Uncategorized

Como desenvolver produtos para a ECONOMIA CIRCULAR

A colaboração entre diferentes áreas corporativas e a abordagem do design thinking, com foco nas necessidades do consumidor, são o caminho para obter maior valor dos recursos utilizados em sua empresa
Este estudo, aqui traduzido em linguagem visual, foi realizado por Rishi Kanr, Eric Kutcher e Mitra Mahdavian, da consultoria McKinsey, sediados no escritório do Vale do Silício, com colaboração de Yubing Ji e James Manyika. O texto em que HSM Management se baseou foi publicado na McKinsey Quarterly.

Compartilhar:

Um número crescente de empresas vem usando os princípios da economia circular para criar produtos que sejam mais duráveis, fáceis de reutilizar ou reciclar e, é claro, lucrativos. Duas táticas podem ajudar a ter sucesso nesse caminho: 

**• A primeira** se baseia em um processo de desenvolvimento de produtos altamente colaborativo que, ao mesmo tempo, leve em consideração e contribua para determinar como serão os parâmetros de abastecimento, os métodos de produção, o marketing, as vendas e outros aspectos. 

**• A segunda** diz respeito à abordagem do design thinking, que pode ajudar as empresas a descobrir jeitos inesperados de atender às necessidades dos clientes, com uma eficiência no uso de recursos muito maior do que no passado. 

**COLABORAÇÃO** 

Se o desenvolvimento de um produto partirá da premissa da economia circular, em vez de pressupor que o produto será jogado fora após o uso e levar em conta apenas funcionalidades e custos, a empresa deve avaliar como fazer a gestão de todo o seu ciclo de vida a fim de maximizar seu valor, bem como o valor de seus componentes. 

Em relação aos componentes mecânicos, por exemplo, a fabricante pode oferecer descontos aos clientes que devolverem peças que atinjam o limite da vida útil. Elas serão reformadas para revenda a um preço mais baixo ou destinadas à reciclagem. 

Desenvolver esse produto vai requerer um nível de colaboração maior que o usual. Se o design do produto precisa possibilitar o reúso, o reparo e a reciclagem, a empresa necessita de processos e sistemas que deem apoio aos consumidores quando o produto se desgastar, chegar perto da obsolescência, apresentar defeitos ou deixar de satisfazer a necessidade dos usuários. 

Uma vez que essas questões envolvem diferentes áreas – compras, marketing, vendas, entre outras –, assim como terceiros – fornecedores, distribuidores e varejistas, por exemplo –, todos devem poder participar do desenvolvimento do produto, algo que raramente acontece hoje. 

Quando o desenvolvimento de produtos é um processo colaborativo, tem de envolver toda a cadeia de valor. É assim que avanços significativos – e lucrativos – tendem a ocorrer. 

**DESIGN THINKING**

No que diz respeito à economia circular, o pensamento do design inclui perguntar-se adicionalmente sobre como oferecer valor aos consumidores utilizando o mínimo possível de materiais e recursos. Algumas vezes, a resposta a essa pergunta está em oferecer serviços em vez de produtos. 

Pense, por exemplo, em como as pessoas preferem armazenar seus arquivos digitais na nuvem a mantê-los em seus equipamentos. Se uma unidade física é necessária, a abordagem de design thinking pode sugerir que a empresa garanta a durabilidade do produto usando matéria-prima de melhor qualidade ou que converta sua manutenção em um processo mais amigável, possibilitando que componentes- -chave sejam facilmente substituídos quando deixarem de funcionar. 

A compreensão das possibilidades associadas aos conceitos da economia circular requer, igualmente, a colaboração de muitos departamentos da organização, assim como parceiros de negócios. 

Em um processo dessa natureza, a empresa pode começar com reuniões de trabalho de um dia ou dois, com a participação de todos os departamentos afetados e com outras organizações da cadeia de valor. Os integrantes do grupo discutem as necessidades dos clientes e as operações relevantes do negócio, particularmente a manufatura e os serviços, e apresentam ideias de novas ofertas e de mudanças no modelo de negócio, necessárias para dar suporte aos produtos a serem criados. 

Com base nesses conceitos, a equipe de desenvolvimento de produtos constrói os protótipos, que são compartilhados com os mesmos participantes dos encontros iniciais e discutidos em uma nova reunião de trabalho. 

Em seguida, os desenvolvedores podem refinar o design, a fim de possibilitar a análise e discussão por um grupo maior de pessoas. Esse processo continua assim até o produto estar pronto para fabricação e as mudanças no modelo de negócio estarem adequadamente definidas. 

**MUDA A DECISÃO**

Sob a lente da economia circular, a decisão de lançar um produto no mercado passa a ser uma escolha sobre reorganizar o negócio.

Compartilhar:

Artigos relacionados

ESG
O etarismo continua sendo um desafio silencioso no ambiente corporativo, afetando tanto profissionais experientes quanto jovens talentos. Mais do que uma questão de idade, essa barreira limita a inovação e prejudica a cultura organizacional. Pesquisas indicam que equipes intergeracionais são mais criativas e produtivas, tornando essencial que empresas invistam na diversidade etária como um ativo estratégico.

Cleide Cavalcante

4 min de leitura
Empreendedorismo
A automação e a inteligência artificial aumentam a eficiência e reduzem a sobrecarga, permitindo que advogados se concentrem em estratégias e no atendimento personalizado. No entanto, competências humanas como julgamento crítico, empatia e ética seguem insubstituíveis.

Cesar Orlando

5 min de leitura
ESG
Em um mundo onde múltiplas gerações coexistem no mercado, a chave para a inovação está na troca entre experiência e renovação. O desafio não é apenas entender as diferenças, mas transformá-las em oportunidades. Ao acolher novas perspectivas e desaprender o que for necessário, criamos ambientes mais criativos, resilientes e preparados para o futuro. Afinal, o sucesso não pertence a uma única geração, mas à soma de todas elas.

Alain S. Levi

6 min de leitura
Carreira
O medo pode paralisar e limitar, mas também pode ser um convite para a ação. No mundo do trabalho, ele se manifesta na insegurança profissional, no receio do fracasso e na resistência à mudança. A liderança tem papel fundamental nesse cenário, influenciando diretamente a motivação e o bem-estar dos profissionais. Encarar os desafios com autoconhecimento, preparação e movimento é a chave para transformar o medo em crescimento. Afinal, viver de verdade é aceitar riscos, aprender com os erros e seguir em frente, com confiança e propósito.

Viviane Ribeiro Gago

4 min de leitura
Liderança
A liderança eficaz exige a superação de modelos ultrapassados e a adoção de um estilo que valorize autonomia, diversidade e tomada de decisão compartilhada. Adaptar-se a essa nova realidade é essencial para impulsionar resultados e construir equipes de alta performance.

Rubens Pimentel

6 min de leitura
Tecnologias exponenciais
O DeepSeek, modelo de inteligência artificial desenvolvido na China, emerge como força disruptiva que desafia o domínio das big techs ocidentais, propondo uma abordagem tecnológica mais acessível, descentralizada e eficiente. Desenvolvido com uma estratégia de baixo custo e alto desempenho, o modelo representa uma revolução que transcende aspectos meramente tecnológicos, impactando dinâmicas geopolíticas e econômicas globais.

Leandro Mattos

0 min de leitura
Empreendedorismo
País do sudeste asiático lidera o ranking educacional PISA, ao passo que o Brasil despencou da 51ª para a 65ª posição entre o início deste milênio e a segunda década, apostando em currículos focados em resolução de problemas, habilidades críticas e pensamento analítico, entre outros; resultado, desde então, tem sido um brutal impacto na produtividade das empresas

Marina Proença

5 min de leitura
Empreendedorismo
A proficiência amplia oportunidades, fortalece a liderança e impulsiona carreiras, como demonstram casos reais de ascensão corporativa. Empresas visionárias que investem no desenvolvimento linguístico de seus talentos garantem vantagem competitiva, pois comunicação eficaz e domínio do inglês são fatores decisivos para inovação, negociação e liderança no cenário global.

Gilberto de Paiva Dias

9 min de leitura
Tecnologias exponenciais
Com o avanço da inteligência artificial, a produção de vídeos se tornou mais acessível e personalizada, permitindo locuções humanizadas, avatares realistas e edições automatizadas. No entanto, o uso dessas tecnologias exige responsabilidade ética para evitar abusos. Equilibrando inovação e transparência, empresas podem transformar a comunicação e o aprendizado, criando experiências imersivas que inspiram e engajam.

Luiz Alexandre Castanha

4 min de leitura
Empreendedorismo
A inteligência cultural é um diferencial estratégico para líderes globais, permitindo integrar narrativas históricas e práticas locais para impulsionar inovação, colaboração e impacto sustentável.

Angelina Bejgrowicz

7 min de leitura