Uncategorized

Autorretrato de um investidor do vale

Saiba que tipo de startup em estágio inicial tem mais chance de atrair capital e como sua probabilidade de êxito pode ser alavancada para identificar ideias novas que podem vingar
é um investidor serial, especialista em empresas em estágio inicial, sócio das firmas de investimento Cultivation Capital, Data Collective e Green Visor e da aceleradora 6:30. Fundou a Square, que fez IPO de US$ 279 milhões no final de 2015 e tem valor de mercado estimado em US$ 3,9 bilhões.

Compartilhar:

Invisto em cerca de cem startups ao mesmo tempo, por meio de quatro organizações. Estou envolvido mais ativamente em duas delas: a Data Collective e a Green Visor. Não participo de tudo: sou chamado para reuniões em áreas em que sou especializado. Um exemplo de meus investimentos é a LockerDome, que fica em St. Louis e já movimenta bilhões de dólares. 

Nasceu como uma rede social focada em esportes, mas desenvolveu o que considero o futuro da publicidade online: um software que aumenta a interatividade do usuário com a propaganda e mensura isso, o que faz com que a empresa pague só pela propaganda que funciona. 

A LockerDome elimina o desperdício no orçamento de marketing. Embora muitos investidores se limitem à terra natal e à internet, eu invisto também fora dos EUA e da rede.  A australiana PromisePay, uma fintech que garante a confiança entre as partes nas compras online, é uma de minhas grandes apostas. Ponho fé também na Immunophotonics, off-line, que tem um tratamento bem radical para pacientes em estágio 3 de câncer. Não sou qualificado para investir nela, mas admirei a coragem desses cientistas e resolvi dar bastante dinheiro para eles. 

Meu processo de decisão para investir em uma startup começa, em geral, por descobrir se uma das quatro empresas em que atuo também se interessa por ela. Isso é importante porque preciso de equipes parceiras dispostas a aprender sobre o negócio: lidamos com mercados que evoluem muito rápido e não tenho tempo de acompanhá-los. Para escolher um empreendimento, tenho de enxergar ali duas coisas: uma equipe capaz de resolver um problema e uma cultura com chance de ser bem-sucedida. 

Outro critério é que o negócio tenha zero (ou perto de zero) concorrente potencial – se tiver concorrentes, não será um bom investimento. Concorrência é sinal de acerto em investimentos de segundo e terceiro estágios, pois o fato de quererem copiá-los significa que são bem-sucedidos. Mas, no início, não. Toda ideia que discuto hoje é nova para o mundo; nada foi testado previamente. Meu talento é identificar o abstrato que pode se concretizar – bem estranho, eu sei.  Apesar de investir também 

em ações, sou especialista em empresas em estágio inicial. Se todos fossem como eu, desconfio que o mundo não funcionaria – autoconhecimento é importante para um investidor. Sou péssimo gestor;  faço o máximo para não gerir nada. Uma de minhas primeiras medidas na criação de uma empresa é reunir pessoas com habilidades diferentes das minhas, que possam geri-la e fazer as coisas que não sei fazer. 

Entendo também que é a diversidade de talentos que torna a conversa proveitosa. (NoV ale, a ênfase é toda no empreendedor, eu sei.) Outro lema meu é simples: é possível fazer muito com pouco dinheiro. Não gastamos demais para criar a Square ou a LaunchCode, que é meu foco atual. Fundei essa ONG a fim de formar talentos para as centenas de empresas da área limitadas pela escassez de programadores. Ela tem pouco mais de cinco anos e já mudou a cena tech dos EUA. Adoraria investir numa empresa do Brasil; até agora, o mais perto que cheguei foi a Costa Rica.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Inovação

Living Intelligence: A nova espécie de colaborador

Estamos entrando na era da Inteligência Viva: sistemas que aprendem, evoluem e tomam decisões como um organismo autônomo. Eles já estão reescrevendo as regras da logística, da medicina e até da criatividade. A pergunta que nenhuma empresa pode ignorar: como liderar equipes quando metade delas não é feita de pessoas?

Liderar GenZ’s: As relações de trabalho estão mudando…

Mais da metade dos jovens trabalhadores já não acredita no valor de um diploma universitário — e esse é só o começo da revolução que está transformando o mercado de trabalho. Com uma relação pragmática com o emprego, a Geração Z encara o trabalho como negócio, não como projeto de vida, desafiando estruturas hierárquicas e modelos de carreira tradicionais. A pergunta que fica: as empresas estão prontas para se adaptar, ou insistirão em um sistema que não conversa mais com a principal força de trabalho do futuro?

Liderança
Transições de liderança tem muito mais relação com a cultura e cultura organizacional do que apenas a referência da pessoa naquela função. Como estão estas questões na sua empresa?

Roberto Nascimento

6 min de leitura
Inovação
Estamos entrando na era da Inteligência Viva: sistemas que aprendem, evoluem e tomam decisões como um organismo autônomo. Eles já estão reescrevendo as regras da logística, da medicina e até da criatividade. A pergunta que nenhuma empresa pode ignorar: como liderar equipes quando metade delas não é feita de pessoas?

Átila Persici

6 min de leitura
Gestão de Pessoas
Mais da metade dos jovens trabalhadores já não acredita no valor de um diploma universitário — e esse é só o começo da revolução que está transformando o mercado de trabalho. Com uma relação pragmática com o emprego, a Geração Z encara o trabalho como negócio, não como projeto de vida, desafiando estruturas hierárquicas e modelos de carreira tradicionais. A pergunta que fica: as empresas estão prontas para se adaptar, ou insistirão em um sistema que não conversa mais com a principal força de trabalho do futuro?

Rubens Pimentel

4 min de leitura
Tecnologias exponenciais
US$ 4,4 trilhões anuais. Esse é o prêmio para empresas que souberem integrar agentes de IA autônomos até 2030 (McKinsey). Mas o verdadeiro desafio não é a tecnologia – é reconstruir processos, culturas e lideranças para uma era onde máquinas tomam decisões.

Vitor Maciel

6 min de leitura
ESG
Um ano depois e a chuva escancara desigualdades e nossa relação com o futuro

Anna Luísa Beserra

6 min de leitura
Empreendedorismo
Liderar na era digital: como a ousadia, a IA e a visão além do status quo estão redefinindo o sucesso empresarial

Bruno Padredi

5 min de leitura
Liderança
Conheça os 4 pilares de uma gestão eficaz propostos pelo Vice-Presidente da BossaBox

João Zanocelo

6 min de leitura
Inovação
Eventos não morreram, mas 78% dos participantes já rejeitam formatos ultrapassados. O OASIS Connection chega como antídoto: um laboratório vivo onde IA, wellness e conexões reais recriam o futuro dos negócios

Vanessa Chiarelli Schabbel

5 min de leitura
Marketing
Entenda por que 90% dos lançamentos fracassam quando ignoram a economia comportamental. O Nobel Daniel Kahneman revela como produtos são criados pela lógica, mas comprados pela emoção.

Priscila Alcântara

8 min de leitura
Liderança
Relatórios do ATD 2025 revelam: empresas skills-based se adaptam 40% mais rápido. O segredo? Trilhas de aprendizagem que falam a língua do negócio.

Caroline Verre

4 min de leitura