Carreira

Competências perdem valor com o passar do tempo?

O conceito "inflação das competências" deve ser considerado quando o assunto é desenvolvimento de carreira. Fique atento às tendências do mercado e invista em competências para a sua vida profissional
Sabina Augras e Laura Fuks são sócias fundadoras da Cmov, edtech na área de carreira e empregabilidade.

Compartilhar:

Você já se perguntou se suas competências perdem valor ao longo do tempo? Recentemente, o conceito “inflação das competências” foi discutido no artigo da *Forbes* “How ‘skills inflation’ erodes value — what business leaders can do about it” ( leia [aqui](https://www.forbes.com/sites/ulrikjuulchristensen/2022/10/03/how-skills-inflation-erodes-value—what-business-leaders-can-do-about-it/?sh=22abf06a6210) ), em que o autor Ulrik Christensen aborda a perda de valor das competências com o passar do tempo.

De acordo com Christensen, assim como o dinheiro perde valor com a inflação, as competências também podem perder valor com o passar do tempo. Isso acontece porque o mundo do trabalho está em constante mudança e evolução, o que exige que as pessoas estejam sempre atualizadas e preparadas para o que está por vir. Assim, competências que eram muito valorizadas há algumas décadas podem não ter o mesmo valor hoje em dia, e competências valorizadas atualmente podem não ter o mesmo valor daqui a 20 anos.

O conceito de “inflação das competências” tem um impacto importante no mundo do trabalho. Se as suas competências perdem valor com o passar do tempo, isso significa que você precisa estar sempre se atualizando e desenvolvendo novas para se manter competitivo. Além disso, é importante buscar empresas que também invistam em capacitação e desenvolvimento continuado para seus funcionários, a fim de manter suas competências atualizadas e relevantes.

Para exemplificar esse conceito, podemos pensar nas competências técnicas relacionadas às linguagens de programação. Há algumas décadas, uma determinada linguagem era muito valorizada no mercado de trabalho, mas hoje em dia ela pode não ser tão utilizada assim. Isso demonstra como as competências técnicas podem perder valor ao longo do tempo e como é importante estar sempre atualizado e preparado para o que está por vir.

A pergunta que surge é: será que o conceito de “inflação das competências” se aplica também às competências comportamentais? A resposta é um pouco mais complexa. Enquanto as técnicas podem perder valor com o passar do tempo, as comportamentais tendem a se desenvolver e ganhar valor com a prática e o tempo.

As competências comportamentais geralmente não perdem valor à medida que o tempo passa porque elas são relacionadas a atitudes e comportamentos que são importantes em qualquer ambiente de trabalho. Elas incluem aspectos valiosos como comunicação, resolução de problemas, liderança, entre outras, porque ajudam as pessoas a se adaptar a diferentes situações, ambientes de trabalho, desempenhar bem suas funções e alcançar resultados diferenciados. Dessa forma, as competências comportamentais podem se tornar mais valiosas com o passar do tempo, quanto mais você as pratica, melhor você ficará, e elas nunca ficarão obsoletas ao longo do tempo, diferente das competências técnicas que podem perder o seu valor.

Em última análise, o mais importante dentro do conceito de “inflação das competências” é mostrar a importância de estar sempre se atualizando e desenvolvendo novas aptidões para se manter competitivo no mercado de trabalho. É importante considerar tanto as competências técnicas quanto as comportamentais e estar ciente e atento às novas demandas do mercado. Dessa forma, as pessoas e as empresas podem se preparar para as mudanças no mundo do trabalho e se manterem competitivas no mercado.

Além de investir em capacitação e desenvolvimento continuado, outras estratégias que as pessoas e as empresas podem adotar para lidar com a “inflação das competências” incluem:

– Manter-se atualizado sobre as tendências e mudanças no mercado de trabalho e no setor em que se atua, a fim de identificar as habilidades que podem estar perdendo valor e as habilidades que estão ganhando importância.
– Investir em competências comportamentais, como inteligência emocional, resolução de problemas e habilidades de liderança, que podem ajudar a se manter competitivo em qualquer ambiente de trabalho.
– Ter flexibilidade e adaptabilidade para aprender novas habilidades e se adaptar a mudanças no mercado de trabalho.

Enfim, o conceito “inflação das competências” é algo importante a se considerar quando se fala em desenvolvimento de carreira. Ao ficar atento às tendências do mercado de trabalho e investir em competências, você pode se preparar para as mudanças e manter as suas atuais e relevantes.

Compartilhar:

Sabina Augras e Laura Fuks são sócias fundadoras da Cmov, edtech na área de carreira e empregabilidade.

Artigos relacionados

Calendário

Não, o ano ainda não acabou!

Em meio à letargia de fim de ano, um chamado à consciência: os últimos dias de 2024 são uma oportunidade valiosa de ressignificar trajetórias e construir propósito.

ESG
Investimentos significativos em tecnologia, infraestrutura e políticas governamentais favoráveis podem tornar o país líder global do setor de combustíveis sustentáveis

Deloitte

Estratégia, Liderança, times e cultura, Cultura organizacional
À medida que o mercado de benefícios corporativos cresce as empresas que investem em benefícios personalizados e flexíveis não apenas aumentam a satisfação e a produtividade dos colaboradores, mas também se destacam no mercado ao reduzir a rotatividade e atrair talentos.

Rodrigo Caiado

Empreendedorismo, Liderança
Entendimento e valorização das características existentes no sistema, ou affordances, podem acelerar a inovação e otimizar processos, demonstrando a importância de respeitar e utilizar os recursos e capacidades já presentes no ambiente para promover mudanças eficazes.

Manoel Pimentel

ESG, Liderança, times e cultura, Liderança
Conheça e entenda como transformar o etarismo em uma oportunidade de negócio com Marcelo Murilo, VP de inovação e tecnologia da Benner e conselheiro do Instituto Capitalismo Consciente.

Marcelo Murilo

ESG
Com as eleições municipais se aproximando, é crucial identificar candidatas comprometidas com a defesa dos direitos das mulheres, garantindo maior representatividade e equidade nos espaços de poder.

Ana Fontes

ESG, Empreendedorismo
Estar na linha de frente da luta por formações e pelo desenvolvimento de oportunidades de emprego e educação é uma das frentes que Rachel Maia lida em seu dia-dia e neste texto a Presidente do Pacto Global da ONU Brasil traz um panorama sobre estes aspectos atuais.

Rachel Maia

Conteúdo de marca, Marketing e vendas, Marketing Business Driven, Liderança, times e cultura, Liderança
Excluído o fator remuneração, o que faz pessoas de diferentes gerações saírem dos seus empregos?

Bruna Gomes Mascarenhas

Blockchain
07 de agosto
Em sua estreia como colunista da HSM Management, Carolina Ferrés, fundadora da Blue City e partner na POK, traz atenção para a necessidade crescente de validar a autenticidade de informações e certificações, pois tecnologias como blockchain e NFTs, estão revolucionando a educação e diversos setores.
6 min de leitura
Transformação Digital, ESG
A gestão algorítmica está transformando o mundo do trabalho com o uso de algoritmos para monitorar e tomar decisões, mas levanta preocupações sobre desumanização e equidade, especialmente para as mulheres. A implementação ética e supervisão humana são essenciais para garantir justiça e dignidade no ambiente de trabalho.

Carine Roos

Gestão de Pessoas
Explorando a comunicação como uma habilidade crucial para líderes e gestores de produtos, destacando sua importância em processos e resultados.

Italo Nogueira De Moro