Uncategorized

Afogado em documentos?

Parece um pesadelo: arquivos ativos crescem 25% cada 12 meses e, se sua empresa não faz o armazenamento adequado, perde até quatro semanas por ano na busca de informações em documentos. Por isso, esse serviço é cada vez mais um bom negócio.
Sandra Regina da Silva é colaboradora de HSM Management.

Compartilhar:

> **Oportunidade de empreender** 
>
> Uma prova da oportunidade de empreender na área de gestão documental é a história de Paulo carneiro, que há 12 anos começou a gerenciar documentos para empresas sozinho, com a cara, a coragem e uma casa de 300 m² em são Paulo. hoje, sua empresa, a P3image, tem cerca de 500 funcionários, dois data centers e quatro galpões para a guarda física de documentos que somam 15.800 m². Entre os diferenciais, a empresa desenvolveu uma sala-cofre para a guarda de documentos ultraconfidenciais. 
>
> Parece cenário de filme: tem entrada por biometria, sistema de refrigeração para manter a integridade do papel que emite aviso se uma tomada aquecer mais que o normal, tecnologia anti-incêndio (com o gás FM200, que apaga qualquer princípio de fogo em cinco segundos) e monitoramento 24 horas. E os funcionários da P3image assinam um rígido contrato de confidencialidade. a empresa, que armazena atualmente cerca de 30 milhões de documentos e faturou R$ 36 milhões em 2014, vem crescendo 50% a 60% ao ano. Mesmo em 2015, com a crise, prevê crescer 30%.

Você já precisou encontrar um documento em sua empresa e não conseguiu, como se duendes o tivessem escondido? não é o único. É mais comum do que se pensa uma companhia ir crescendo e amontoando documentos em um “armazém” de pastas e caixas. Ter tudo organizado é essencial para cumprir determinações legais – nunca se sabe quando um fiscal baterá à porta. 

E, principalmente, ajuda a tomar decisões fundamentadas – nos documentos é que está a base de conhecimento da empresa. só que a burocracia, a do Brasil e a da companhia, pode converter o que é difícil em um pesadelo. Os arquivos ativos crescem 25% por ano. uma empresa perde, em média, quatro semanas a cada 12 meses procurando informações em documentos. 

E a substituição dos papéis por imagens não é possível; documentos digitalizados não têm valor legal. não à toa, cresce a terceirização da atividade. os fornecedores desse serviço movimentam cerca de R$ 2 bilhões anuais no Brasil, um montante que cresce há dez anos consecutivos, segundo a Associação Brasileira de empresas de Gerenciamento de documentos (ABGd). 

A tendência atual de organização é digitalizar os documentos mesmo e armazenar esses backups na nuvem (pública ou privada), como diz Paulo carneiro, fundador e presidente da P3Image, uma das empresas da área que mais vêm crescendo. embora sem valor legal, uma cópia digital pode eventualmente ser aceita como prova por um juiz na falta do original. 

E a digitalização não só ajuda a encontrar um documento com facilidade, como, ao permitir que seja acessado por várias pessoas (até ao mesmo tempo), evita que trafegue pela empresa. seu tráfego sempre aumenta o risco de perda e gera custos – de rearquivamento e de cópia. em geral, as imagens são colocadas em um portal, que é acessado pela internet com o auxílio de uma ferramenta de busca, de forma veloz e abrangente. no caso da velocidade, o portal da P3Image, por exemplo, usa a mesma tecnologia do Google, o que faz com que uma busca em uma base de 5 milhões de contratos armazenados tenha resposta em um segundo.

Em relação à abrangência, basta digitar o cPF de uma pessoa e aparecem todos os arquivos relacionados com ela, de maneira unificada, além de relatórios de apoio para entender melhor a informação solicitada. Vários fornecedores de serviços de gestão documental também fazem a guarda da papelada física, que costuma ser identificada com código de barras e armazenada. “em nosso caso, há dois tipos de guarda: a simples, na qual somos apenas um depósito de caixas lacradas, e a gerenciada, em que fazemos o controle do conteúdo e entregamos o prontuário conforme solicitado”, explica Carneiro. 

Como a gestão documental vem se sofisticando no Brasil, já inclui um terceiro tipo de atividade: a terceirização dos processos dos trabalhos de gerenciar documentos. Por exemplo, em um banco que vai financiar um carro para seu cliente, um funcionário tem de receber todos os documentos exigidos pelo Banco central e fazer os processos de identificação, verificação, “formularização” do que está certo ou errado etc. Agora, esse banco pode contratar uma empresa de gestão documental para cuidar dos processos – e, assim, surge mais uma oportunidade de empreender.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Organização

A difícil arte de premiar sem capitular

Desde Alfred Nobel, o ato de reconhecer os feitos dos seres humanos não é uma tarefa trivial, mas quando bem-feita costuma resultar em ganho reputacional para que premia e para quem é premiado

Inovação
O SXSW 2025 transformou Austin em um laboratório de mobilidade, unindo debates, testes e experiências práticas com veículos autônomos, eVTOLs e micromobilidade, mostrando que o futuro do transporte é imersivo, elétrico e cada vez mais integrado à tecnologia.

Renate Fuchs

4 min de leitura
ESG
Em um mundo de conhecimento volátil, os extreme learners surgem como protagonistas: autodidatas que transformam aprendizado contínuo em vantagem competitiva, combinando autonomia, mentalidade de crescimento e adaptação ágil às mudanças do mercado

Cris Sabbag

7 min de leitura
Gestão de Pessoas
Geração Beta, conflitos ou sistema defasado? O verdadeiro choque não está entre gerações, mas entre um modelo de trabalho do século XX e profissionais do século XXI que exigem propósito, diversidade e adaptação urgent

Rafael Bertoni

0 min de leitura
Empreendedorismo
88% dos profissionais confiam mais em líderes que interagem (Edelman), mas 53% abandonam perfis que não respondem. No LinkedIn, conteúdo sem engajamento é prato frio - mesmo com 1 bilhão de usuários à mesa

Bruna Lopes de Barros

0 min de leitura
ESG
Mais que cumprir cotas, o desafio em 2025 é combater o capacitismo e criar trajetórias reais de carreira para pessoas com deficiência – apenas 0,1% ocupam cargos de liderança, enquanto 63% nunca foram promovidos, revelando a urgência de ações estratégicas além da contratação

Carolina Ignarra

4 min de leitura
Tecnologias exponenciais
O SXSW revelou o maior erro na discussão sobre IA: focar nos grãos de poeira (medos e detalhes técnicos) em vez do horizonte (humanização e estratégia integrada). O futuro exige telescópios, não lupas – empresas que enxergarem a IA como amplificadora (não substituta) da experiência humana liderarão a disrupção

Fernanda Nascimento

5 min de leitura
Liderança
Liderar é mais do que inspirar pelo exemplo: é sobre comunicação clara, decisões assertivas e desenvolvimento de talentos para construir equipes produtivas e alinhada

Rubens Pimentel

4 min de leitura
ESG
A saúde mental no ambiente corporativo é essencial para a produtividade e o bem-estar dos colaboradores, exigindo ações como conscientização, apoio psicológico e promoção de um ambiente de trabalho saudável e inclusivo.

Nayara Teixeira

7 min de leitura
Empreendedorismo
Selecionar startups vai além do pitch: maturidade, fit com o hub e impacto ESG são critérios-chave para construir ecossistemas de inovação que gerem valor real

Guilherme Lopes e Sofia Szenczi

9 min de leitura
Empreendedorismo
Processos Inteligentes impulsionam eficiência, inovação e crescimento sustentável; descubra como empresas podem liderar na era da hiperautomação.

Tiago Amor

6 min de leitura