitindo a resolução ágil de demandas repetitivas por meio de chatbots e assistentes virtuais, enquanto profissionais se concentram em interações mais complexas e empáticas.

Idade não é limite: combatendo o etarismo e fortalecendo a inclusão geracional no trabalho

O etarismo continua sendo um desafio silencioso no ambiente corporativo, afetando tanto profissionais experientes quanto jovens talentos. Mais do que uma questão de idade, essa barreira limita a inovação e prejudica a cultura organizacional. Pesquisas indicam que equipes intergeracionais são mais criativas e produtivas, tornando essencial que empresas invistam na diversidade etária como um ativo estratégico.

Empreendedorismo, Diversidade
A entrega do Communiqué pelo W20 destaca o compromisso global com a igualdade de gênero, enfatizando a valorização e o fortalecimento da Economia do Cuidado para promover uma sociedade mais justa e produtiva para as mulheres em todo o mundo

Ana Fontes

3 min de leitura
Diversidade
No ambiente corporativo atual, integrar diferentes gerações dentro de uma organização pode ser o diferencial estratégico que define o sucesso. A diversidade de experiências, perspectivas e habilidades entre gerações não apenas enriquece a cultura organizacional, mas também impulsiona inovação e crescimento sustentável.

Marcelo Murilo

21 min de leitura
Finanças
Casos de fraude contábil na Enron e Americanas S.A. revelam falhas em governança corporativa e controles internos, destacando a importância de transparência e auditorias eficazes para a integridade empresarial

Marco Milani

3 min de leitura
Liderança
Valorizar o bem-estar e a saúde emocional dos colaboradores é essencial para um ambiente de trabalho saudável e para impulsionar resultados sólidos, com lideranças empáticas e conectadas sendo fundamentais para o crescimento sustentável das empresas.

Ana Letícia Caressato

6 min de leitura
Empreendedorismo
A agência dos agentes em sistemas complexos atua como força motriz na transformação organizacional, conectando indivíduos, tecnologias e ambientes em arranjos dinâmicos que moldam as interações sociais e catalisam mudanças de forma inovadora e colaborativa.

Manoel Pimentel

3 min de leitura
Liderança
Ascender ao C-level exige mais que habilidades técnicas: é preciso visão estratégica, resiliência, uma rede de relacionamentos sólida e comunicação eficaz para inspirar equipes e enfrentar os desafios de liderança com sucesso.

Claudia Elisa Soares

6 min de leitura
Diversidade, ESG
Enquanto a diversidade se torna uma vantagem competitiva, o reexame das políticas de DEI pelas corporações reflete tanto desafios econômicos quanto uma busca por práticas mais autênticas e eficazes

Darcio Zarpellon

8 min de leitura
Liderança
E se o verdadeiro poder da sua equipe só aparecer quando o líder estiver fora do jogo?

Lilian Cruz

3 min de leitura
ESG
Cada vez mais palavras de ordem, imperativos e até descontrole tomam contam do dia-dia. Nesse costume, poucos silêncios são entendidos como necessários e são até mal vistos. Mas, se todos falam, no fim, quem é que está escutando?

Renata Schiavone

4 min de leitura
Finanças
O primeiro semestre de 2024 trouxe uma retomada no crédito imobiliário, impulsionando o consumo e apontando um aumento no apetite das empresas por crédito. A educação empreendedora surge como um catalisador para o desenvolvimento de startups, com foco em inovação e apoio de mentorias.

João Boos

6 min de leitura