Uncategorized

Como aumentar o repertório cultural dos colaboradores

Fomentar o apreço à cultura e às artes torna o profissional mais competitivo, engajado e satisfeito – e faz bem à saúde dos negócios
É colaborador de HSM Management.

Compartilhar:

Quanto mais livros, museus, shows, peças teatrais e outros produtos culturais você saborear, maior será sua vantagem profissional. Essa é a opinião de todos os entrevistados de uma recente reportagem ([Seu repertório é elástico?](https://www.revistahsm.com.br/post/seu-repertorio-e-elastico)) publicada nesta __HSM Management__.

Segundo mentores, sociólogos e executivos ouvidos pela reportagem, profissionais que não limitam o consumo de conteúdo a materiais técnicos e específicos da própria área de atuação costumam ser mais competitivos. Eles são propensos à criatividade e à inovação, habilidades importantíssimas no volátil século 21. Também desenvolvem empatia, o que pode fazer diferença ao solucionar um problema, entre outras competências.

Por isso, as perguntas de caráter pessoal se tornaram tão comuns em seleções de emprego e trabalho. Diga-me o que lês e te direi quem és? Nem tanto. A ideia não é julgar os livros, filmes, séries e músicas que o profissional consome, mas saber como esses produtos se encaixam na rotina dos entrevistados e influenciam suas vidas.

Além de manifestar interesse pelo repertório do colaborador logo no primeiro ponto de contato, as companhias também buscam estimular o lifestyle.

A consultoria KPMG, por exemplo, criou um clube de livros para seus executivos. Nas reuniões, os participantes debatem sobre estratégia, liderança e gestão de risco a partir da perspectiva de obras de ficção e não-ficção. Já idtech brasileira unico realiza encontros periodicamente com seus colaboradores para ouvir nomes de referência em diferentes áreas do conhecimento, tais como o rapper Emicida, a artista Rita Von Hunty e o publicitário Nizan Guanaes. Outra forma de estimular o aumento do repertório cultural é premiar os colaboradores com livros e ingressos para conferências, shows, espetáculos e exposições de arte. Ou aumentar a carteira de benefícios com o vale-cultura.

## O vale-cultura no employee experience
Criado pelo governo federal em 2012, o vale-cultura é regido pelo PCT, o Programa de Cultura do Trabalhador. Nele, o profissional recebe a quantia de R$ 50 todos os meses. É o caso do jornalista Andrew Fischer, 27 anos. Redator em uma agência de consultoria criativa, com unidades em Belo Horizonte e São Paulo, Fischer pode usar o vale-cultura no que quiser – desde que o investimento esteja relacionado a itens como cinema, teatro, livros e serviços de streaming. “Apesar da obrigatoriedade de gastar unicamente com cultura, vejo o benefício como um incentivo da empresa para que eu invista em mim, na minha educação”, diz Fischer. Ele gasta cerca de 60% do vale-cultura na mensalidade da Netflix. O restante é variável: ora na compra de livros físicos, ora em aplicativos de edição para fotos e vídeos.

De acordo com a empresa de benefícios corporativos Swile, há uma demanda crescente pelo vale-cultura. Entre outubro de 2020 e março de 2021, a companhia identificou um aumento de 210% no volume de transações por meio de sua plataforma. O ticket-médio do benefício, por sua vez, saiu de R$ 50 e chegou a R$ 82. Na Swile, a categoria não tem teto de valor.

Apesar do desempenho ascendente, poucas empresas apostam no benefício. Uma pesquisa nacional realizada pela Swile e pela Leme Consultoria com 1156 empresas, entre março e maio de 2021, constatou que apenas 4,8% das entrevistadas disponibilizam o vale-cultura. Os benefícios mais oferecidos são os tradicionais vale-refeição (concedido por 81,1% das empresas), assistência médica (77,5%) e auxílio-transporte (68,7%) – geralmente vinculados a algum aspecto fiscal, legal ou trabalhista.

No relatório da pesquisa, batizado de “[Guia Nacional de Benefícios 2021](https://materiais.swile.co/pt-br/guia-nacional-de-beneficios)”, o vale-cultura é considerado uma regalia de alta qualidade, mas com baixa aderência. A cesta dos benefícios subvalorizados ainda incluem auxílio home office, auxílio-creche, desconto em farmácia e previdência privada.

Mas não precisava ser assim. “Diante da inércia do mercado e da percepção de valor por parte dos colaboradores, consideramos que as empresas que oferecem esse benefício [vale-cultura] possuem uma vantagem na gestão de seus talentos”, diz o report. Em outras palavras: ampliar o repertório cultural dos times, por meio do voucher, é uma oportunidade de ouro para as empresas que buscam relevância no mercado – com mais produtividade, engajamento e satisfação dos talentos.
E tem mais: o recurso é isento de encargos e tributos. Ou seja, é mais barato para a empresa conceder um vale-cultura de R$ 50 por mês do que promover um aumento salarial do mesmo valor que, ao fim, pode custar mais de R$ 80 em encargos. Como se vê, o fomento à cultura só traz vantagens.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Empreendedorismo
A intencionalidade não é a solução para tudo, mas é o que transforma escolhas em estratégias e nos permite navegar a vida com mais clareza e propósito.

Isabela Corrêa

6 min de leitura
Liderança
Construir e consolidar um posicionamento executivo é essencial para liderar com clareza, alinhar valores e princípios à gestão e impulsionar o desenvolvimento de carreira. Um posicionamento bem definido orienta decisões, fortalece relações profissionais e contribui para um ambiente de trabalho mais ético, produtivo e sustentável.

Rubens Pimentel

4 min de leitura
Empreendedorismo
Impacto social e sustentabilidade financeira não são opostos – são aliados essenciais para transformar vidas de forma duradoura. Entender essa relação foi o que permitiu ao Aqualuz crescer e beneficiar milhares de pessoas.

Anna Luísa Beserra

5 min de leitura
ESG
Infelizmente a inclusão tem sofrido ataques nas últimas semanas. Por isso, é necessário entender que não é uma tendência, mas uma necessidade estratégica e econômica. Resistir aos retrocessos é garantir um futuro mais justo e sustentável.

Carolina Ignarra

0 min de leitura
ESG
Atualmente, 2,5% dos colaboradores da Pernambucanas se autodeclaram pessoas trans e 100% dos colaboradores trans da varejista disseram que se sentem seguros para ser quem são dentro da empresa.

Nivaldo Tomasio

5 min de leitura
Marketing
A integração entre indicadores de trade marketing e inteligência competitiva está redefinindo o jogo corporativo. Monitorar a execução no PDV, antecipar tendências e reagir com agilidade às mudanças do mercado não são mais diferenciais, mas exigências para a competitividade. Utilizar dados como fonte de insights estratégicos é o caminho para decisões mais rápidas, investimentos otimizados e resultados superiores.

Arthur Fabris

4 min de leitura
Liderança
O novo capítulo do mundo corporativo já começou a ser escrito. Sustentabilidade, transformação digital humanizada e agilidade diante das incertezas globais são os pilares que moldarão líderes visionários e organizações resilientes. Não basta acompanhar as mudanças; é preciso liderá-las com ousadia, responsabilidade e impacto positivo.

Luiz Soria

3 min de leitura
ESG
Apesar dos desafios históricos, as mulheres seguem conquistando espaço no setor de tecnologia, enfrentando a falta de representatividade, dificuldades de financiamento e preconceitos. Iniciativas como o W20 no G20, o PrograMaria e o RME Acelera impulsionam essa transformação, promovendo inclusão e igualdade de oportunidades.

Ana Fontes

4 min de leitura
Marketing
Segundo pesquisa do Instituto Qualibest, houve um aumento de 17 pontos percentuais no número de pessoas assistindo ao programa, em comparação à última edição. Vamos entender como o "ouro televisivo" ainda é uma arma potente de marketing brasileiro.

Carolina Fernandes

4 min de leitura
Gestão de Pessoas, Estratégia e execução, Gestão de pessoas

Lilian Cruz

5 min de leitura