Desenvolvimento pessoal

Como desenvolver competências comportamentais

Conheça estratégias que podem fazer diferença para quem está no início de carreira
Sabina Augras e Laura Fuks são sócias fundadoras da Cmov, edtech na área de carreira e empregabilidade.

Compartilhar:

Serena Williams, umas das maiores tenistas de todos os tempos, disse em uma entrevista que acredita que o seu sucesso no tênis é atribuído 70% a sua “resiliência mental” e 30% à técnica. 

Williams mencionou que mais importante do que a técnica, é como você lida com o público, com a pressão, e como você “entra na cabeça do seu adversário e faz ele acreditar que ele não vai ganhar o jogo”. 

Em especial, Serena considera a competência de resolução de problema como uma das principais razões para o seu sucesso. Ela explica que sempre que está perdendo, analisa cada jogada e como pode melhorar na partida. E ela pratica isso em todos os seus treinos. 

Assim como no tênis, as competências comportamentais são hoje e ainda serão cada vez mais importantes para o sucesso em qualquer carreira.

No entanto, diferentemente das competências técnicas, as competências comportamentais são mais difíceis de serem aprendidas. Isso porque exigem uma transformação de dentro para fora.

Dado o seu alto grau de importância para a carreira, a próxima pergunta naturalmente passa a ser: quais competências priorizar e como, de fato, desenvolvê-las?

No caso da Serena, resolução de problema foi apontada como a competência chave para o seu sucesso. Mas quais são as competências comportamentais críticas se você quiser seguir uma outra carreira?

## O primeiro passo é priorizar  

Antes de sair se matriculando em cursos para melhorar todas as suas competências comportamentais, é importante dar um passo para trás e entender quais são as mais relevantes para a sua meta de carreira. 

Uma vez definido um objetivo de carreira, você poderá pesquisar sobre as competências mais relevantes para o seu sucesso. Por exemplo, se você quiser se tornar um empreendedor, competências como liderança, capacidade de execução e comunicação assertiva são extremamente relevantes. Já para uma carreira acadêmica, competências como pensamento crítico, resiliência, autodesenvolvimento e autogestão se tornam extremamente necessárias. 

Com um pouco de pesquisa e bastante conversa com profissionais de referência na sua área de interesse, você conseguirá fazer uma lista e priorizar as competências críticas para iniciar o seu desenvolvimento.

A segunda pergunta então passa a ser: como desenvolver essas competências? 

Ainda que haja muito debate sobre os reais fatores que determinam o desenvolvimento de uma competência, há dois que se sobressaem e que estão totalmente em nosso controle: a prática e a mentalidade de crescimento.

## Prática (deliberada) leva à perfeição

Muitas pessoas têm a falsa ideia de que competências como criatividade e comunicação você já nasce sabendo. Mas muitos estudos comprovam que você pode sim se tornar um grande comunicador ou uma pessoa extremamente criativa. Dois pontos são muito importantes para isso: o primeiro é entender quais são as ferramentas e técnicas que ajudam no desenvolvimento dessas competências e o segundo é praticá-las de forma deliberada, ou seja com foco nas melhorias e feedback constante.

Se você quer se tornar uma pessoa mais criativa, você precisa saber que existem inúmeras técnicas para isso. Desde técnicas mais simples como brainstorming até técnicas mais avançadas como persona, mapa de empatia e design thinking. Praticar todas essas técnicas, com certeza vai fazer com que você seja uma pessoa cada vez mais criativa. Mas o ideal é praticar com pessoas que tenham experiência nessas técnicas e que possam dar a você um bom feedback sobre sua evolução. 

## Mentalidade de crescimento

Muitas pessoas também têm uma crença limitante, ou seja, colocam na cabeça que não vão conseguir se desenvolver. Frases como “eu nunca vou ser boa em vendas”, “eu nunca serei boa comunicadora” ou “eu não consigo fazer isso” são comuns de serem ouvidas.

O que a pesquisadora Carol Dweck descobriu é que existem dois tipos de mentalidade. As pessoas com mentalidade fixa e as que têm mentalidade de crescimento. As primeiras, acreditam que não vão conseguir se desenvolver em certa competência e qualquer sinal de erro é interpretado como uma incapacidade de melhoria. Desta forma evitam tentar novamente. Já as segundas, acreditam que podem atingir grandes potenciais e encaram os erros como parte do processo de aprendizagem. O mais interessante é que, de acordo com as descobertas de Dweck, pessoas com mentalidade de crescimento são capazes de alcançar resultados até três vezes melhores do que as pessoas com mentalidade fixa.

Ou seja, a simples mudança de mentalidade de “eu não são boa comunicadora” para “eu **ainda** não sou uma boa comunicadora”, pode fazer toda a diferença.

Com competências comportamentais cada vez mais desenvolvidas e aplicadas à sua área de interesse, suas chances de ascensão na carreira serão cada vez maiores. Em tempo, nossa dica final: adote estas estratégias como um hábito, uma espécie de ciclo virtuoso que se repete e ajuda você a elevar o seu nível de preparo para o mundo do trabalho.

Compartilhar:

Sabina Augras e Laura Fuks são sócias fundadoras da Cmov, edtech na área de carreira e empregabilidade.

Artigos relacionados

Quando o colaborador é o problema

Ambientes tóxicos nem sempre vêm da cultura – às vezes, vêm de uma única pessoa. Entenda como identificar e conter comportamentos silenciosos que desestabilizam equipes e ameaçam a saúde organizacional.

Marketing & growth, Inovação & estratégia, Tecnologia & inteligencia artificial
17 de setembro de 2025
O futuro do varejo já está digitando na sua tela. O WhatsApp virou canal de vendas, atendimento e fidelização - e está redefinindo a experiência do consumidor brasileiro.

Leonardo Bruno Melo - Global head of sales da Connectly

4 minutos min de leitura
Liderança, Cultura organizacional, Inovação & estratégia, Tecnologia & inteligencia artificial
11 de setembro de 2025
Agilidade não é sobre seguir frameworks - é sobre gerar valor. Veja como OKRs e Team Topologies podem impulsionar times de produto sem virar mais uma camada de burocracia.

João Zanocelo - VP de Produto e Marketing e cofundador da BossaBox

3 minutos min de leitura
Cultura organizacional, compliance, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho, Liderança
10 de setembro de 2025
Ambientes tóxicos nem sempre vêm da cultura - às vezes, vêm de uma única pessoa. Entenda como identificar e conter comportamentos silenciosos que desestabilizam equipes e ameaçam a saúde organizacional.

Tatiana Pimenta - CEO da Vittude

5 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho, Inovação & estratégia
9 de setembro de 2025
Experiência também é capital. O ROEx propõe uma nova métrica para valorizar o repertório acumulado de profissionais em times multigeracionais - e transforma diversidade etária em vantagem estratégica.

Fran Winandy e Martin Henkel

10 minutos min de leitura
Inovação
8 de setembro de 2025
No segundo episódio da série de entrevistas sobre o iF Awards, Clarissa Biolchini, Head de Design & Consumer Insights da Electrolux nos conta a estratégia por trás de produtos que vendem, encantam e reinventam o cuidado doméstico.

Rodrigo Magnago

2 minutos min de leitura
Tecnologia & inteligencia artificial, Cultura organizacional, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
5 de setembro de 2025
O maior desafio profissional hoje não é a tecnologia - é o tempo. Descubra como processos claros, IA consciente e disciplina podem transformar sobrecarga em produtividade real.

Diego Nogare

6 minutos min de leitura
Marketing & growth, Cultura organizacional, Inovação & estratégia, Liderança
4 de setembro de 2025
Inspirar ou limitar? O benchmark pode ser útil - até o momento em que te afasta da sua singularidade. Descubra quando olhar para fora deixa de fazer sentido.

Bruna Lopes de Barros

3 minutos min de leitura
Inovação
Em entrevista com Rodrigo Magnago, Fernando Gama nos conta como a Docol tem despontado unindo a cultura do design na organização

Rodrigo Magnago

4 min de leitura
ESG, Inovação & estratégia, Tecnologia & inteligencia artificial
3 de setembro de 2025
O plástico nasceu como símbolo do progresso - hoje, desafia o futuro do planeta. Entenda como uma invenção de 1907 moldou a sociedade moderna e se tornou um dos maiores dilemas ambientais da nossa era.

Anna Luísa Beserra - CEO da SDW

0 min de leitura
Inovação & estratégia, Empreendedorismo, Tecnologia & inteligencia artificial
2 de setembro de 2025
Como transformar ciência em inovação? O Brasil produz muito conhecimento, mas ainda engatinha na conversão em soluções de mercado. Deep techs podem ser a ponte - e o caminho já começou.

Eline Casasola - CEO da Atitude Inovação

5 minutos min de leitura