Inovação

Como as empresas obtêm sucesso nos mercados internacionais

A inovação tem um papel central no crescimento de uma empresa que deseja expandir fronteiras
Candice Pascoal é fundadora da maior plataforma de crowdfunding do Brasil (Kickante), executiva de nível internacional com grande experiência na expansão de empresas americanas no exterior e best-seller do livro *Seu Sonho Tem Futuro*.

Compartilhar:

A competitividade entre as empresas está cada vez mais global. Ganhar o mercado internacional significa não depender exclusivamente dos clientes do país de origem, assim como potencializar lucros. Porém, expandir as fronteiras e ter acesso a economias mais robustas exige esforço.

Muitos acreditam que o sucesso está escondido nos custos trabalhistas, em taxas de juros ou taxas de câmbio. Aquelas que alcançam sucesso internacional diferem entre si com relação às estratégias adotadas. Mas, diante de uma análise de empresas bem sucedidas internacionalmente, encontramos um ponto em comum. As companhias que se destacam pela vantagem competitiva internacional são marcadas com características inovadoras, que permeiam as pequenas e grandes ações do grupo.

A inovação pode estar presente em uma nova descoberta e aplicação de marketing, em um novo design de produto, em aplicação de novas funcionalidades para um aplicativo ou site, ou quem sabe um novo processo de produção. Muitas dessas inovações são simples e mais marcadas por pequenos insights e aplicações do que uma única e grande mudança inovadora. É comum que esses atos inovadores envolvam ideias que nem sempre são novas, mas sim sugestões que foram fortemente perseguidas.

Alguns grupos criam vantagem competitiva ao perceber um segmento de mercado que outros ignoram. As empresas japonesas, por exemplo, saíram na frente e mantiveram uma vantagem inicial ao focar em modelos menores e mais compactos, nas indústrias automobilísticas e de eletrodomésticos, que seus concorrentes negligenciaram.

A informação está intimamente ligada ao processo de inovação. Informação esta que está disponível para todos, mas nem todos estão à procura ou dispostos a investir. Informações que levarão a um processo inovador podem vir de um simples investimento em pesquisa e desenvolvimento ou quem sabe de uma pesquisa de mercado. É um esforço contínuo de direcionar a atenção para o local certo, mantendo a flexibilidade para novas conjecturas, livres do conhecimento convencional. A capacidade de inovação pode surgir através de colaboradores recém-chegados no setor e, portanto, mais capazes de perceber oportunidades e mais propensos a executá-las. E podem vir de outro país com diferentes circunstâncias ou diferentes formas de competir.

No momento em que uma empresa alcança vantagem competitiva por meio de inovação, inicia-se um novo desafio: o de sustentar o processo inovador por meio de melhorias contínuas e processos de atualização. Voltando para o caso das montadoras japonesas que inovaram e se destacaram com seus modelos compactos e de baixo custo, quando sua vantagem competitiva ainda permanecia, estavam investindo em fábricas modernas, e em inovação tecnológica com relação ao processo de produção. Resultado? Tornaram-se pioneiras novamente, mas agora em práticas de qualidade e produtividade.

A presença de fortes rivais locais também é um estímulo poderoso para a persistência da vantagem competitiva. Na Suíça, a rivalidade entre empresas farmacêuticas, como Hoffmann-La Roche, Ciba-Geigy e Sandoz, contribui para uma posição de liderança mundial. Assim como nos Estados Unidos, com computadores e softwares. A rivalidade acaba pressionando as empresas a inovar, reduzir custos, melhorar qualidade e criar novos processos.

Reconhecer o papel central da inovação e da atualização para a expansão internacional do mercado e entender que ela acontece em meio a pressão e desafios é uma incômoda verdade que leva ao crescimento. Os concorrentes mais capazes trabalham, na verdade, como motivadores. Logo, para competir globalmente, uma empresa com rivais locais capacitados irá promover uma rivalidade vigorosa que levará a uma vantagem competitiva sustentável.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Há um fio entre Ada Lovelace e o CESAR

Fora do tempo e do espaço, talvez fosse improvável imaginar qualquer linha que me ligasse a Ada Lovelace. Mais improvável ainda seria incluir, nesse mesmo

Carreira, Diversidade
Ninguém fala disso, mas muitos profissionais mais velhos estão discriminando a si mesmos com a tecnofobia. Eles precisam compreender que a revolução digital não é exclusividade dos jovens

Ricardo Pessoa

4 min de leitura
ESG
Entenda viagens de incentivo só funcionam quando deixam de ser prêmios e viram experiências únicas

Gian Farinelli

6 min de leitura
Liderança
Transições de liderança tem muito mais relação com a cultura e cultura organizacional do que apenas a referência da pessoa naquela função. Como estão estas questões na sua empresa?

Roberto Nascimento

6 min de leitura
Inovação
Estamos entrando na era da Inteligência Viva: sistemas que aprendem, evoluem e tomam decisões como um organismo autônomo. Eles já estão reescrevendo as regras da logística, da medicina e até da criatividade. A pergunta que nenhuma empresa pode ignorar: como liderar equipes quando metade delas não é feita de pessoas?

Átila Persici

6 min de leitura
Gestão de Pessoas
Mais da metade dos jovens trabalhadores já não acredita no valor de um diploma universitário — e esse é só o começo da revolução que está transformando o mercado de trabalho. Com uma relação pragmática com o emprego, a Geração Z encara o trabalho como negócio, não como projeto de vida, desafiando estruturas hierárquicas e modelos de carreira tradicionais. A pergunta que fica: as empresas estão prontas para se adaptar, ou insistirão em um sistema que não conversa mais com a principal força de trabalho do futuro?

Rubens Pimentel

4 min de leitura
Tecnologias exponenciais
US$ 4,4 trilhões anuais. Esse é o prêmio para empresas que souberem integrar agentes de IA autônomos até 2030 (McKinsey). Mas o verdadeiro desafio não é a tecnologia – é reconstruir processos, culturas e lideranças para uma era onde máquinas tomam decisões.

Vitor Maciel

6 min de leitura
ESG
Um ano depois e a chuva escancara desigualdades e nossa relação com o futuro

Anna Luísa Beserra

6 min de leitura
Empreendedorismo
Liderar na era digital: como a ousadia, a IA e a visão além do status quo estão redefinindo o sucesso empresarial

Bruno Padredi

5 min de leitura
Liderança
Conheça os 4 pilares de uma gestão eficaz propostos pelo Vice-Presidente da BossaBox

João Zanocelo

6 min de leitura
Inovação
Eventos não morreram, mas 78% dos participantes já rejeitam formatos ultrapassados. O OASIS Connection chega como antídoto: um laboratório vivo onde IA, wellness e conexões reais recriam o futuro dos negócios

Vanessa Chiarelli Schabbel

5 min de leitura