Uncategorized

Contagem regressiva com Christer Windelov-Lidzélius

o diretor da KaosPilot, misto de escola de negócios e design sediado na Dinamarca, conta o que é a liderança criativa, que explora riscos em vez de minimizá-los, promove a criatividade, enxerga a oportunidade e tem valores humanos
Adriana Salles Gomes é diretora-editorial de HSM Management.

Compartilhar:

**5 – A KaosPilot forma líderes e seu currículo tem o design de liderança criativa como um dos pilares. O que é liderança para a KaosPilot e o que é esse design de liderança criativa?**

A definição simples é “levar as pessoas a fazer o que não fariam de outra maneira”. Para nós, porém, ser líder tem a ver com “crescer como indivíduo, desenvolver pessoas a sua volta e ajudar o mundo a caminhar para algo melhor”. Na KaosPilot, não ensinamos liderança só como uma prática, embora ela seja algo prático; achamos necessária uma base de conhecimento profundo sobre liderança e enfatizamos nosso foco, que é o da criatividade. a criatividade pode ser tanto o que os líderes fazem de uma forma única ao abordar um problema ou uma oportunidade como o resultado da liderança, ou seja, a criatividade por meio dos outros. o líder tem de dominar o design da liderança criativa, capacitando-se a gerar as bases sobre as quais a criatividade emerge. Não é algo que acontece por acaso, viu?! Isso precisa de atenção e curadoria cuidadosa.

**4 – Qual é o método pedagógico de vocês?** 

Nós o chamamos de pedagogia baseada em oportunidades, porque, como líder, você precisa ser, antes de tudo, bom em encontrar ou criar oportunidades. Nosso trabalho parte de problemas reais que os alunos trazem para a escola e da identificação de pontos fortes e oportunidades. Por exemplo, quando um aluno vivencia um desafio em sua empresa, ele pede ajuda a um membro da equipe pedagógica. Esse professor nunca dá uma resposta, só ajuda o aluno a olhar de um modo diferente, observando o que está indo bem –o ponto forte– e a oportunidade de construir a partir daí. a abordagem que propomos exige correr riscos, exige que se dê um passo para o desconhecido. Se a gestão é uma abordagem para minimizar o risco, a liderança é uma abordagem para explorar o risco. 

**3 – Líderes também precisam ter valores? Se sim, quais?** 

Todos os líderes funcionam com base em certo tipo de valores –explícitos ou implícitos. Normalmente, os valores da companhia não costumam ser o que eu considero valores pessoais profundos –na verdade, eles não significam nada para as pessoas. Pensamos em valores que associaríamos a amigos, não em coisas como ser eficiente e orientado a lucros. Por isso, os valores da KaosPilot incluem sabedoria das ruas, compaixão, diversão…

**2 – Para um líder criativo, a experiência multinacional faz diferença? Pergunto porque vejo que a KaosPilot atua em vários países…**

Para mim, a experiência multinacional é fundamental. Não é só uma coisa da empresa; é também social. Se as pessoas se tornarem cidadãs do mundo, isso vai ajudar a aliviar os problemas: diminuir a indiferença, reduzir os conflitos e também fazer mais negócios.

**1 – Temos um dito popular crítico no Brasil que diz: “Há muito cacique para pouco índio”. Quando se criam tantos líderes assim, não se está fazendo o mesmo?** 

Essa seria uma compreensão errada da ideia de que estamos só criando mais líderes. Ser líder não significa que eu não possa trabalhar subordinado a outros ou como colega. Em nosso mundo complexo e em organizações realmente complexas, precisamos deixar de lado a ideia de que o gestor sabe mais e pode fazer melhor do que os outros. É bem o contrário hoje –em geral, o nível de especialização do conhecimento invalida essa gestão clássica. a liderança está em toda parte. Essa liderança facilita, ensina e cria o espaço –no qual as pessoas são empoderadas–, e é a chave do sucesso. 

>
>
> **Saiba mais sobre Christer Windeløv- -Lidzélius**
>
> Quem é: CEo e diretor da KaosPilot, misto de escola de negócios e de design focado na formação de líderes e empreendedores. 
>
> Serviços da KaosPilot: além de oferecer cursos, presta consultoria para empresas e promove iniciativas culturais e sociais. 
>
> Onde a empresa atua: Tem sede em aarhus (Dinamarca) e escritórios em Berna (Suíça), Barcelona (Espanha) e Bogotá (Colômbia).

Compartilhar:

Artigos relacionados

Organização

A difícil arte de premiar sem capitular

Desde Alfred Nobel, o ato de reconhecer os feitos dos seres humanos não é uma tarefa trivial, mas quando bem-feita costuma resultar em ganho reputacional para que premia e para quem é premiado

Inovação
O SXSW 2025 transformou Austin em um laboratório de mobilidade, unindo debates, testes e experiências práticas com veículos autônomos, eVTOLs e micromobilidade, mostrando que o futuro do transporte é imersivo, elétrico e cada vez mais integrado à tecnologia.

Renate Fuchs

4 min de leitura
ESG
Em um mundo de conhecimento volátil, os extreme learners surgem como protagonistas: autodidatas que transformam aprendizado contínuo em vantagem competitiva, combinando autonomia, mentalidade de crescimento e adaptação ágil às mudanças do mercado

Cris Sabbag

7 min de leitura
Gestão de Pessoas
Geração Beta, conflitos ou sistema defasado? O verdadeiro choque não está entre gerações, mas entre um modelo de trabalho do século XX e profissionais do século XXI que exigem propósito, diversidade e adaptação urgent

Rafael Bertoni

0 min de leitura
Empreendedorismo
88% dos profissionais confiam mais em líderes que interagem (Edelman), mas 53% abandonam perfis que não respondem. No LinkedIn, conteúdo sem engajamento é prato frio - mesmo com 1 bilhão de usuários à mesa

Bruna Lopes de Barros

0 min de leitura
ESG
Mais que cumprir cotas, o desafio em 2025 é combater o capacitismo e criar trajetórias reais de carreira para pessoas com deficiência – apenas 0,1% ocupam cargos de liderança, enquanto 63% nunca foram promovidos, revelando a urgência de ações estratégicas além da contratação

Carolina Ignarra

4 min de leitura
Tecnologias exponenciais
O SXSW revelou o maior erro na discussão sobre IA: focar nos grãos de poeira (medos e detalhes técnicos) em vez do horizonte (humanização e estratégia integrada). O futuro exige telescópios, não lupas – empresas que enxergarem a IA como amplificadora (não substituta) da experiência humana liderarão a disrupção

Fernanda Nascimento

5 min de leitura
Liderança
Liderar é mais do que inspirar pelo exemplo: é sobre comunicação clara, decisões assertivas e desenvolvimento de talentos para construir equipes produtivas e alinhada

Rubens Pimentel

4 min de leitura
ESG
A saúde mental no ambiente corporativo é essencial para a produtividade e o bem-estar dos colaboradores, exigindo ações como conscientização, apoio psicológico e promoção de um ambiente de trabalho saudável e inclusivo.

Nayara Teixeira

7 min de leitura
Empreendedorismo
Selecionar startups vai além do pitch: maturidade, fit com o hub e impacto ESG são critérios-chave para construir ecossistemas de inovação que gerem valor real

Guilherme Lopes e Sofia Szenczi

9 min de leitura
Empreendedorismo
Processos Inteligentes impulsionam eficiência, inovação e crescimento sustentável; descubra como empresas podem liderar na era da hiperautomação.

Tiago Amor

6 min de leitura