Dossiê HSM

Crescerão as oportunidades transfronteiras

Para as escolas de negócios, as empresas brasileiras podem se beneficiar com mudanças em supply chains globais e glocalização
Sandra Regina da Silva é colaboradora de HSM Management.

Compartilhar:

As cadeias de fornecimento globais estão prestes a ser reconfiguradas. Já se discute em alguns países a dependência existente da China, depois da falta generalizada de insumos que vimos acontecer. Isso pode trazer grandes oportunidades para as empresas brasileiras.

“Devem ocorrer mudanças de direção das empresas situadas em países que queiram deixar de ser tão dependentes da China. Isso pode gerar oportunidades para empresas brasileiras ocuparem esse espaço. O momento é de entender as mudanças e estar preparado”, avisa Moacir Oliveira Jr., da FEA-USP.

Aldemir Drummond, da FDC, concorda que, com a “guerra” comercial entre China e Estados Unidos, há uma oportunidade de ouro para a internacionalização do Brasil. A disputa dos gigantes “vai trazer de volta instituições multilaterais, com um retorno gradual”, e isso nos abre caminhos, como ele analisa.

Para aproveitar essa oportunidade de ter um futuro mais internacional, no entanto, é necessária uma mudança de postura do Brasil, que sempre foi muito fechado economicamente, e agora politicamente também, e precisa passar a ser visto de maneira diferente na comunidade internacional. Na visão do VP da FDC, “mesmo tendo a Amazônia a nosso favor, como um patrimônio para nos dar visibilidade, nem fomos convidados, por exemplo, para a reunião sobre o clima”, relembra ele, referindo-se à exclusão do Brasil da Cúpula do Clima da ONU, realizada em dezembro de 2020.

## Glocalização voltará com força
Enquanto os debates se centram entre ser a favor e contra o “globalismo”, Fábio Borges, da ESPM-SP, destaca que a abordagem “glocal” vai predominar por um bom tempo, como ficou muito evidente em 2020. “Veja: a pandemia era globalizada, mas cada país teve que se virar. Além disso, no Brasil e nos Estados Unidos, ficaram patentes as discordâncias entre a liderança federal de cada país em relação às lideranças locais (nos estados e municípios)”, exemplifica ele.
O que isso significa transpondo para o mercado corporativo? Quer dizer termos marcas globais, como Facebook e Google, mas com atuações locais de fato, não só na esfera do marketing. Inclusive, questões jurídicas entram em cena. “Marcas globais não precisarão só adaptar ao local; terão de potencializar-se localmente, sob gestores locais”, pontua o professor da ESPM-SP.

Compartilhar:

Artigos relacionados

O futuro dos eventos: conexões que transformam

Eventos não morreram, mas 78% dos participantes já rejeitam formatos ultrapassados. O OASIS Connection chega como antídoto: um laboratório vivo onde IA, wellness e conexões reais recriam o futuro dos negócios

ESG
Resgatar nossas bases pode ser a resposta para enfrentar esta epidemia

Lilian Cruz

5 min de leitura
Liderança
Como a promessa de autonomia virou um sistema de controle digital – e o que podemos fazer para resgatar a confiança no ambiente híbrido.

Átila Persici

0 min de leitura
Liderança
Rússia vs. Ucrânia, empresas globais fracassando, conflitos pessoais: o que têm em comum? Narrativas não questionadas. A chave para paz e negócios está em ressignificar as histórias que guiam nações, organizações e pessoas

Angelina Bejgrowicz

6 min de leitura
Empreendedorismo
Macro ou micro reducionismo? O verdadeiro desafio das organizações está em equilibrar análise sistêmica e ação concreta – nem tudo se explica só pela cultura da empresa ou por comportamentos individuais

Manoel Pimentel

0 min de leitura
Gestão de Pessoas
Aprender algo novo, como tocar bateria, revela insights poderosos sobre feedback, confiança e a importância de se manter na zona de aprendizagem

Isabela Corrêa

0 min de leitura
Inovação
O SXSW 2025 transformou Austin em um laboratório de mobilidade, unindo debates, testes e experiências práticas com veículos autônomos, eVTOLs e micromobilidade, mostrando que o futuro do transporte é imersivo, elétrico e cada vez mais integrado à tecnologia.

Renate Fuchs

4 min de leitura
ESG
Em um mundo de conhecimento volátil, os extreme learners surgem como protagonistas: autodidatas que transformam aprendizado contínuo em vantagem competitiva, combinando autonomia, mentalidade de crescimento e adaptação ágil às mudanças do mercado

Cris Sabbag

7 min de leitura
Gestão de Pessoas
Geração Beta, conflitos ou sistema defasado? O verdadeiro choque não está entre gerações, mas entre um modelo de trabalho do século XX e profissionais do século XXI que exigem propósito, diversidade e adaptação urgent

Rafael Bertoni

0 min de leitura
Empreendedorismo
88% dos profissionais confiam mais em líderes que interagem (Edelman), mas 53% abandonam perfis que não respondem. No LinkedIn, conteúdo sem engajamento é prato frio - mesmo com 1 bilhão de usuários à mesa

Bruna Lopes de Barros

0 min de leitura
ESG
Mais que cumprir cotas, o desafio em 2025 é combater o capacitismo e criar trajetórias reais de carreira para pessoas com deficiência – apenas 0,1% ocupam cargos de liderança, enquanto 63% nunca foram promovidos, revelando a urgência de ações estratégicas além da contratação

Carolina Ignarra

4 min de leitura