Gestão de Pessoas

Como manter a CHAMA do time acesa

Baseado no desenvolvimento de autoconfiança, motivação e autorresponsabilidade, aprenda o modelo que orienta empreendedores a levantar a energia do time
É cofundador da Enora Leaders e da Rocket Mentoring School, palestrante e autor do best-seller “FLAPS! Liderança Adaptágil”. Formado pelo Insper-SP, possui mestrado em Gestão Comercial e Marketing pela Bocconi e pela ESADE. É especialista em negociação pela Harvard University, em gestão da mudança pela University of Notre Dame e IDEO, em Liderança pela CCL, ATD e em Inovação pela Singularity University e Inteligência Emocional pela Talent Smart. Mentor de Startups na Ace, membro da Confraria do Empreendedor e mentor consultor no programa "Planeta Start Up" da TV Bandeirantes, Furlan foi reconhecido pelo LinkedIn como um dos Top 10 Social Sellers da América Latina.

Compartilhar:

Como empreendedores, muitas vezes não conseguimos atrair os talentos que queremos para nossa organização. Isso acontece por diversos fatores, mas acima de tudo por dois motivos: muitas pessoas são avessas ao risco e não querem embarcar em um novo empreendimento ou porque simplesmente não temos ainda capacidade financeira para remunerar estes “melhores talentos” para deixarem suas posições atuais e se arriscarem conosco.

Dessa forma, tendemos a [formar times jovens](https://www.revistahsm.com.br/post/prepare-se-para-o-onboarding-dos-jovens), já que tomam mais risco e estão dispostos a trocarem ganhos no curto prazo em prol de uma remuneração maior no longo prazo, muitas vezes baseado em participação no negócio.

Portanto, desde cedo no empreendimento nos tornamos “formadores de pessoas” e focamos uma boa proporção diária neste ponto, da transferência de conhecimento técnico sendo ele em produto, marketing, vendas ou a operar a máquina da empresa para membros do time.

Durante uma pesquisa realizada nos últimos dois anos para a produção do próximo livro sobre [mentoring](https://www.revistahsm.com.br/post/a-essencia-da-mentoria), identifiquei que muitos dos empreendedores de sucesso são grandes formadores de seus times, como Mark Zuckerberg, do Facebook, que revela fazer todas as semanas, sem exceções, um encontro 1:1 (um a um) com sua COO, Sheryl Sandberg.

No entanto, existe um ponto renegado por nós empreendedores. Entendemos nosso papel na transferência técnica aos membros mais juniores de nosso time, porém qual seria nosso papel em manter a sua chama acesa? Sua motivação por exemplo?

Muitos empreendedores se arriscam, tentando criar culturas que valorizam as pessoas, ou aprenderam a usar frases de motivação como “você consegue” ou a gritar “vamos juntos!” mas a verdade é que para muitos isso não funciona.

Foi assim que cheguei ao modelo CHAMA com os seguintes fatores:

A primeira parte são [conhecimentos e habilidades](https://www.revistahsm.com.br/post/seja-uma-pessoa-plural) que transferem e desenvolvem em seu time – o C.H. No entanto, nesse artigo, gostaria de focar na segunda parte com os três fatores que mantêm a energia dos membros do time elevada, são elas: autoconfiança, motivação e autorresponsabilidade.

![esquema chama](//images.ctfassets.net/ucp6tw9r5u7d/2ajajufseGVnuBUNB5GFt1/e1f74c7c7774249aa9909fba95a398cb/esquemachama.jpg)

__Autoconfiança:__ o quão preparado o membro do time se sente para aquela determinada tarefa? Será que se o deixar sozinho ele vai desempenhar bem ou gostaria de ter uma supervisão mais próxima?

__Motivação:__ está relacionada ao desejo do colaborador em fazer algo. Aquele determinado desafio que ele tem no trabalho o faz se mover? Ele quer realmente atuar com aquilo em seu dia a dia?

__Autorresponsabilidade:__ o quanto a pessoa sente que depende dele para que aquela determinada tarefa se realize? Qual a disciplina e consistência da pessoa em desempenhar aquela parte do projeto para que o time todo alcance o resultado?

Esses três fatores, quando combinados, constroem uma fonte potente de foco, empolgação e persistência no trabalho. É algo tão importante quanto o conhecimento técnico, que chamo de maestria, já que mesmo as pessoas mais experientes, caso não tenham energia para empregar na realização de tarefas, seu elevado conhecimento e habilidade não servirão para nada. O melhor desempenho vem de [criar um ambiente em que o time não se sinta ameaçado](https://www.revistahsm.com.br/post/a-busca-pela-equidade-humana) em desempenhar algo novo, tampouco sinta-se pressionado demais que acabe refletindo em altos níveis de stress.

## E como posso aumentar, portanto, a energia de meu time?
Existem diversas formas e ações para aumentar a CHAMA. No livro que venho finalizando e na Rocket Mentoring School, exploro em maior profundidade todos estes métodos, contudo compartilho aqui um pequeno roteiro de perguntas e posicionamentos para serem utilizados ao final de seus encontros 1:1 com seu time, para que as pessoas saiam com a energia lá em cima! São sessões semanais ou quinzenais de 30-45 minutos com foco na agenda de desenvolvimento do próprio membro do time.

### Perguntas e frases para estimular autorresponsabilidade (accountability)
– Baseado no que vimos, quais passos não podem faltar para uma evolução até a próxima sessão?

– O que acontecerá se você não tomar estes passos?

– Qual vai ser sua principal prioridade neste período?

– Existe alguma coisa que é prioridade e que não cobrimos que pode impedir você de focar 100% na realização destes passos?

– Qual resultado você gostaria de alcançar para a próxima semana?

### Perguntas e frases para estimular motivação
– Entre hoje e nosso próximo encontro, o que acha que consegue evoluir como os próximos passos?

– Projete-se ao final desta semana, tendo você realizado todas essas ações, como você irá se sentir?

– De tudo o que vimos, o que não vê a hora de colocar em prática?

– Fico realmente muito satisfeito em ver quão motivado você está com este processo. Queria reconhecer isto a você, continue assim.

### Perguntas e frases para estimular autoconfiança
– O que acredita que possa fazer diferente, baseado nos insights que teve em nosso encontro?

– O que acredita que está fazendo bem até aqui? O que acredita que pode melhorar?

– Quão confiante você se sente para atingir os resultados que almeja para nosso encontro?

É um roteiro simples, mas poderoso. Então parta pra cima. Quanto antes colocar em prática, mais cedo irá se beneficiar de ter um time altamente engajado e energizado para o trabalho do dia a dia, que levará sua empresa a voar cada vez mais alto!

Compartilhar:

Artigos relacionados

Tecnologias exponenciais
Entenda como a ReRe, ao investigar dados sobre resíduos sólidos e circularidade, enfrenta obstáculos diários no uso sustentável de IA, por isso está apostando em abordagens contraintuitivas e na validação rigorosa de hipóteses. A Inteligência Artificial promete transformar setores inteiros, mas sua aplicação em países em desenvolvimento enfrenta desafios estruturais profundos.

Rodrigo Magnago

4 min de leitura
Liderança
As tendências de liderança para 2025 exigem adaptação, inovação e um olhar humano. Em um cenário de transformação acelerada, líderes precisam equilibrar tecnologia e pessoas, promovendo colaboração, inclusão e resiliência para construir o futuro.

Maria Augusta Orofino

4 min de leitura
Finanças
Programas como Finep, Embrapii e a Plataforma Inovação para a Indústria demonstram como a captação de recursos não apenas viabiliza projetos, mas também estimula a colaboração interinstitucional, reduz riscos e fortalece o ecossistema de inovação. Esse modelo de cocriação, aliado ao suporte financeiro, acelera a transformação de ideias em soluções aplicáveis, promovendo um mercado mais dinâmico e competitivo.

Eline Casasola

4 min de leitura
Empreendedorismo
No mundo corporativo, insistir em abordagens tradicionais pode ser como buscar manualmente uma agulha no palheiro — ineficiente e lento. Mas e se, em vez de procurar, queimássemos o palheiro? Empresas como Slack e IBM mostraram que inovação exige romper com estruturas ultrapassadas e abraçar mudanças radicais.

Lilian Cruz

5 min de leitura
ESG
Conheça as 8 habilidades necessárias para que o profissional sênior esteja em consonância com o conceito de trabalhabilidade

Cris Sabbag

6 min de leitura
ESG
No mundo corporativo, onde a transparência é imperativa, a Washingmania expõe a desconexão entre discurso e prática. Ser autêntico não é mais uma opção, mas uma necessidade estratégica para líderes que desejam prosperar e construir confiança real.

Marcelo Murilo

8 min de leitura
Empreendedorismo
Em um mundo onde as empresas têm mais ferramentas do que nunca para inovar, por que parecem tão frágeis diante da mudança? A resposta pode estar na desconexão entre estratégia, gestão, cultura e inovação — um erro que custa bilhões e mina a capacidade crítica das organizações

Átila Persici

0 min de leitura
Tecnologias exponenciais
A ascensão da DeepSeek desafia a supremacia dos modelos ocidentais de inteligência artificial, mas seu avanço não representa um triunfo da democratização tecnológica. Embora promova acessibilidade, a IA chinesa segue alinhada aos interesses estratégicos do governo de Pequim, ampliando o debate sobre viés e controle da informação. No cenário global, a disputa entre gigantes como OpenAI, Google e agora a DeepSeek não se trata de ética ou inclusão, mas sim de hegemonia tecnológica. Sem uma governança global eficaz, a IA continuará sendo um instrumento de poder nas mãos de poucos.

Carine Roos

5 min de leitura
Tecnologias exponenciais
A revolução da Inteligência Artificial está remodelando o mercado de trabalho, impulsionando a necessidade de upskilling e reskilling como estratégias essenciais para a competitividade profissional. Empresas como a SAP já investem pesadamente na requalificação de talentos, enquanto pesquisas indicam que a maioria dos trabalhadores enxerga a IA como uma aliada, não uma ameaça.

Daniel Campos Neto

6 min de leitura
Marketing
Empresas que compreendem essa transformação colhem benefícios significativos, pois os consumidores valorizam tanto a experiência quanto os produtos e serviços oferecidos. A Inteligência Artificial (IA) e a automação desempenham um papel fundamental nesse processo, permitindo a resolução ágil de demandas repetitivas por meio de chatbots e assistentes virtuais, enquanto profissionais se concentram em interações mais complexas e empáticas.

Gustavo Nascimento

4 min de leitura