Diversidade, equidade e inclusão estão cada vez mais presentes na pauta das organizações. E também na de funcionários que se engajam abertamente para garantir o compromisso das empresas onde trabalham com essas e outras causas.
Em algumas companhias, porém, essa atitude pode cobrar um preço alto dos colaboradores: emocional, de tempo e, muitas vezes, na carreira. Mesmo numa época em que tanto se fala em empresas como agentes de transformação, os ativistas corporativos ainda precisam “pesar suas metas de carreira e seu desejo de promover mudanças organizacionais positivas”, afirmam Allegra Chen-Carrel, Becca Bass, Danielle Coon, Keerthana Hirudayakanth, Diego Ramos Ochoa e Peter T. Coleman, consultores do Morton Deutsch International Center for Cooperation and Conflict Resolution, em artigo da Stanford Social Innovation Review. Em suas pesquisas, eles identificaram as abordagens mais comuns do ativismo no escritório.
## Advocacy
A maior parte dos ativistas corporativos atua como defensores barulhentos das causas em que acreditam. Eles expõem os problemas, confrontam os abusadores e cobram publicamente os tomadores de decisão.
Essa abordagem direta, no estilo do advocacy das ONGs, costuma incomodar. A recomendação dos consultores para quem adota esse estilo é buscar colegas com interesses semelhantes e agir pressionando não individualmente, mas em grupo.
## Subversão
Os subversivos atuam “sob o radar”, organizando e ampliando tensões para perturbar o status quo. Apoiam os que fazem advocacy, estruturando redes de aliados e reunindo informações.
Para eles, a recomendação é que sejam sutis publicamente, adotando abordagens menos ameaçadoras – como fazer críticas na forma de perguntas. Também devem se valer da estrutura corporativa para promover as reformas, usando, por exemplo, os canais de denúncia e de reclamações geridos pelo RH.
## Facilitação
Profissionais com perfil de facilitadores atuam para diminuir as tensões, minimizar respostas defensivas à mudança, criar espaços para compartilhar diferentes perspectivas ou mediar conflitos.
Costumam correr menos risco de desagradar e precisam ser hábeis para estabelecer um ambiente seguro em que as pessoas possam expor suas experiências – o que pode ser difícil quando há diferenças hierárquicas.
## Cura
Para ativistas organizacionais, lidar com os traumas das vítimas de racismo, sexismo e capacitismo pode ser exaustivo e até tóxico. Para conseguirem se manter engajados, é necessário cuidar de si mesmos, dedicando tempo a práticas que fortaleçam sua resiliência. É importante também estabelecer limites, escolhendo lutar contra alguns problemas (e não todos) para evitar a exaustão. Redes de apoio dentro e fora do trabalho, para lidar com a bagagem emocional, também podem ajudar.