ESG, Diversidade, Gestão de pessoas

As alegrias e aprendizados de liderar uma equipe composta majoritariamente por mulheres

Impulsiona-se a criatividade e inovação com diversidade de gênero. Esse compromisso só ocorre quando promove-se a capacitação de mulheres para alcançar seu pleno potencial através do compromisso com a inclusão.
Fabiana Ramos é CEO da PinePR, agência de PR especializada no atendimento a scale-ups, empresas de tecnologia e grandes players inovadores, com atuação dentro e fora do Brasil, e possui 20 anos de experiência em empresas multinacionais. É responsável pela expansão comercial da agência e por posicionar a PinePR como referência no mercado, garantindo a melhor experiência para os clientes. Atuou também por 3 anos na expansão comercial da Swarovski, desenvolvendo uma abordagem internacional de vendas. Em 2024, foi convidada a se tornar Membro do Conselho Consultivo do 30%Club Brazil, iniciativa global que promove a equidade de gênero nos Conselhos de Administração das 100 maiores companhias do Mercado de Capitais e também nas posições C-Level.

Compartilhar:

Você sabia que somos mais de 100 milhões de mulheres no Brasil?

Isso mesmo.

São 104,55 milhões, de acordo com o IBGE. Porém, apesar de sermos uma parcela significativa da população, ainda enfrentamos desafios para alcançar a equidade de gênero em cargos de liderança.

Mas hoje, quero compartilhar com você algumas reflexões sobre minha jornada na PinePR, uma agência de relações públicas que tem se destacado não apenas por sua presença feminina, mas também pelo compromisso em promover o crescimento e a ascensão das mulheres.

Imagine ter o privilégio de liderar uma equipe onde mais de 80% dos colaboradores são mulheres e mais de 75% das posições de liderança são ocupadas por elas?

Isso não é apenas uma utopia, mas sim uma realidade e um orgulho. Como CEO, tenho a satisfação de testemunhar o poder da liderança feminina todos os dias.

O cenário majoritariamente feminino por aqui traz uma riqueza de perspectivas e habilidades fundamentais não apenas para impulsionar a criatividade e a inovação nos negócios, mas também para aprimorar nossa capacidade de resolver problemas complexos. A diversidade de gênero não apenas amplia esse conjunto, mas também promove uma cultura inclusiva que encoraja a colaboração e a troca de ideias.

Estudos mostram que equipes diversas têm maior capacidade de resolver problemas de forma criativa, já que diferentes experiências de vida e pontos de vista levam a abordagens mais amplas e criativas para desafios comerciais. Além disso, a presença significativa de mulheres em cargos de liderança está correlacionada com um desempenho financeiro e impacto social positivo das empresas.

Uma prova disso é um estudo do McKinsey Global Institute, que conclui que empresas com diversidade de gênero em suas equipes de liderança são 21% mais propensas a ter retornos financeiros acima da média do que aquelas que não possuem essa diversidade.

E não é só dentro de casa que o poder das mulheres tem sido notado.

Dados recentes revelam o papel fundamental das mulheres no cenário atual do mundo: de acordo com um relatório da consultoria Brookings, as mulheres em idade economicamente ativa (de 25 a 54 anos) foram as que mais ajudaram na recuperação pós-pandemia da força de trabalho. Os números mostram o que todas nós já sabemos: enquanto equilibramos nossas responsabilidades profissionais com aquelas relacionadas ao cuidado da família e da casa, continuamos a desempenhar um papel vital na economia.

Ser mulher em um cargo de liderança é uma jornada repleta de aprendizados. Enfrentamos desafios únicos no mercado em geral, desde a constante necessidade de provar nosso valor até a batalha para sermos ouvidas em meio a um ambiente, muitas vezes, dominado por vozes masculinas. No entanto, esses obstáculos só nos tornam mais determinadas e resilientes.

Não é só o fato de reconhecer a importância da presença feminina, mas também a promovê-la ativamente. Mais do que isso: treinar e capacitar outras para que alcancem seus objetivos profissionais.

Este tipo de visão que escolhemos vai além de simplesmente liderar uma equipe. Se trata de fortalecer toda uma comunidade de líderes em seus segmentos. É fundamental e temos isso como valor: todas as pessoas, independentemente do gênero, se sintam valorizadas e respeitadas. Este compromisso com a inclusão e o respeito mútuo está no nosso DNA e é o que nos impulsiona a construir um ambiente onde todos possam prosperar.

Uma iniciativa que exemplifica nosso compromisso é o projeto WIN (Women in Innovation), que visa fortalecer a comunidade de mulheres líderes, promovendo a troca de experiências e discussões sobre inovação e negócios. É por meio de iniciativas como essa que contribuímos para o avanço das mulheres para a conquista de novos espaços.

Se no mercado enfrentamos desafios, como a desigualdade salarial e a sub-representação em cargos de chefia, aqui estou testemunhando o aumento da participação feminina em posições de liderança. E sim, conforme mais mulheres ocupam espaços anteriormente dominados por homens, redefinimos padrões e abrimos caminho para as gerações futuras.

Hoje, estou orgulhosa de liderar uma equipe onde as mulheres são valorizadas e emponderadas. Minha maior alegria é poder abrir portas para diversos talentos femininos de gerações diferentes, incentivando seu crescimento e desenvolvimento profissional. A cada dia, testemunho o poder da sororidade e da colaboração, acompanhando a forma como nos unimos para alcançar nossos objetivos comuns.

Além disso, me sinto duplamente realizada quando, à frente da empresa, começo a ocupar locais antes mais masculinos, como um conselho consultivo, por exemplo. Recentemente, com todas as ações que temos realizado pela causa da igualdade de gênero no mercado corporativo, fui convidada a participar do Conselho Consultivo do 30% Club Brazil, capítulo nacional da iniciativa global que promove a equidade de gênero nos Conselhos de Administração e C-Level das 100 maiores companhias do Mercado de Capitais. Junto com todo o restante do conselho, buscamos encontrar grandes empresas que estejam cumprindo ações relevantes neste mesmo sentido.

Não se trata apenas de liderar uma equipe ou de apenas ocupar um cargo, mas sim de representatividade. Ou seja: de inspirar e capacitar outras mulheres a alcançarem seu pleno potencial. À medida que continuamos avançando rumo à igualdade de gênero, estou confiante de que, juntas, podemos superar qualquer obstáculo e alcançar novos patamares de sucesso.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Tecnologia

DeepSeek e IA global: Uma corrida por supremacia, não por ética

A ascensão da DeepSeek desafia a supremacia dos modelos ocidentais de inteligência artificial, mas seu avanço não representa um triunfo da democratização tecnológica. Embora promova acessibilidade, a IA chinesa segue alinhada aos interesses estratégicos do governo de Pequim, ampliando o debate sobre viés e controle da informação. No cenário global, a disputa entre gigantes como OpenAI, Google e agora a DeepSeek não se trata de ética ou inclusão, mas sim de hegemonia tecnológica. Sem uma governança global eficaz, a IA continuará sendo um instrumento de poder nas mãos de poucos.

Upskilling e reskilling: preparando-se na era da IA Generativa

A revolução da Inteligência Artificial está remodelando o mercado de trabalho, impulsionando a necessidade de upskilling e reskilling como estratégias essenciais para a competitividade profissional. Empresas como a SAP já investem pesadamente na requalificação de talentos, enquanto pesquisas indicam que a maioria dos trabalhadores enxerga a IA como uma aliada, não uma ameaça.

Customer experience: como encantar e fidelizar clientes na era da personalização inteligente

Empresas que compreendem essa transformação colhem benefícios significativos, pois os consumidores valorizam tanto a experiência quanto os produtos e serviços oferecidos. A Inteligência Artificial (IA) e a automação desempenham um papel fundamental nesse processo, permitindo a resolução ágil de demandas repetitivas por meio de chatbots e assistentes virtuais, enquanto profissionais se concentram em interações mais complexas e empáticas.

Idade não é limite: combatendo o etarismo e fortalecendo a inclusão geracional no trabalho

O etarismo continua sendo um desafio silencioso no ambiente corporativo, afetando tanto profissionais experientes quanto jovens talentos. Mais do que uma questão de idade, essa barreira limita a inovação e prejudica a cultura organizacional. Pesquisas indicam que equipes intergeracionais são mais criativas e produtivas, tornando essencial que empresas invistam na diversidade etária como um ativo estratégico.

Empreendedorismo
País do sudeste asiático lidera o ranking educacional PISA, ao passo que o Brasil despencou da 51ª para a 65ª posição entre o início deste milênio e a segunda década, apostando em currículos focados em resolução de problemas, habilidades críticas e pensamento analítico, entre outros; resultado, desde então, tem sido um brutal impacto na produtividade das empresas

Marina Proença

5 min de leitura
Empreendedorismo
A proficiência amplia oportunidades, fortalece a liderança e impulsiona carreiras, como demonstram casos reais de ascensão corporativa. Empresas visionárias que investem no desenvolvimento linguístico de seus talentos garantem vantagem competitiva, pois comunicação eficaz e domínio do inglês são fatores decisivos para inovação, negociação e liderança no cenário global.

Gilberto de Paiva Dias

9 min de leitura
Tecnologias exponenciais
Com o avanço da inteligência artificial, a produção de vídeos se tornou mais acessível e personalizada, permitindo locuções humanizadas, avatares realistas e edições automatizadas. No entanto, o uso dessas tecnologias exige responsabilidade ética para evitar abusos. Equilibrando inovação e transparência, empresas podem transformar a comunicação e o aprendizado, criando experiências imersivas que inspiram e engajam.

Luiz Alexandre Castanha

4 min de leitura
Empreendedorismo
A inteligência cultural é um diferencial estratégico para líderes globais, permitindo integrar narrativas históricas e práticas locais para impulsionar inovação, colaboração e impacto sustentável.

Angelina Bejgrowicz

7 min de leitura
Empreendedorismo
A intencionalidade não é a solução para tudo, mas é o que transforma escolhas em estratégias e nos permite navegar a vida com mais clareza e propósito.

Isabela Corrêa

6 min de leitura
Liderança
Construir e consolidar um posicionamento executivo é essencial para liderar com clareza, alinhar valores e princípios à gestão e impulsionar o desenvolvimento de carreira. Um posicionamento bem definido orienta decisões, fortalece relações profissionais e contribui para um ambiente de trabalho mais ético, produtivo e sustentável.

Rubens Pimentel

4 min de leitura
Empreendedorismo
Impacto social e sustentabilidade financeira não são opostos – são aliados essenciais para transformar vidas de forma duradoura. Entender essa relação foi o que permitiu ao Aqualuz crescer e beneficiar milhares de pessoas.

Anna Luísa Beserra

5 min de leitura
ESG
Infelizmente a inclusão tem sofrido ataques nas últimas semanas. Por isso, é necessário entender que não é uma tendência, mas uma necessidade estratégica e econômica. Resistir aos retrocessos é garantir um futuro mais justo e sustentável.

Carolina Ignarra

0 min de leitura
ESG
Atualmente, 2,5% dos colaboradores da Pernambucanas se autodeclaram pessoas trans e 100% dos colaboradores trans da varejista disseram que se sentem seguros para ser quem são dentro da empresa.

Nivaldo Tomasio

5 min de leitura
Marketing
A integração entre indicadores de trade marketing e inteligência competitiva está redefinindo o jogo corporativo. Monitorar a execução no PDV, antecipar tendências e reagir com agilidade às mudanças do mercado não são mais diferenciais, mas exigências para a competitividade. Utilizar dados como fonte de insights estratégicos é o caminho para decisões mais rápidas, investimentos otimizados e resultados superiores.

Arthur Fabris

4 min de leitura