Uncategorized

Até onde vai a responsabilidade de uma empresa com candidatos que não foram aprovados em seus processos seletivos?

O grande objetivo de um processo seletivo é colocar a “pessoa certa, no lugar certo”. Para que isso ocorra, vemos diversas empresas investindo cada vez mais em seus processos seletivos, adicionando diferentes e novas etapas para “garantir” sua maior assertividade.

Compartilhar:

Essas novas etapas, que por um lado ajudam a minimizar os erros de seleção de um perfil específico, por outro, aumentam o nível de exigência, envolvimento e tempo dos candidatos.

Vemos por parte das empresas uma preocupação na melhoria dos seus processos seletivos, o que é muito bom. 

O candidato aprovado, depois de passar por inúmeras etapas e receber o resultado positivo, sente-se sem dúvida muito mais engajado com a organização e, obviamente, extremamente feliz com o resultado. É realmente uma conquista.

Desenvolvimento é uma responsabilidade compartilhada
—————————————————-

Porém, um ponto muito importante de todo esse processo e que é muito pouco discutido ou realizado é: qual a responsabilidade das empresas pelos candidatos não aprovados?[](http://web.careerarc.com/candidate-experience-study.html)

[Uma pesquisa realizada pela Carrear Arc](http://web.careerarc.com/candidate-experience-study.html), já nos dá um indício dessa resposta: infelizmente mais de 60% dos candidatos não recebem nenhum tipo retorno. Esta realidade é encontrada em desde processos de estágio e trainee até executivos.

Um dos pontos mais críticos dos processos seletivos, segundo os próprios candidatos, é a seguinte questão: por que a maioria das empresas não dão um retorno efetivo para os candidatos que não foram aprovados em seus processos?

Vamos analisar abaixo três potenciais motivos, por parte das empresas, para essa falta de retorno aos candidatos que não são aprovados no processo seletivo:

### 1- Grande volume de candidatos

A empresa não tem “braço”, nem processo organizado e padronizado para dar retorno para todos os candidatos não aprovados.

### 2- Dificuldade do que “dizer”

Dar um feedback significa dizer quais são os pontos em que o candidato não se “encaixou” no perfil da vaga. 

Porém, isso não significa que este mesmo candidato não seria a melhor opção para outras empresas. 

Cada companhia tem sua cultura, política, valores e processos. Não ser o candidato ideal para uma empresa pode não significar o mesmo para outras.

### 3- Receio da reação do candidato

Muitas pessoas têm dificuldade de ouvir críticas, então pode ser que a empresa tenha receio da reação do candidato diante de um feedback negativo. 

Algumas empresas acreditam que não dizer nada é melhor do que dizer algo que o candidato não gostaria de escutar.

O impacto de um bom modelo de feedback
————————————–

Logicamente, sabemos que um bom feedback é o primeiro passo a ser dado a um candidato que dedicou tempo e empenho a um processo seletivo. 

Mas, diante de todas as questões levantadas, será que este formato tradicional de retorno é realmente o suficiente?  

Se trouxermos alguns indicadores de mercado, iremos perceber que não. Cerca de 55% dos candidatos que receberam uma crítica negativa decidiram não mais se candidatar as vagas nessa empresa e 70% compartilharam sua experiência on-line ou diretamente com alguém ([Carrear Arc](http://d31kswug2i6wp2.cloudfront.net/marketo/content/case-studies/careerarc-future-of-recruiting-study.pdf)). 

Então uma grande questão para as empresas é como buscar soluções para melhorar cada vez mais a experiência do candidato em seus processos seletivos, tendo um olhar e cuidado especial também aos que não passaram. 

A boa notícia é que já existem no mercado práticas sendo desenvolvidas para contemplar esses candidatos não aprovados. 

Um excelente exemplo disso é a empresa Eureca, responsável pelo processo seletivo de estagiários e trainees de grandes organizações. 

A Eureca já havia percebido essa necessidade de não só melhorar a experiência do candidato durante o processo, como o pós. Estando incluído neste processo os que passaram e principalmente os que não passaram no programa.

Além de serem responsáveis por programas de Educação e Seleção de Estagiários e Trainees, a Eureca traz um processo com etapas que buscam durante todo o tempo a capacitação do jovem profissional em busca das primeiras oportunidades de emprego. 

Na etapa online de seleção o candidato passa por trilhas de desenvolvimento, nas quais é convidado a elaborar desafios técnicos e a refletir mais sobre seu perfil como profissional. 

Os desafios contam com dicas e conteúdos para apoiar a jornada online do candidato e são relacionados à oportunidade a qual está buscando uma vaga. 

Nesse caminho, os jovens são estimulados a se desenvolverem tecnicamente em temas como mobilidade urbana, análise de dados, cooperativismo, marketing e gestão de pessoas, desenvolvimento, idealizando e propondo implementações de projetos relacionados ao trabalho que busca realizar no futuro.

> Leia também:
>
> [Recrutar, reter e engajar: a transformação digital e os três grandes desafios do RH](https://revistahsm.com.br/post/recrutar-reter-e-engajar-a-transformacao-digital-e-os-tres-grandes-desafios-do-rh)
>
> [Employer branding: passo a passo para construir uma marca empregadora forte](https://revistahsm.com.br/post/employer-branding-passo-a-passo-para-construir-uma-marca-empregadora-forte)
>
> [Investindo em diversidade para colher igualdade](https://revistahsm.com.br/post/investindo-em-diversidade-para-colher-igualdade)

No final de 2019, a Eureca implementou uma parceria com a empresa CMOV, uma Plataforma de Carreira & Empregabilidade que apoia os jovens na definição da sua meta de carreira e acesso ao mercado de trabalho. 

O objetivo dessa parceria é apoiar todos os candidatos que não passaram nos processos seletivos disponibilizados pela Eureca em sua plataforma, permitindo a essas pessoas identificar seus gaps e se desenvolverem, assim apoiando e preparando-os para os processos seletivos futuros.

Essa parceria iniciou-se com um projeto piloto, em que a plataforma de carreira da CMOV foi oferecida aos candidatos que tinham participado de alguns processos seletivos e não tinham sido aprovados. 

A ideia, como comentado por Douglas Souza, CEO da Eureca, era “mostrar o quanto nos preocupamos genuinamente com o desenvolvimento dos nossos candidatos para que possam escolher onde querem atuar e estejam preparados para alcançar esse objetivo. 

Essa foi sem dúvida a forma mais efetiva de agradecermos sua participação e mostrar que estamos juntos nessa trajetória”, conclui. 

Para termos uma idéia de números e resultados, o projeto piloto atingiu 70 candidatos que não haviam sido aprovados nos processos seletivos e que foram sorteados para ter acesso de 1 mês à Plataforma de Carreira da CMOV. 

Ao final desse período, 95% desses candidatos avaliaram sua experiência na Plataforma entre “Muito boa” e “Excelente”, e dois deles fizeram depoimentos contando ter conseguido passar no processo seletivo que realizaram, atribuindo o seu sucesso a essa experiência de expansão de autoconsciência na Plataforma.

Esse é somente um exemplo de como as empresas podem demonstrar de forma efetiva o quanto respeitam e apoiam seus candidatos em seu desenvolvimento. 

Uma clara demonstração de que um processo de ganha-ganha é possível ocorrer num processo seletivo.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Inovação & estratégia
22 de novembro de 2025
Antes dos agentes, antes da IA. A camada do pensamento analógico

Rodrigo Magnano - CEO da RMagnano

5 minutos min de leitura
Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho, Cultura organizacional
21 de novembro de 2025
O RH deixou de ser apenas operacional e se tornou estratégico - desmistificar ideias sobre cultura, engajamento e processos é essencial para transformar gestão de pessoas em vantagem competitiva.

Giovanna Gregori Pinto - Executiva de RH e fundadora da People Leap

3 minutos min de leitura
Inteligência Artificial, Liderança
20 de novembro de 2025
Na era da inteligência artificial, a verdadeira transformação digital começa pela cultura: liderar com consciência é o novo imperativo para empresas que querem unir tecnologia, propósito e humanidade.

Valéria Oliveira - Especialista em desenvolvimento de líderes e gestão da cultura

3 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
19 de novembro de 2025
Construir uma cultura organizacional autêntica é papel estratégico do RH, que deve traduzir propósito em práticas reais, alinhadas à estratégia e vividas no dia a dia por líderes e equipes.

Rennan Vilar - Diretor de Pessoas e Cultura do Grupo TODOS Internacional

3 minutos min de leitura
Inovação & estratégia
18 de novembro de 2025
Com agilidade, baixo risco e cofinanciamento não reembolsável, a Embrapii transforma desafios tecnológicos em inovação real, conectando empresas à ciência de ponta e impulsionando a nova economia industrial brasileira.

Eline Casasola - CEO da Atitude Inovação, Atitude Collab e sócia da Hub89 empresas

4 minutos min de leitura
Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
17 de novembro de 2025
A cultura de cocriação só se consolida quando líderes desapegam do comando-controle e constroem ambientes de confiança, autonomia e valorização da experiência - especialmente do talento sênior.

Juliana Ramalho - CEO da Talento Sênior

4 minutos min de leitura
Liderança
14 de novembro de 2025
Como dividir dúvidas, receios e decisões no topo?

Rubens Pimentel - CEO da Trajeto Desenvolvimento Empresarial

2 minutos min de leitura
Sustentabilidade
13 de novembro de 2025
O protagonismo feminino se consolidou no movimento com a Carta das Mulheres para a COP30

Luiza Helena Trajano e Fabiana Peroni

5 min de leitura
ESG, Liderança
13 de novembro de 2025
Saiba o que há em comum entre o desengajamento de 79% da força de trabalho e um evento como a COP30

Viviane Mansi - Conselheira de empresas, mentora e professora

3 minutos min de leitura
Inovação & estratégia
12 de novembro de 2025
Modernizar o prazo de validade com o conceito de “best before” é mais do que uma mudança técnica - é um avanço cultural que conecta o Brasil às práticas globais de consumo consciente, combate ao desperdício e construção de uma economia verde.

Lucas Infante - CEO da Food To Save

3 minutos min de leitura

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #170

O que ficou e o que está mudando na gangorra da gestão

Esta edição especial, que foi inspirada no HSM+2025, ajuda você a entender o sobe-e-desce de conhecimentos e habilidades gerenciais no século 21 para alcançar a sabedoria da liderança

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #170

O que ficou e o que está mudando na gangorra da gestão

Esta edição especial, que foi inspirada no HSM+2025, ajuda você a entender o sobe-e-desce de conhecimentos e habilidades gerenciais no século 21 para alcançar a sabedoria da liderança