Carreira, Desenvolvimento pessoal

Como passar em entrevistas de emprego?

Definir metas de carreira e de profissão é o passo mais importante para conseguir uma vaga; conhecer a empresa que oferta a oportunidade e se preparar para a entrevista vem em segundo lugar
Sabina Augras e Laura Fuks são sócias fundadoras da Cmov, edtech na área de carreira e empregabilidade.

Compartilhar:

Existem muitos motivos que fazem com que uma pessoa avance ou não num processo seletivo. No geral, para conquistar uma vaga, é muito importante entender que é fundamental construir um planejamento e um processo anteriormente, compreendendo que existe uma lógica por trás das etapas e da seleção em si. Em outras palavras, existe um passo a passo que deve necessariamente ser seguido, e que sem ele as chances de sucesso no processo seletivo serão menores.

Infelizmente, os processos seletivos estão cada vez mais concorridos, e os que seguem e se preparam dentro dessa lógica que iremos explicar, sem dúvida, terão mais chances de conseguir a vaga dos sonhos. No entanto, a pergunta inicial que deve ser feita e respondida é: para ter sucesso na entrevista, por onde começar?

A resposta mais comum, óbvia, e que você vai encontrar em qualquer manual de seleção, infelizmente não é a mais efetiva. Comumente, esse manual engloba: __(1)__ se preparar para o momento da entrevista; __(2)__ ter “estudado” a empresa e a vaga em questão; __(3)__ pensar e treinar várias vezes sobre as perguntas e respostas possíveis; __(4)__ relembrar suas experiências e resultados. Sem dúvida, esses são fatores muito importantes para o sucesso num processo seletivo, mas não devem ser os primeiros passos a serem realizados. O primeiro passo, na realidade, deve ser dado bem antes da data da entrevista.

## Meta de carreira

Antes da entrevista, é necessário pensar e definir realmente o que quer fazer, qual é sua meta de carreira; ou seja, o cargo/posição que está buscando e que se preparou para atuar. Muitas vezes as pessoas participam de processos seletivos com dúvidas sobre o que fazer profissionalmente, e não são capazes de definir seus objetivos de carreira.

Em resumo, muitas pessoas participam de uma entrevista por que foi isso “o que apareceu no momento”. Dúvidas ou inseguranças desse tipo são evidentes durante uma entrevista de emprego. Assim, não adianta estudar a empresa e os projetos que a organização executa se não sabe o que quer fazer e o que está buscando.

Os recrutadores buscam pessoas que sabem o que querem, estão se capacitando nessa direção e tem o famoso “sangue no olho”. E não se engane, os recrutadores percebem claramente quando a pessoa não sabe ou têm muitas dúvidas do que quer fazer.

Recrutadores ouvem muitas vezes frases do tipo, “estou preparado para o que a empresa quiser”, “qualquer posição serve”, “topo o que tiver”, ou ainda não conseguem demonstrar durante a entrevista que estão seguros, ou que se prepararam para a vaga em questão.

Em nossa trajetória profissional, participamos de diversos painéis para estágio e trainee, onde os jovens, ao serem perguntados para que áreas gostariam de ir, simplesmente respondiam que poderiam ir para qualquer área ou que iriam para a área que a empresa escolhesse.

Isso reflete a ideia de que a responsabilidade da escolha da carreira fosse da empresa que acabou de conhecer o jovem. A dúvida que fica na empresa é: se esse jovem não sabe o que quer fazer, ele se preparou para o quê?

A frase clássica que retrata essa realidade é, se você não sabe para aonde vai, todos os caminhos são possíveis. E seguir todos os caminhos significa não ter foco em absolutamente nenhum deles.

Caso queira entender um pouco mais sobre escolha de carreira, falamos um pouco mais sobre esse tema no nosso artigo “A angústia dos jovens na escolha profissional”.

A partir do momento que você realmente define o que vai fazer e se capacita nessa direção, aí sim estará pronto para participar do momento da entrevista.

## Treino para a entrevista

O segundo passo é realmente se preparar para o momento da entrevista. Estudar a empresa, seus projetos, treinar antes em casa com alguém ou até no espelho as perguntas básicas e repetir o treino fará toda a diferença.

O Google é um grande aliado para pesquisar sobre a empresa, sua cultura e seus projetos. Se você foi chamado para a entrevista, significa que possivelmente seu currículo já fez sentido para a organização que oferece a vaga.

Mesmo que você tenha se preparado, tenha tentado manter a calma para contar sua história profissional, suas entregas e resultados, pode acontecer de você ficar nervoso e inseguro. Nesse caso, a melhor coisa a se fazer é assumir seu sentimento e não tentar esconder, pois, suas ações corporais e falas serão claramente percebidas pelo recrutador; e provavelmente você ficará ainda mais nervoso e inseguro nessa dinâmica.

Nesse momento, fale a verdade, diga que está um pouco nervoso, respire fundo e siga em frente. Mais uma vez, quanto mais preparado estiver, mais seguro irá se sentir.

Saiba que sempre irão querer saber sobre sua trajetória até aquele momento, sua formação, suas vivências, se já teve algum tipo de experiência na área desejada. Irão tentar perceber seu grau de maturidade para fazer as atividades que serão necessárias na vaga e o quanto seu perfil está aderente à cultura e valores da empresa.

Falar a verdade é sempre o melhor caminho, pois se você não passar no processo seletivo, significa que aquela vaga, por “n” motivos, provavelmente não era para você.

## Observação, registro e preparo

E a dica final, é: defina o que quer fazer, seu objetivo (vaga ou posição que quer ocupar), identifique quais são as competências necessárias para essa posição que você almeja, veja seus gaps (o que a posição precisa e você ainda não tem), comece a se capacitar para diminuir cada dia mais essa lacuna. Pesquise sobre a empresa e treine muito antes da entrevista. No dia da entrevista, respire fundo, sorria, coloque em prática tudo o que se preparou e gere empatia com o entrevistador.

Quando você sabe o que quer e está realmente preparado, passar nos processos seletivos será somente uma ótima consequência. Boa sorte!

*Gostou do artigo da Laura Fuks e da Sabina Augras? Sabia mais sobre gestão de carreira assinando [nossas newsletters](https://www.revistahsm.com.br/newsletter) e escutando [nossos podcasts](https://www.revistahsm.com.br/podcasts) na sua plataforma de streaming favorita.*

Compartilhar:

Sabina Augras e Laura Fuks são sócias fundadoras da Cmov, edtech na área de carreira e empregabilidade.

Artigos relacionados

A aposta calculada que levou o Boticário a ser premiado no iF Awards

Enquanto concorrentes correm para lançar coleções sazonais inspiradas em tendências efêmeras, o Boticário demonstra que compreende um princípio fundamental: o verdadeiro valor do design não está na estética superficial, mas em sua capacidade de gerar impacto social e econômico simultaneamente. A linha Make B., vencedora do iF Design Award 2025, não é um produto de beleza – é um manifesto estratégico.

Tecnologia & inteligencia artificial, Inovação & estratégia
19 de setembro de 2025
Sem engajamento real, a IA vira promessa não cumprida. A adoção eficaz começa quando as pessoas entendem, usam e confiam na tecnologia.

Leandro Mattos - Expert em neurociência da Singularity Brazil

3 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
17 de setembro de 2025
Ignorar o talento sênior não é só um erro cultural - é uma falha estratégica que pode custar caro em inovação, reputação e resultados.

João Roncati - Diretor da People + Strategy

3 minutos min de leitura
Inovação
16 de setembro de 2025
Enquanto concorrentes correm para lançar coleções sazonais inspiradas em tendências efêmeras, o Boticário demonstra que compreende um princípio fundamental: o verdadeiro valor do design não está na estética superficial, mas em sua capacidade de gerar impacto social e econômico simultaneamente. A linha Make B., vencedora do iF Design Award 2025, não é um produto de beleza – é um manifesto estratégico.

Magnago

4 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Bem-estar & saúde, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
15 de setembro de 2025
O luto não pede licença - e também acontece dentro das empresas. Falar sobre dor é parte de construir uma cultura organizacional verdadeiramente humana e segura.

Virginia Planet - Sócia e consultora da House of Feelings

2 minutos min de leitura
Marketing & growth, Inovação & estratégia, Tecnologia & inteligencia artificial
12 de setembro de 2025
O futuro do varejo já está digitando na sua tela. O WhatsApp virou canal de vendas, atendimento e fidelização - e está redefinindo a experiência do consumidor brasileiro.

Leonardo Bruno Melo - Global head of sales da Connectly

4 minutos min de leitura
Liderança, Cultura organizacional, Inovação & estratégia, Tecnologia & inteligencia artificial
11 de setembro de 2025
Agilidade não é sobre seguir frameworks - é sobre gerar valor. Veja como OKRs e Team Topologies podem impulsionar times de produto sem virar mais uma camada de burocracia.

João Zanocelo - VP de Produto e Marketing e cofundador da BossaBox

3 minutos min de leitura
Cultura organizacional, compliance, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho, Liderança
10 de setembro de 2025
Ambientes tóxicos nem sempre vêm da cultura - às vezes, vêm de uma única pessoa. Entenda como identificar e conter comportamentos silenciosos que desestabilizam equipes e ameaçam a saúde organizacional.

Tatiana Pimenta - CEO da Vittude

5 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho, Inovação & estratégia
9 de setembro de 2025
Experiência também é capital. O ROEx propõe uma nova métrica para valorizar o repertório acumulado de profissionais em times multigeracionais - e transforma diversidade etária em vantagem estratégica.

Fran Winandy e Martin Henkel

10 minutos min de leitura
Inovação
8 de setembro de 2025
No segundo episódio da série de entrevistas sobre o iF Awards, Clarissa Biolchini, Head de Design & Consumer Insights da Electrolux nos conta a estratégia por trás de produtos que vendem, encantam e reinventam o cuidado doméstico.

Rodrigo Magnago

2 minutos min de leitura
Tecnologia & inteligencia artificial, Cultura organizacional, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
5 de setembro de 2025
O maior desafio profissional hoje não é a tecnologia - é o tempo. Descubra como processos claros, IA consciente e disciplina podem transformar sobrecarga em produtividade real.

Diego Nogare

6 minutos min de leitura