Alcançar a cadeira máxima de liderança, seja como CEO, ou, ainda, um assento estratégico e de alto nível hierárquico, ocupando qualquer posição C-Level é considerada uma oportunidade para poucos profissionais – não só por aceitarem este desafio, mas se prepararem para estar neste lugar. E, embora com qualidades técnicas e comportamentais, muitas vezes, altamente satisfatórias para ocupar o espaço, por vezes, o desenvolvimento contínuo de um líder se estaciona ao chegar nesta posição, o que pode, consequentemente, colocar em ‘risco’ toda a companhia.
É lugar comum falar que o líder precisa investir no aprimoramento de suas habilidades continuamente. Ele precisa ter total convicção que toda a equipe esteja em sinergia e alinhada com os objetivos de negócios da empresa. Hoje, por conta da evolução muito mais acelerada do mercado, com novas tecnologias, inclusive, profissionais que ocupam cargos C-Level precisam estar em alerta máximo.
Por ocuparem altos cargos, no entanto, o acompanhamento de seu próprio desenvolvimento, em alguns casos, pode não ser tão ‘exigido’ e acompanhado pelas companhias. Além da forte cobrança que profissionais que alcançam o topo enfrentam, os feedbacks nessa posição são escassos, e acima deles estão, por vezes, apenas os conselhos administrativos ou os próprios acionistas. Com isso, fica a dúvida internamente em muitas empresas sobre quem deveria acompanhar esse desenvolvimento contínuo.
A melhor saída, na maioria das vezes, é que a área de gestão de pessoas esteja à frente desse dia a dia, junto, inclusive, aos acionistas ou com o proprietário da empresa, que, em suma, são os maiores interessados nessa alta performance.
Essa percepção vaiao encontro de pesquisa recente realizada pela consultoria EloGroup em parceria com o TEC Institute. O estudo intitulado “Tech C-Level Brasil” realizou entrevistas com CTOs e CIOs de grandes companhias nacionais e constatou que estes profissionais têm ganhado novas atribuições e estão assumindo maior protagonismo na tomada de decisões estratégicas das empresas.
O estudo afirma que quase um terço (30,4%) dos CTOs e CIOs consideram suas áreas de TI parceiras estratégicas. Inclusive, entre as muitas missões das áreas estão a importância de trazer oportunidades de negócio e ganhos de eficiência viabilizados pela tecnologia para o centro das discussões.
Apesar da pesquisa trazer um olhar esperado, que reforça a importância do C-Level – não somente do CEO – buscar o crescimento sustentável da empresa, o estudo traz luz à importância de olhar o desenvolvimento contínuo das pessoas, afinal, o time precisa estar engajado e remando na mesma direção que os líderes.
Na ausência dessa orientação interna, ou mesmo no caso desse suporte, é vital que os líderes busquem continuamente o próprio desenvolvimento. O trabalho de mentoria profissional ou mesmo o trabalho comprometido de coaches sérios, que auxiliem na busca de respostas, estimulam os novos gestores a se capacitarem e se manterem engajados. É preciso um olhar profundo para reconhecer os pontos técnicos e/ou comportamentais que precisam ser lapidados.
Afinal, se manter nessa posição exige uma preparação contínua, não somente de quem está no C-Level, mas, também, de camadas de gestão estratégicas, como a média gerência – vital para que os direcionamentos sejam seguidos.