1. Por que a Arco Educação investe no programa de trainee e por que mantê-lo mesmo no contexto da pandemia?
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O trainee é um dos programas de atração mais estratégicos da Arco, pois alimenta o pipeline de lideranças, que sustenta a nossa visão de médio e longo prazo. Quando olhamos as diversas estruturas da empresa, encontramos profissionais que passaram pelo programa, inclusive na liderança executiva.
São pessoas formadas “dentro de casa”, com a nossa cultura, movidas a desafios e com crescimento acelerado de carreira. No contexto atual, suspender o programa traria impactos significativos nos nossos planos de sucessão e também em nossa estratégia de expansão.
Como crescemos cerca de 40% ao ano, estaríamos abrindo mão de quinze talentos para sustentar esta velocidade de crescimento. Então, mesmo em meio a tantos desafios, decidimos manter o programa.
2. Que desafios são estes?
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Tivemos que rever 100% do processo, especialmente para garantir o acesso online ao programa. Para isso, desenvolvemos uma trilha virtual em que os candidatos de qualquer cidade têm a possibilidade de chegar até a etapa final.
Da porta para dentro, e em parceria com a Eureca, nosso desafio é garantir que todas as etapas desta trilha estejam bem calibradas, para que tenhamos a certeza de estarmos avaliando as coisas certas e que o processo seja justo.
3. Como vocês estão cuidando da experiência dos jovens inscritos?
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Levando em consideração experiências anteriores e feedbacks de candidatos, desde a concepção do processo nosso intuito era proporcionar uma experiência positiva aos jovens, mesmo aos não aprovados. Para isso, decidimos trabalhar em duas frentes.
A primeira para garantir que o programa fosse um canal de diálogo e suporte aos candidatos. E a outra, para gerar valor real para além do processo.
Assim, trouxemos conteúdos educativos e informações que, além de ajudarem o candidato a desempenhar bem no processo, também contribuem para aumentar seu autoconhecimento. Mesmo que a pessoa não seja aprovada no programa, queremos que ela saia com uma bagagem ainda maior para continuar se desenvolvendo e buscando posições no mercado.
4. Vocês apareceram em 5o lugar no ranking das marcas lembradas positivamente nessa crise, no relatório “The Truth: Marca Empregadoras”, produzido pela Eureca. Como chegaram nesse marco?
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O que mais me deixou feliz com esse resultado foi que não somos uma marca que acredita em autopromoção ou no “marketing vazio”. Dificilmente falamos na primeira pessoa.
Nossas campanhas são sempre protagonizadas pelas nossas pessoas e este resultado me faz acreditar que a felicidade e a satisfação delas estão transbordando e sendo captadas por aí.
Isso mostra que estamos construindo uma marca empregadora de forma sustentável, sendo muito verdadeiros com a nossa essência e praticando os nossos valores no dia a dia.
Para dar um exemplo, recentemente o nosso CEO compartilhou que, neste contexto da pandemia, temos dois grandes objetivos. Um é cuidar dos nossos alunos e escolas, garantindo que a educação não pare, adaptando e dando acesso.
O outro é cuidar das nossas pessoas, para que todos estejam em segurança. E temos nos esforçado bastante para isso, oferecendo todo suporte para que eles trabalhem em home office, cuidando das ferramentas, dos treinamentos e da saúde mental de todos.
É tudo muito genuíno e impacta diretamente a nossa marca empregadora. As vezes demora mais para os resultados aparecerem, mas acredito que este seja o caminho mais sustentável.
5. Como uma empresa pode fortalecer a marca empregadora neste contexto de isolamento social?
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A primeira sugestão é garantir que as ações estejam alinhadas com a essência da empresa e o posicionamento da marca. Consistência é fundamental. Depois, vem a comunicação, para que as pessoas possam entender este posicionamento. E não há posicionamento certo ou errado. O importante é verificar se a mensagem está atraindo o perfil adequado de profissionais que a empresa deseja, e se o candidato de fato se identifica com os valores comunicados.
Na Arco Educação, por exemplo, nosso desejo é entender, realmente, quem são e o que movem essas pessoas que desejam trabalhar conosco.
Para isso, buscamos estabelecer uma comunicação genuína, em que nossas pessoas são protagonistas. Claro que é preciso colocar em perspectiva a diferença de orçamento e estrutura de cada RH, mas vejo que o que falta muitas vezes é visão de longo prazo.
Portanto, mesmo em meio a crise, em que as urgências do dia a dia tendem a ocupar todo o nosso tempo, precisamos ser ambivalentes: ter a capacidade de resolver o agora, mas sem perder a visão do amanhã. Não podemos inviabilizar o sucesso do futuro, especialmente na lente de talentos.
6. Qual seu conselho para empresas que ainda estão indecisas sobre continuar ou cancelar seus programas de jovens talentos para este ano?
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Precisamos ser realistas agora. Algumas empresas, de fato, não vão ter condições de continuar. Mas aqui eu trago o conceito de ambivalência mais uma vez. Porque, como RH, precisamos cuidar das pessoas que já estão conosco, mas, ao mesmo tempo, exercitar a nossa capacidade de projetar o futuro e entender quem precisamos contratar hoje para gerar valor lá na frente. Isso tudo com bastante seriedade, pois estamos lidando com um tema sensível que é a carreira das pessoas.