Gestão de pessoas, Empreendedorismo

Como as estratégias de gestão podem reduzir os custos elevados dos reajustes anuais dos planos de saúde empresariais?

Entenda os impactos e estratégias para garantir a sustentabilidaded dos planos de saúde, que devem aumentar em até 25% neste ano.
CEO da Safe Care e possui mais de duas décadas de experiência em consultoria de seguros e benefícios corporativos, incluindo áreas como saúde, vida e odontologia

Compartilhar:

O ano de 2024 traz consigo desafios crescentes para o setor de saúde empresarial no Brasil, com o aumento dos custos dos planos de saúde assumindo o centro das atenções. Estimativas indicam que esses planos, representando 72% do mercado nacional, enfrentarão um aumento de até 25% neste ano, um percentual significativamente superior à inflação geral. Essa elevação de custos é impulsionada pela inflação médica estimada em 14% e pela alarmante frequência de sinistros, que atingiu 88% em 2023.

Esses planos – essenciais para a manutenção da saúde e bem-estar dos colaboradores – também estão sob pressão devido aos constantes aumentos nas mensalidades, podendo chegar a 58,94%. Além disso, os custos dos serviços médico-hospitalares continuam em ascensão, evidenciando ainda mais a urgência de estratégias eficazes para garantir a sustentabilidade desse importante benefício.
O cenário se torna ainda mais desafiador diante do contexto econômico e demográfico.

Com mais de 50 milhões de beneficiários, os planos empresariais enfrentam o desafio do envelhecimento populacional, que inevitavelmente contribui para o aumento do uso de serviços de saúde. A crescente expectativa de vida implica uma demanda por tratamentos mais prolongados e complexos, elevando ainda mais os custos assistenciais.

Frente a esse panorama, as empresas se veem diante de um dilema complexo: como manter a qualidade dos benefícios oferecidos aos colaboradores sem comprometer a saúde financeira da organização? A busca por soluções estratégicas torna-se, portanto, imperativa, exigindo uma reflexão profunda sobre medidas eficazes para enfrentar esses desafios.

# Combate às fraudes e desperdícios como estratégia de redução de custos

As fraudes e os desperdícios têm um impacto direto nos custos dos planos de saúde, contribuindo significativamente para seu encarecimento.

A implementação de medidas rigorosas de controle e fiscalização, aliada a uma cultura organizacional fundamentada na transparência e integridade, pode desempenhar um papel crucial na redução dessas práticas prejudiciais.

As faltas por doença também representam um desafio significativo para as organizações, não apenas em termos de custos financeiros diretos, mas também em relação à produtividade e à continuidade operacional.

Investir em empresas que oferecem suporte na gestão dos benefícios de saúde vai além da simples negociação com os planos. Essas entidades auxiliam na otimização dos benefícios oferecidos e na implementação de programas preventivos, os quais podem reduzir significativamente as faltas por doença.

Tecnologias e gestão eficiente como aliadas na administração dos planos de saúde
Nesse contexto, a adoção de tecnologias como Business Intelligence e auditoria médica avançada emerge como uma estratégia promissora.

Ao possibilitar uma análise minuciosa dos dados e um acompanhamento mais preciso das despesas médicas – incluindo o número de consultas, códigos CID frequentemente utilizados por departamento, absenteísmo, entre outros fatores na cadeia de utilização do benefício – essas tecnologias permitem uma administração mais eficiente dos planos de saúde. Isso ocorre por meio de correções de curso ágeis e uma visão em tempo real dos custos e sinistros, promovendo maior previsibilidade e controle.

É importante frisar que para a categoria de planos empresariais corporativos não há uma regra da ANS que regule os reajustes, o que leva a uma variação considerável nos percentuais entre diferentes seguradoras.

Neste segmento, empresas de gestão focadas em soluções 360 em gestão saúde podem otimizar a utilização dos benefícios com cruzamento de dados e a entrega de indicadores preciosos para as empresas fazerem a correta leitura desses dados. Os ganhos vão de produtividade, passando pela redução do absenteísmo, redução de custos desnecessários até a exata previsibilidade de ajustes contratuais futuros com as operadoras de saúde.

# Programas preventivos e suporte na gestão dos benefícios de saúde

Além disso, algumas organizações oferecem diferenciais importantes, como ampliar ações de prevenção não só para os colaboradores, mas também para seus familiares, e simplificar processos burocráticos e complexos relacionados ao uso do plano de saúde.

Um exemplo é o programa “Cuidando de Você”, que se destaca pelo atendimento humanizado e pela preocupação tanto com os colaboradores quanto com suas famílias. Esse programa de acolhimento e apoio promove a saúde física e mental dos funcionários, fortalece os laços familiares e cria um ambiente de trabalho mais saudável e produtivo.

# Regulação e legislação: o papel do Projeto de Lei 7419/2006 na transformação do mercado

Diante dos diversos desafios enfrentados, recentemente foi proposto o Projeto de Lei 7419/2006, também conhecido como Lei dos Planos de Saúde, visando modificar a regulação dos planos de saúde no Brasil. Seu objetivo é ampliar a cobertura, aprimorar a qualidade dos serviços e reduzir custos.

O referido projeto está atualmente em análise na Câmara dos Deputados, abordando questões como a criação de planos populares e a regulamentação do uso de genéricos.

A eventual aprovação deste projeto poderia ter um impacto significativo no mercado, proporcionando uma ampliação da cobertura para milhões de brasileiros. Diante disso, é crucial que as empresas acompanhem de perto essas mudanças legislativas, a fim de minimizar possíveis impactos financeiros e garantir o acesso contínuo a serviços de saúde de qualidade para seus colaboradores.

# A busca por uma administração eficiente e o compromisso com o bem-estar dos colaboradores

Reconhecemos que não há uma solução única para os desafios enfrentados pelo setor de saúde empresarial. No entanto, as organizações precisam estar abertas ao diálogo e dispostas a explorar novas abordagens e soluções estratégicas.

A busca por uma administração eficiente dos planos de saúde, especialmente os coletivos e empresariais, aliada ao combate às fraudes e desperdícios, é um passo importante nessa jornada. Afinal, a saúde dos colaboradores é um ativo valioso que merece ser protegido e cuidado. Somente assim será possível garantir a sustentabilidade dos planos de saúde empresariais e o bem-estar dos colaboradores a longo prazo.

Compartilhar:

Artigos relacionados

multiculturalidade

O conflito de gerações no mercado de trabalho e na vida: problema ou oportunidade?

Em um mundo onde múltiplas gerações coexistem no mercado, a chave para a inovação está na troca entre experiência e renovação. O desafio não é apenas entender as diferenças, mas transformá-las em oportunidades. Ao acolher novas perspectivas e desaprender o que for necessário, criamos ambientes mais criativos, resilientes e preparados para o futuro. Afinal, o sucesso não pertence a uma única geração, mas à soma de todas elas.

Medo na vida e na carreira: um convite à mudança

O medo pode paralisar e limitar, mas também pode ser um convite para a ação. No mundo do trabalho, ele se manifesta na insegurança profissional, no receio do fracasso e na resistência à mudança. A liderança tem papel fundamental nesse cenário, influenciando diretamente a motivação e o bem-estar dos profissionais. Encarar os desafios com autoconhecimento, preparação e movimento é a chave para transformar o medo em crescimento. Afinal, viver de verdade é aceitar riscos, aprender com os erros e seguir em frente, com confiança e propósito.

DeepSeek e os 6Ds da disrupção: o futuro da inteligência artificial está sendo redefinido?

O DeepSeek, modelo de inteligência artificial desenvolvido na China, emerge como força disruptiva que desafia o domínio das big techs ocidentais, propondo uma abordagem tecnológica mais acessível, descentralizada e eficiente. Desenvolvido com uma estratégia de baixo custo e alto desempenho, o modelo representa uma revolução que transcende aspectos meramente tecnológicos, impactando dinâmicas geopolíticas e econômicas globais.

Finanças
O Revenue Operations (RevOps) está em franca expansão global, com estimativa de que 75% das empresas o adotarão até 2025. No Brasil, empresas líderes, como a 8D Hubify, já ultrapassaram as expectativas, mais que dobrando o faturamento e triplicando o lucro ao integrar marketing, vendas e sucesso do cliente. A Inteligência Artificial é peça-chave nessa transformação, automatizando interações para maior personalização e eficiência.

Fábio Duran

3 min de leitura
Empreendedorismo
Trazer os homens para a discussão, investir em ações mais intencionais e implementar a licença-paternidade estendida obrigatória são boas possibilidades.

Renata Baccarat

4 min de leitura
Uncategorized
Apesar de ser uma ferramenta essencial para o desenvolvimento de colaboradores, o Plano de Desenvolvimento Individual (PDI) vem sendo negligenciado por empresas no Brasil. Pesquisa da Mereo mostra que apenas 60% das companhias avaliadas possuem PDIs cadastrados, com queda no engajamento de 2022 para 2023.

Ivan Cruz

4 min de leitura
Tecnologias exponenciais
A inteligência artificial (IA) está revolucionando o mundo dos negócios, mas seu avanço rápido exige uma discussão sobre regulamentação. Enquanto a Europa avança com regras para garantir benefícios éticos, os EUA priorizam a liberdade econômica. No Brasil, startups e empresas se mobilizam para aproveitar as vantagens competitivas da IA, mas aguardam um marco legal claro.

Edmee Moreira

4 min de leitura
ESG
A gestão de riscos psicossociais ganha espaço nos conselhos, impulsionada por perdas estimadas em US$ 3 trilhões ao ano. No Brasil, a atualização da NR1 exige que empresas avaliem e gerenciem sistematicamente esses riscos. Essa mudança reflete o reconhecimento de que funcionários saudáveis são mais produtivos, com estudos mostrando retornos de até R$ 4 para cada R$ 1 investido

Ana Carolina Peuker

4 min de leitura
Gestão de Pessoas
Conheça o conceito de Inteligência Cultural e compreenda os três pilares que vão te ajudar a trazer clareza e compreensão para sua comunicação interpessoal (e talvez internacional)

Angelina Bejgrowicz

4 min de leitura
Liderança
Entenda como construir um ambiente organizacional que prioriza segurança psicológica, engajamento e o desenvolvimento genuíno das equipes.

Athila Machado

6 min de leitura
Empreendedorismo
Após a pandemia, a Geração Z que ingressa no mercado de trabalho aderiu ao movimento do "quiet quitting", realizando apenas o mínimo necessário em seus empregos por falta de satisfação. Pesquisa da Mckinsey mostra que 25% da Geração Z se sentiram mais ansiosos no trabalho, quase o dobro das gerações anteriores. Ambientes tóxicos, falta de reconhecimento e não se sentirem valorizados são alguns dos principais motivos.

Samir Iásbeck

4 min de leitura
Empreendedorismo
Otimizar processos para gerar empregos de melhor qualidade e remuneração, desenvolver produtos e serviços acessíveis para a população de baixa renda e investir em tecnologias disruptivas que possibilitem a criação de novos modelos de negócios inclusivos são peças-chave nessa remontagem da sociedade no mundo

Hilton Menezes

4 min de leitura
Finanças
Em um mercado cada vez mais competitivo, a inovação se destaca como fator crucial para o crescimento empresarial. Porém, transformar ideias inovadoras em realidade requer compreender as principais fontes de fomento disponíveis no Brasil, como BNDES, FINEP e Embrapii, além de adotar uma abordagem estratégica na elaboração de projetos robustos.

Eline Casalosa

4 min de leitura