Uncategorized

Comprometimento é a chave para abrir as portas do mercado

As empresas sempre querem pessoas competentes e com potencial, mas o que faz diferença, especialmente na crise, é o compromisso
é líder da Egon Zehnder no Brasil e antes teve passagem pela McKinsey & Co. Formado pela Fundação Getulio Vargas, tem MBA pela Kellogg School of Management e mestrado em coaching pelo Insead.

Compartilhar:

O que as empresas querem hoje de um gestor? As competências necessárias mudam em tempos de crise? Tenho ouvido essas perguntas com frequência e a resposta à última é não. As principais competências desejadas pelo mercado seguem as mesmas: pessoas voltadas para resultados, proativas, disciplinadas e guiadas por processos; líderes capazes de inspirar e desenvolver equipes, delegando com responsabilidade e promovendo um bom ambiente de trabalho; profissionais colaborativos; perfis estratégicos, que entendam o contexto onde estão, avaliem opções diante disso e não só formulem uma visão de aonde querem chegar, como construam um plano de ação para torná-la realidade. 

As empresas também estão dando mais atenção ao potencial; consideram cada vez mais importante garantir que um executivo competente para certa posição no contexto de mercado esteja apto para crescer na empresa e lá desenvolver uma carreira ascendente. 

Assim, os recrutadores observam se as pessoas são curiosas sobre o mundo e sobre si mesmas, sempre buscando desenvolver-se por meio de feedbacks honestos; se podem gerar insights processando uma quantidade grande de informações, conectando ideias distintas e olhando de outro ângulo; se engajam as outras pela emoção e pela razão; se se mostram determinadas, ambiciosas e resilientes. A novidade no que as empresas querem de seus gestores está em uma hipótese que levanto depois de 15 anos ouvindo nossos clientes: comprometimento. 

Discorremos sobre o que as empresas querem e o que elas precisam querer, e agora chegamos ao que pode diferenciar o executivo. Com origem no latim compromissus, a palavra remete ao ato de fazer uma promessa recíproca, estabelecendo uma relação entre as partes na qual ambas prometem algo à outra e devem entregar o prometido. Traduzindo em nosso universo, a empresa promete fornecer as ferramentas para que o trabalho seja feito, o ambiente para que isso ocorra e a recompensa. E o colaborador promete colocar em prática suas habilidades funcionais e gerenciais, esforçando-se para fazer as coisas certas e superar os obstáculos e atuando de forma aglutinadora e no sentido de provocar os demais rumo a uma mudança positiva. 

Agora, a pergunta mais difícil de todas: como garantir que as pessoas sejam comprometidas com a empresa? Posso dizer que, sem admiração entre as partes, é difícil que isso aconteça. A capacidade de gerenciar pessoas do chefe direto é fundamental para haver essa admiração, e a cultura organizacional da empresa deve também ser digna de admiração. A admiração está ligada, ainda, ao respeito que um tem pelo outro e à paixão pelo trabalho. O alinhamento de valores entre empresa, superior e executivo facilitaria tudo isso. Respondendo à empresa, é o comprometimento que fará diferença sob as pressões da crise. Respondendo ao executivo, como há mais talentos competentes e de potencial disponíveis, seu comprometimento é que será o fiel da balança nessa hora.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Há um fio entre Ada Lovelace e o CESAR

Fora do tempo e do espaço, talvez fosse improvável imaginar qualquer linha que me ligasse a Ada Lovelace. Mais improvável ainda seria incluir, nesse mesmo

Tecnologias exponenciais
A aplicação da inteligência artificial e um novo posicionamento da liderança tornam-se primordiais para uma gestão lean de portfólio

Renata Moreno

4 min de leitura
Finanças
Taxas de juros altas, inovação subfinanciada: o mapa para captar recursos em melhorias que já fazem parte do seu DNA operacional, mas nunca foram formalizadas como inovação.

Eline Casasola

5 min de leitura
Empreendedorismo
Contratar um Chief of Staff pode ser a solução que sua empresa precisa para ganhar agilidade e melhorar a governança

Carolina Santos Laboissiere

7 min de leitura
ESG
Quando 84% dos profissionais com deficiência relatam saúde mental afetada no trabalho, a nova NR-1 chega para transformar obrigação legal em oportunidade estratégica. Inclusão real nunca foi tão urgente

Carolina Ignarra

4 min de leitura
ESG
Brasil é o 2º no ranking mundial de burnout e 472 mil licenças em 2024 revelam a epidemia silenciosa que também atinge gestores.
5 min de leitura
Inovação
7 anos depois da reforma trabalhista, empresas ainda não entenderam: flexibilidade legal não basta quando a gestão continua presa ao relógio do século XIX. O resultado? Quiet quitting, burnout e talentos 45+ migrando para o modelo Talent as a Service

Juliana Ramalho

4 min de leitura
ESG
Brasil é o 4º país com mais crises de saúde mental no mundo e 500 mil afastamentos em 2023. As empresas que ignoram esse tsunami pagarão o preço em produtividade e talentos.

Nayara Teixeira

5 min de leitura
Tecnologias exponenciais
Empresas que integram IA preditiva e machine learning ao SAP reduzem custos operacionais em até 30% e antecipam crises em 80% dos casos.

Marcelo Korn

7 min de leitura
Empreendedorismo
Reinventar empresas, repensar sucesso. A megamorfose não é mais uma escolha e sim a única saída.

Alain S. Levi

4 min de leitura