Desenvolvimento pessoal

Confiança que se constrói nas redes sociais

Estudo publicado no portal Knowledge, do Insead, aponta como o comportamento em redes sociais impacta negociações

Compartilhar:

O vínculo estabelecido nas redes socais, como Facebook, por exemplo, é suficiente para aumento da confiança entre as pessoas envolvidas em uma negociação e influenciar o comportamento delas. E mais: quanto mais próximo for este vínculo, maior a tendência de cada um estar disposto a deixar de lado uma eventual falta de cooperação. Por exemplo: quem compartilha fotos tende a ser mais condescendente e a dar o benefício da dúvida do que quem apenas tem amigos em comum em determinada rede social.  

Estas são as principais conclusões de um estudo comentado em artigo recente no portal Knowledge, do Insead. A pesquisa, realizada por Ravi Bapna (University of Minnesota), Liangfei Qiu (University of Florida) e Sarah Rice (Texas A&M University), indica que os vínculos sociais estimulam as pessoas a apresentar seu melhor comportamento durante as negociações. Afinal, se há alguma possibilidade de encontrar novamente, no futuro, quem está sentado do outro lado da mesa, é natural que se esteja menos inclinado a fazer algo mal-intencionado. 

Os pesquisadores realizaram um experimento real, convidando 200 usuários de Facebook que trabalhavam ou estudavam em uma grande universidade dos Estados Unidos, para participar de um jogo de investimento envolvendo pequenas quantidades de dinheiro de verdade. Ficou evidente que o nível de confiança e, consequentemente, a disposição de não trapacear era maior entre as pessoas que já estavam previamente conectadas pela rede social. 

Os autores do artigo – Horacio Falcão, professor do Insead e especialista em negociações, e Alena Komaromi, profissional do setor financeiro – explicam que a confiança, em um jogo como o que foi proposto pelos pesquisadores, é semelhante ao conceito de mutualismo. Significa o reconhecimento, pelas partes envolvidas na negociação, de que trabalhando juntas será mais fácil alcançar os objetivos específicos de cada uma. Assim, a confiança pode ser construída à medida que as partes interagem e conhecem melhor os respectivos padrões de comportamento, assim como valores e intenções. 

Os autores destacam ainda que a existência de vínculos desenvolvidos nas redes sociais motiva as pessoas a proteger sua reputação, pois querem continuar sendo vistas como alguém em quem se pode confiar e, portanto, com quem se pode negociar. E isso é recompensado no longo prazo.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Empreendedorismo
51,5% da população, só 18% dos negócios. Como as mulheres periféricas estão virando esse jogo?

Ana Fontes

5 min de leitura
Tecnologias exponenciais
A inteligência artificial está reconfigurando decisões empresariais e estruturas de poder. Sem governança estratégica, essa tecnologia pode colidir com os compromissos ambientais, sociais e éticos das organizações. Liderar com consciência é a nova fronteira da sustentabilidade corporativa.

Marcelo Murilo

7 min de leitura
ESG
Projeto de mentoria de inclusão tem colaborado com o desenvolvimento da carreira de pessoas com deficiência na Eurofarma

Carolina Ignarra

6 min de leitura
Saúde mental, Gestão de pessoas
Como as empresas podem usar inteligência artificial e dados para se enquadrar na NR-1, aproveitando o adiamento das punições para 2026
0 min de leitura
ESG
Construímos um universo de possibilidades. Mas a pergunta é: a vida humana está realmente melhor hoje do que 30 anos atrás? Enquanto brasileiros — e guardiões de um dos maiores biomas preservados do planeta — somos chamados a desafiar as retóricas de crescimento e consumo atuais. Se bem endereçados, tais desafios podem nos representar uma vantagem competitiva e um fôlego para o planeta

Filippe Moura

6 min de leitura
Carreira, Diversidade
Ninguém fala disso, mas muitos profissionais mais velhos estão discriminando a si mesmos com a tecnofobia. Eles precisam compreender que a revolução digital não é exclusividade dos jovens

Ricardo Pessoa

4 min de leitura
ESG
Entenda viagens de incentivo só funcionam quando deixam de ser prêmios e viram experiências únicas

Gian Farinelli

6 min de leitura
Liderança
Transições de liderança tem muito mais relação com a cultura e cultura organizacional do que apenas a referência da pessoa naquela função. Como estão estas questões na sua empresa?

Roberto Nascimento

6 min de leitura
Inovação
Estamos entrando na era da Inteligência Viva: sistemas que aprendem, evoluem e tomam decisões como um organismo autônomo. Eles já estão reescrevendo as regras da logística, da medicina e até da criatividade. A pergunta que nenhuma empresa pode ignorar: como liderar equipes quando metade delas não é feita de pessoas?

Átila Persici

6 min de leitura
Gestão de Pessoas
Mais da metade dos jovens trabalhadores já não acredita no valor de um diploma universitário — e esse é só o começo da revolução que está transformando o mercado de trabalho. Com uma relação pragmática com o emprego, a Geração Z encara o trabalho como negócio, não como projeto de vida, desafiando estruturas hierárquicas e modelos de carreira tradicionais. A pergunta que fica: as empresas estão prontas para se adaptar, ou insistirão em um sistema que não conversa mais com a principal força de trabalho do futuro?

Rubens Pimentel

4 min de leitura

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #169

TECNOLOGIAS MADE IN BRASIL

Não perdemos todos os bondes; saiba onde, como e por que temos grandes oportunidades de sucesso (se soubermos gerenciar)

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #169

TECNOLOGIAS MADE IN BRASIL

Não perdemos todos os bondes; saiba onde, como e por que temos grandes oportunidades de sucesso (se soubermos gerenciar)