Uncategorized

As duas caras de Pharrell

Como as empresas devem agir com consumidores tão volúveis quanto o pop star nas campanhas que faz, oscilando entre comprar com consciência e priorizar o baixo custo?

Compartilhar:

Pharrell Williams esteve recentemente em São Paulo, levantando a galera do festival lollapalooza. O que os fãs de seu hit Happy talvez não conheçam é seu lado de garoto-propaganda, que não aparece no Brasil. ele é a cara da campanha por oceanos limpos da grife de jeans G-Star raw Denim –iniciativa que visa retirar os plásticos encontrados na água reciclando-os como fibras têxteis, algo tão avançado que virou conceito: up-cycling. 

> **Happy?**
>
> Marcas como People Tree e Apolis têm muito mais a contribuir para a indústria do que a dicotomia Pharrell

E também é a cara da Uniqlo, fabricante de camisetas que promete os preços mais baixos do mercado e, para isso, usa algodão não orgânico, consome em seus processos fabris uma quantidade de água insustentável (segundo os ambientalistas) e gera a desconfiança, não comprovada, de que o cultivo de seu algodão envolva mão de obra escrava. a ligação de Pharrell com posicionamentos tão opostos como os da G-Star raw Denim e da Uniqlo vem gerando intenso debate na américa do Norte –os fãs, também consumidores, não se importam com a contradição? a “dicotomia Pharrell”, como vem sendo chamada, deixa as empresas em dúvida sobre como lidar com essas questões. 

Um dos que se manifestaram sobre o assunto foi Sujeet Sennik, experiente executivo da indústria de moda e design, que trabalhou para a Balenciaga e para a área de moda do Walmart. Sennik escreveu um artigo para a Rotman Management, revista da rotman School, do Canadá, praticamente pedindo às empresas que ignorassem a dicotomia. 

Pharrell Williams e o consumidor volúvel são alvos errados, de acordo com Sennik. em sua opinião, as empresas precisam manter o foco no que é relevante hoje: revolucionar a maneira de fabricar, vender e comprar roupas. essa indústria, segundo o executivo, tem de se inspirar em marcas como People Tree e apolis (marca própria do e-commerce de moda Zadys), que têm uma abordagem socialmente responsável para a cadeia de valor completa, da “fazenda ao armário”, e pan-global. 

“Devemos fazer como elas, passando a pensar localmente e a agir globalmente em relação a esse assunto”, escreveu ele na Rotman Management. Sennik confessa que se sensibilizou com a questão da responsabilidade social só depois de uma experiência em Detroit, cidade norte-americana que vive profunda crise. lá conversou com um sem-teto e conheceu uma ONG fabricante de jaquetas que viram sacos de dormir para quem mora na rua

Compartilhar:

Artigos relacionados

China

O Legado do Progresso

A celebração dos 120 anos de Deng Xiaoping destaca como suas reformas revolucionaram a China, transformando-a em uma potência global e marcando uma era de crescimento econômico, inovação e avanços sociais sem precedentes.

Calendário

Não, o ano ainda não acabou!

Em meio à letargia de fim de ano, um chamado à consciência: os últimos dias de 2024 são uma oportunidade valiosa de ressignificar trajetórias e construir propósito.

Uncategorized
A celebração dos 120 anos de Deng Xiaoping destaca como suas reformas revolucionaram a China, transformando-a em uma potência global e marcando uma era de crescimento econômico, inovação e avanços sociais sem precedentes.

Edward Tse

3 min de leitura
Gestão de Pessoas
Polímatas e Lifelong Learners: explorando perfis distintos que, juntos, podem transformar o ambiente de trabalho em um espaço de inovação, aprendizado contínuo e versatilidade.

Rafael Bertoni

4 min de leitura
Uncategorized
Liderança em tempos de brain rot: como priorizar o que realmente importa para moldar um futuro sustentável e inspirador.

Anna Luísa Beserra

0 min de leitura
Gestão de Pessoas
Em meio à letargia de fim de ano, um chamado à consciência: os últimos dias de 2024 são uma oportunidade valiosa de ressignificar trajetórias e construir propósito.

Laís Macedo

4 min de leitura
Empreendedorismo
Liderar empresas que continuamente estão inovando é um desafio diário, mas cada questão se torna um aprendizado se feito com empatia e valorização.

Ana Carolina Gozzi

3 min de leitura
Tecnologias exponenciais
A experiência varia do excepcional ao frustrante, e a Inteligência Artificial (IA) surge como uma aliada para padronizar e melhorar esses serviços em escala global.

Flavio Gonçalves

4 min de leitura
Gestão de Pessoas
No cenário globalizado, a habilidade de negociar com pessoas de culturas distintas é mais do que desejável; é essencial. Desenvolver a inteligência cultural — combinando vontade, conhecimento, estratégia e ação — permite evitar armadilhas, criar confiança e construir parcerias sustentáveis.

Angelina Bejgrowicz

4 min de leitura
ESG
A resiliência vai além de suportar desafios; trata-se de atravessá-los com autenticidade, transformando adversidades em aprendizado e cultivando uma força que respeita nossas emoções e essência.

Heloísa Capelas

0 min de leitura
ESG
Uma pesquisa revela que ansiedade, estresse e burnout são desafios crescentes no ambiente de trabalho, evidenciando a necessidade urgente de ações para promover a saúde mental e o bem-estar nas empresas.

Fátima Macedo

3 min de leitura
Gestão de Pessoas
Enquanto a Inteligência Artificial transforma setores globais, sua adoção precipitada pode gerar mais riscos do que benefícios.

Emerson Tobar

3 min de leitura