Estratégia e Execução

Clima: obrigações divididas

Segundo o BCQ, A maioria dos países consegue cumprir 80% da meta do Acordo de Paris com três stakeholders-chave e as tecnologias atuais

Compartilhar:

Enquanto as mudanças climáticas avançam, os riscos do imobilismo são enormes. O alerta não vem de cientistas ou ambientalistas, mas do Boston Consulting Group (BCG). Porém, pesquisas e estudos da consultoria mostram que governos, empresas e investidores têm ao seu alcance medidas objetivas para enfrentar essa ameaça, fazendo a transição para uma economia de baixo carbono de modo economicamente sustentável. 

Segundo o BCG, a maioria dos países tem condições de cumprir 80% da meta do Acordo de Paris utilizando as tecnologias existentes. É possível, por exemplo, substituir uma parcela significativa dos combustíveis fósseis por biomassa. 

“Dependendo da disponibilidade de biomassa em relação à demanda em cada nação, essa mudança poderia eliminar entre 14% (na China) e 70% (no Brasil) de todas as emissões de energia industrial”, diz a análise. No caso do Brasil, especificamente, há um desafio “particularmente espinhoso”, pois mais de 40% dos gases de efeito estufa gerados pelo País são provenientes da agricultura.

Em resumo, deter o curso das mudanças climáticas exigirá ações coordenadas dos stakeholders envolvidos. Eis algumas ideias a implementar:

**GOVERNO**

estabelecer metas ousadas, saindo na frente para posicionar de forma vantajosa as empresas nacionais em relação a tecnologias inovadoras em mercados de rápido crescimento;

precificar as emissões de carbono, a fim de incentivar investimentos de baixo carbono e dar segurança ao planejamento das empresas; 

introduzir a regulamentação quando a precificação do carbono não for suficiente.

**EMPRESAS**

desenvolver uma estratégia de baixo carbono, identificando oportunidades e estabelecendo metas de redução ousadas;

adequar as operações, reduzindo a intensidade de CO2 dos processos, inclusive em relação aos fornecedores, e gerenciando os riscos físicos;

trabalhar lado a lado com os reguladores para obter apoio às iniciativas de descarbonização e criar parcerias ao longo da cadeia de valor para compartilhar riscos.

**INVESTIDORES**

incluir o impacto climático nas avaliações de risco e desenvolver ferramentas para analisar o desempenho climático dos investimentos;

participar dos conselhos de administração, pressionando-os a compreender e gerenciar a exposição ao risco climático;

financiar o futuro de baixo carbono, investindo em modelos de negócio inovadores.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Quando a IA desafia o ESG: o dilema das lideranças na era algorítmica

A inteligência artificial está reconfigurando decisões empresariais e estruturas de poder. Sem governança estratégica, essa tecnologia pode colidir com os compromissos ambientais, sociais e éticos das organizações. Liderar com consciência é a nova fronteira da sustentabilidade corporativa.

Liderança
O problema está na literatura comercial rasa, nos wannabe influenciadores de LinkedIn, nos só cursos de final de semana e até nos MBAs. Mas, sobretudo, o problema está em como buscamos aprender sobre a liderança e colocá-la em prática.

Marcelo Santos

8 min de leitura
ESG
Inclua uma nova métrica no seu dashboard: bem-estar. Porque nenhum KPI de entrega importa se o motorista (você) está com o tanque vazio

Lilian Cruz

4 min de leitura
ESG
Flexibilidade não é benefício. É a base de uma cultura que transformou nossa startup em um caso real de inclusão sem imposições, onde mulheres prosperam naturalmente.

Gisele Schafhauser

5 min de leitura
Tecnologias exponenciais
O futuro da liderança em tempos de IA vai além da tecnologia. Exige preservar o que nos torna humanos em um mundo cada vez mais automatizado.

Manoel Pimentel

7 min de leitura
Tecnologias exponenciais
Setores que investiram em treinamento interno sobre IA tiveram 57% mais ganhos de produtividade. O segredo está na transição inteligente.

Vitor Maciel

6 min de leitura
Empreendedorismo
Autoconhecimento, mentoria e feedback constante: a nova tríade para formar líderes preparados para os desafios do trabalho moderno

Marcus Vaccari

6 min de leitura
Tecnologias exponenciais
Se seu atendimento não é 24/7, personalizado e instantâneo, você já está perdendo cliente para quem investiu em automação. O tempo de resposta agora é o novo preço da fidelização

Edson Alves

4 min de leitura
Inovação
Enquanto você lê mais um relatório de tendências, seus concorrentes estão errando rápido, abolindo burocracias e contratando por habilidades. Não é só questão de currículos. Essa é a nova guerra pela inovação.

Alexandre Waclawovsky

8 min de leitura
Tecnologias exponenciais
A aplicação da inteligência artificial e um novo posicionamento da liderança tornam-se primordiais para uma gestão lean de portfólio

Renata Moreno

4 min de leitura
Finanças
Taxas de juros altas, inovação subfinanciada: o mapa para captar recursos em melhorias que já fazem parte do seu DNA operacional, mas nunca foram formalizadas como inovação.

Eline Casasola

5 min de leitura