Uncategorized

Convoque seus soldados para a guerra em vez de demiti-los

e mude a estrutura e os rituais, travando uma luta ferrenha à baixíssima produtividade e aos programas de melhoria que não melhoram nada

Compartilhar:

T odos sabemos que o País vive uma crise sem precedentes nos últimos 25 anos. Vamos demitir pessoas? Nossas organizações já estão enxutas, pois os tempos em que o barco podia ter não agregadores de valor já se foi. Graças a instrumentos como curva forçada de desempenho, gestão por competências e avaliação de desempenho, só sobraram os poucos remadores ótimos. 

Depois de passar anos repetindo o refrão “pessoas são nosso maior patrimônio”, as empresas vão cortá-las para reduzir custos? Deixam-me confuso: pessoas são patrimônio ou custos? Ninguém nega que o momento é de guerra. Algum general, em sã consciência, demite soldado preparado e disposto em plena guerra? Não. Ele convoca os soldados para a batalha de ser competitivo em um ambiente de negócios hostil. Cortar pessoas pode ser uma medida fácil e rápida, mas é a solução errada. 

O mesmo se pode dizer sobre cortar as bases da meritocracia, que estão nos salários, na remuneração flexível, nos bônus, nas promoções, no treinamento, em tudo o que manda a mensagem de que vale a pena estar lá. Qual a alternativa? A mim parece termos a oportunidade de travar uma luta ferrenha à baixíssima produtividade, à perda de tempo com reuniões infindáveis, aos programas de melhoria que não melhoram nada, aos processos que não agregam valor, às relações frias e distantes com clientes e fornecedores, aos níveis hierárquicos. 

Uma rede de lojas agarrou a oportunidade, por exemplo: jogou todos os diretores no mercado para descobrir o que de inteligente os concorrentes estão fazendo e eles se reúnem em um gabinete de guerra das 19 horas em diante para implementar as mudanças necessárias durante a madrugada. No dia seguinte, as lojas sempre abrem com inovações. Guerras são assim: pedem que alteremos a estrutura e os rituais do barco. Em vez da cômoda solução de demitir, mostre que é um líder de fato. Convoque seus remadores para lutar como soldados, retendo todos que agregam valor ao negócio e aumentando os fatores de meritocracia. Um dia, a paz voltará; sabemos que a economia é cíclica. E você os terá a seu lado para quando isso acontecer.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Calendário

Não, o ano ainda não acabou!

Em meio à letargia de fim de ano, um chamado à consciência: os últimos dias de 2024 são uma oportunidade valiosa de ressignificar trajetórias e construir propósito.

Empreendedorismo
Um guia para a liderança se antecipar às consequências não intencionais de suas decisões

Lilian Cruz e Andréa Dietrich

4 min de leitura
ESG
Entre nós e o futuro desejado, está a habilidade de tecer cada nó de um intricado tapete que une regeneração, adaptação e compromisso climático — uma jornada que vai de Baku a Belém, com a Amazônia como palco central de um novo sistema econômico sustentável.

Bruna Rezende

5 min de leitura
ESG
Crescimento de reclamações à ANS reflete crise na saúde suplementar, impulsionada por reajustes abusivos e falta de transparência nos planos de saúde. Empresas enfrentam desafios para equilibrar custos e atender colaboradores. Soluções como auditorias, BI e humanização do atendimento surgem como alternativas para melhorar a experiência dos beneficiários e promover sustentabilidade no setor.
4 min de leitura
Finanças
Brasil enfrenta aumento de fraudes telefônicas, levando Anatel a adotar medidas rigorosas para proteger consumidores e empresas, enquanto organizações investem em tecnologia para garantir segurança, transparência e uma comunicação mais eficiente e personalizada.

Fábio Toledo

4 min de leitura
Finanças
A recente vitória de Donald Trump nos EUA reaviva o debate sobre o protecionismo, colocando em risco o acesso do Brasil ao segundo maior destino de suas exportações. Porém, o país ainda não está preparado para enfrentar esse cenário. Sua grande vulnerabilidade está na dependência de um número restrito de mercados e produtos primários, com pouca diversificação e investimentos em inovação.

Rui Rocha

0 min de leitura
Finanças
O Revenue Operations (RevOps) está em franca expansão global, com estimativa de que 75% das empresas o adotarão até 2025. No Brasil, empresas líderes, como a 8D Hubify, já ultrapassaram as expectativas, mais que dobrando o faturamento e triplicando o lucro ao integrar marketing, vendas e sucesso do cliente. A Inteligência Artificial é peça-chave nessa transformação, automatizando interações para maior personalização e eficiência.

Fábio Duran

3 min de leitura
Empreendedorismo
Trazer os homens para a discussão, investir em ações mais intencionais e implementar a licença-paternidade estendida obrigatória são boas possibilidades.

Renata Baccarat

4 min de leitura
Uncategorized
Apesar de ser uma ferramenta essencial para o desenvolvimento de colaboradores, o Plano de Desenvolvimento Individual (PDI) vem sendo negligenciado por empresas no Brasil. Pesquisa da Mereo mostra que apenas 60% das companhias avaliadas possuem PDIs cadastrados, com queda no engajamento de 2022 para 2023.

Ivan Cruz

4 min de leitura
Tecnologias exponenciais
A inteligência artificial (IA) está revolucionando o mundo dos negócios, mas seu avanço rápido exige uma discussão sobre regulamentação. Enquanto a Europa avança com regras para garantir benefícios éticos, os EUA priorizam a liberdade econômica. No Brasil, startups e empresas se mobilizam para aproveitar as vantagens competitivas da IA, mas aguardam um marco legal claro.

Edmee Moreira

4 min de leitura
ESG
A gestão de riscos psicossociais ganha espaço nos conselhos, impulsionada por perdas estimadas em US$ 3 trilhões ao ano. No Brasil, a atualização da NR1 exige que empresas avaliem e gerenciem sistematicamente esses riscos. Essa mudança reflete o reconhecimento de que funcionários saudáveis são mais produtivos, com estudos mostrando retornos de até R$ 4 para cada R$ 1 investido

Ana Carolina Peuker

4 min de leitura