Liderança, Times e Cultura

Bons líderes hackeiam o próprio sistema

Entre as várias definições de liderança, uma das melhores diz que liderar é aprender e se adaptar todos os dias. Usar hacks (e boosters) de gestão nos três maiores desafios ajuda
Daniela Garcia é CEO do Instituto Capitalismo Consciente, entusiasta do terceiro setor e dos negócios de impacto social e articula parcerias com o mundo corporativo.

Compartilhar:

> “Precisamos hackear nosso próprio sistema e entender como inovar e ser continuamente melhores.”

As palavras acima, de um líder que admiro muito, resumem com maestria o que é liderar. Então, se é para hackearmos nosso sistema, especialmente com consciência, vale destacar o uso de hacks que subvertem (e/ou boosters que aceleram) nos três grandes desafios do exercício da liderança: liderar a operação, liderar pessoas e liderar a si mesmo *como HSM Management abordou na edição 159*. Compartilho alguns:

__1. Liderar a Operação.__ A governança pessoal é a orientação aqui, bem como não confiar na própria memória.

– De cenas de filme a insights, tudo precisa ser documentado e guardado. Faça isso em devices eletrônicos ou com caderno e caneta, mas faça.
– Separe suas informações por categoria e crie uma rotina diária de leitura – 30 minutos de manhã bastam.
– Use ferramentas online de administração de tarefas, mindmapping etc. Abuse da agenda digital, com horários para as atividades pessoais.
– Mantenha seus arquivos em nuvem.
– Nunca confie em sua memória.

__2. Liderar Pessoas.__ O tripé é ter clareza na comunicação, atentar à condução diária e dar suporte para todos.

– Entenda o perfil de cada colaborador, suas habilidades técnicas e softskills. Recorra a testes de perque tiver.
– Forneça feedback regular e construtivo. Não sabe? Aprenda – incluindo comunicação não violenta.
– Inteligência emocional, empatia e transparência são itens obrigatórios para compreender as necessidades e preocupações do time. Pratique.
– Crie KPIs em conjunto com as pessoas, olho no olho. Fique disponível para responder a perguntas e apoiar. Deixe que inovem.
– Defina prazos realistas para a conclusão das tarefas delegadas. Manter todos na mesma página em relação às prioridades é fundamental.
– Sugiro uma reunião semanal com todas as lideranças em conjunto, uma 1:1 com cada líder em separado (30 minutos) e uma entrevista de permanência com cada pessoa da equipe de seis em seis meses.

__3. Liderar a si mesmo.__ A palavra-chave é autodesenvolvimento. Líderes que buscam isso continuamente estão mais conectados consigo e tendem a se destacar; leem mais, aprendem com os outros, estão sempre em busca de melhorias e inovações. Alguns hacks:

– Faça meditação em grupo, exercícios de presença e reserve momentos para conexão com as pessoas.
– Abra reuniões com check-in e termine com espaço para perguntas e trocas.
– Celebre sucessos da equipe.

Isso é não é tudo! Liderar é orgânico, vivo, sempre há novos desafios. Mas hackeie-se e viva cada experiência.

ENTREVISTA DE PERMANÊNCIA
Na visão de Daniela Garcia, estas são as melhores perguntas:

1. Como seria um dia de trabalho ideal para você?
2. O que faz você se sentir frustrado no dia a dia?
3. O que te dá energia e te motiva a vir trabalhar todos os dias?
4. Há algo que estamos fazendo que você acha que poderia ser melhorado?
5. O que eu, como sua chefia imediata, posso fazer mais ou menos para você?
6. Quando foi a última vez que você pensou em sair da empresa?
7. O que te levaria a deixar a organização?

Compartilhar:

Artigos relacionados

Organização

A difícil arte de premiar sem capitular

Desde Alfred Nobel, o ato de reconhecer os feitos dos seres humanos não é uma tarefa trivial, mas quando bem-feita costuma resultar em ganho reputacional para que premia e para quem é premiado

ESG
Adotar o 'Best Before' no Brasil pode reduzir o desperdício de alimentos, mas demanda conscientização e mudanças na cadeia logística para funcionar

Lucas Infante

4 min de leitura
Tecnologias exponenciais
No SXSW 2025, a robótica ganhou destaque como tecnologia transformadora, com aplicações que vão da saúde e criatividade à exploração espacial, mas ainda enfrenta desafios de escalabilidade e adaptação ao mundo real.

Renate Fuchs

6 min de leitura
Inovação
No SXSW 2025, Flavio Pripas, General Partner da Staged Ventures, reflete sobre IA como ferramenta para conexões humanas, inovação responsável e um futuro de abundância tecnológica.

Flávio Pripas

5 min de leitura
ESG
Home office + algoritmos = epidemia de solidão? Pesquisa Hibou revela que 57% dos brasileiros produzem mais em times multidisciplinares - no SXSW, Harvard e Deloitte apontam o caminho: reconexão intencional (5-3-1) e curiosidade vulnerável como antídotos para a atrofia social pós-Covid

Ligia Mello

6 min de leitura
Empreendedorismo
Em um mundo de incertezas, os conselhos de administração precisam ser estratégicos, transparentes e ágeis, atuando em parceria com CEOs para enfrentar desafios como ESG, governança de dados e dilemas éticos da IA

Sérgio Simões

6 min de leitura
Tecnologias exponenciais
Os cuidados necessários para o uso de IA vão muito além de dados e cada vez mais iremos precisar entender o real uso destas ferramentas para nos ajudar, e não dificultar nossa vida.

Eduardo Freire

7 min de leitura
Liderança
A Inteligência Artificial está transformando o mercado de trabalho, mas em vez de substituir humanos, deve ser vista como uma aliada que amplia competências e libera tempo para atividades criativas e estratégicas, valorizando a inteligência única do ser humano.

Jussara Dutra

4 min de leitura
Gestão de Pessoas
A história familiar molda silenciosamente as decisões dos líderes, influenciando desde a comunicação até a gestão de conflitos. Reconhecer esses padrões é essencial para criar lideranças mais conscientes e organizações mais saudáveis.

Vanda Lohn

5 min de leitura
Empreendedorismo
Afinal, o SXSW é um evento de quem vai, mas também de quem se permite aprender com ele de qualquer lugar do mundo – e, mais importante, transformar esses insights em ações que realmente façam sentido aqui no Brasil.

Dilma Campos

6 min de leitura
Uncategorized
O futuro das experiências de marca está na fusão entre nostalgia e inovação: 78% dos brasileiros têm memórias afetivas com campanhas (Bombril, Parmalat, Coca-Cola), mas resistem à IA (62% desconfiam) - o desafio é equilibrar personalização tecnológica com emoções coletivas que criam laços duradouros

Dilma Campos

7 min de leitura