Assunto pessoal

Criatividade em crise

Pesquisas mostram que a criatividade humana está em crise desde a década de 1990. Spoiler: a culpa é do excesso de atividades

Compartilhar:

Pessoas mais velhas adoram achar defeito nas gerações que vêm depois, mas pesquisadores garantem que nesse caso não é má vontade: nossas crianças estão ficando menos criativas. Segundo reportagem da Inc. Magazine, um estudo feito com uma amostra expressiva de pessoas na Noruega sugere que os QIs têm diminuído na última década. E não são só os índices de inteligência: os testes de criatividade também demonstram a mesma desaceleração.

O Teste de Torrance é a principal ferramenta de avaliação da criatividade. Pesquisadores avaliaram a evolução da vida de pessoas submetidas ao teste ao longo do tempo e concluíram que ele realmente consegue predizer o sucesso no mundo real. E são esses índices que vêm caindo.

Conforme a revista, os estudiosos acreditam que sabem os motivos: “nossas vidas apressadas, cheias de compromissos” e “o volume de tempo crescente que passamos interagindo com equipamentos eletrônicos”, afirma o jornalista especializado em psicologia e saúde mental Michael Easter na Inc..

Resumindo, estamos muito ocupados e distraídos para que a criatividade brote. Foi-se o tempo em que a infância era passada em brincadeiras livres, cheias de imaginação e sem supervisão constante, diz o texto. E, como adultos, estamos em geral cheios de compromissos e sempre com um excesso de estimulação.
Para a criatividade surgir, explica o artigo, precisamos de ócio e tédio, e também de atividades despreocupadas que permitam à nossa mente voar, como longas caminhadas e longos banhos (infelizmente, com a crise hídrica e energética, é melhor sair andando por aí e continuar tomando banhos rápidos).

Aliás, “Deixa a vida me levar, vida leva eu” era um dos mantras de Albert Einstein. Claro, ele não ouvia Zeca Pagodinho, mas saía velejando sem rumo, sem se preocupar com o vento ou com a velocidade, para que sua mente pudesse viajar e fazer conexões inesperadas, que revolucionaram o modo como entendemos o cosmos.
A boa notícia é que somos capazes de contornar o problema – é o que garantem os cientistas. De maneira geral, precisamos conseguir escapar da rotina, experimentar atividades diferentes, caminhar a esmo, limitar o uso de equipamentos eletrônicos e buscar novas formas de entretenimento, em grupo ou sozinhos. Nem que seja preciso reservar horas para isso na agenda. (Vale ler e reler a __HSM Management__ nº 145 também, inteiramente dedicada a criatividade!)

Compartilhar:

Artigos relacionados

China

O Legado do Progresso

A celebração dos 120 anos de Deng Xiaoping destaca como suas reformas revolucionaram a China, transformando-a em uma potência global e marcando uma era de crescimento econômico, inovação e avanços sociais sem precedentes.

Calendário

Não, o ano ainda não acabou!

Em meio à letargia de fim de ano, um chamado à consciência: os últimos dias de 2024 são uma oportunidade valiosa de ressignificar trajetórias e construir propósito.

Gestão de Pessoas
Um convite para refletir sobre como empresas e líderes podem se adaptar à nova mentalidade da Geração Z, que valoriza propósito, flexibilidade e experiências diversificadas em detrimento de planos de carreira tradicionais, e como isso impacta a cultura corporativa e a gestão do talento.

Valeria Oliveira

6 min de leitura
Empreendedorismo
Um guia para a liderança se antecipar às consequências não intencionais de suas decisões

Lilian Cruz e Andréa Dietrich

4 min de leitura
ESG
Entre nós e o futuro desejado, está a habilidade de tecer cada nó de um intricado tapete que une regeneração, adaptação e compromisso climático — uma jornada que vai de Baku a Belém, com a Amazônia como palco central de um novo sistema econômico sustentável.

Bruna Rezende

5 min de leitura
ESG
Crescimento de reclamações à ANS reflete crise na saúde suplementar, impulsionada por reajustes abusivos e falta de transparência nos planos de saúde. Empresas enfrentam desafios para equilibrar custos e atender colaboradores. Soluções como auditorias, BI e humanização do atendimento surgem como alternativas para melhorar a experiência dos beneficiários e promover sustentabilidade no setor.
4 min de leitura
Finanças
Brasil enfrenta aumento de fraudes telefônicas, levando Anatel a adotar medidas rigorosas para proteger consumidores e empresas, enquanto organizações investem em tecnologia para garantir segurança, transparência e uma comunicação mais eficiente e personalizada.

Fábio Toledo

4 min de leitura
Finanças
A recente vitória de Donald Trump nos EUA reaviva o debate sobre o protecionismo, colocando em risco o acesso do Brasil ao segundo maior destino de suas exportações. Porém, o país ainda não está preparado para enfrentar esse cenário. Sua grande vulnerabilidade está na dependência de um número restrito de mercados e produtos primários, com pouca diversificação e investimentos em inovação.

Rui Rocha

0 min de leitura
Finanças
O Revenue Operations (RevOps) está em franca expansão global, com estimativa de que 75% das empresas o adotarão até 2025. No Brasil, empresas líderes, como a 8D Hubify, já ultrapassaram as expectativas, mais que dobrando o faturamento e triplicando o lucro ao integrar marketing, vendas e sucesso do cliente. A Inteligência Artificial é peça-chave nessa transformação, automatizando interações para maior personalização e eficiência.

Fábio Duran

3 min de leitura
Empreendedorismo
Trazer os homens para a discussão, investir em ações mais intencionais e implementar a licença-paternidade estendida obrigatória são boas possibilidades.

Renata Baccarat

4 min de leitura
Uncategorized
Apesar de ser uma ferramenta essencial para o desenvolvimento de colaboradores, o Plano de Desenvolvimento Individual (PDI) vem sendo negligenciado por empresas no Brasil. Pesquisa da Mereo mostra que apenas 60% das companhias avaliadas possuem PDIs cadastrados, com queda no engajamento de 2022 para 2023.

Ivan Cruz

4 min de leitura
Tecnologias exponenciais
A inteligência artificial (IA) está revolucionando o mundo dos negócios, mas seu avanço rápido exige uma discussão sobre regulamentação. Enquanto a Europa avança com regras para garantir benefícios éticos, os EUA priorizam a liberdade econômica. No Brasil, startups e empresas se mobilizam para aproveitar as vantagens competitivas da IA, mas aguardam um marco legal claro.

Edmee Moreira

4 min de leitura