Desenvolvimento pessoal

Cristina Palmaka: uma CEO com fôlego

Compartilhar:

O ritmo circadiano (ou biológico) é determinado geneticamente e, por isso, o melhor horário para dormir ou trabalhar pode variar entre uma pessoa e outra. A recomendação dos cientistas é tentar seguir a predisposição natural de cada organismo. Por exemplo: a atual presidente da SAP Brasil, Cristina Palmaka, 51 anos, costumava se sentir mais produtiva à noite. No passado, quando cursava a faculdade de ciências contábeis, seguia madrugada adentro estudando – dormindo até um pouco mais tarde na manhã seguinte. Hoje, essa rotina é impensável. Não só em função da vida de executiva – em 30 anos de atividade profissional, só passou por gigantes, como HP, Philips e Microsoft –, mas principalmente pelo hábito que desenvolveu há duas décadas: correr maratonas. 

Praticar esportes não é novidade para Palmaka. Quando criança, época em que o tempo sobrava, ela jogava futebol com os irmãos na rua. “Só que eu nunca ficava no gol, porque sou uma pessoa de ataque”, diz, bem-humorada. Ela ainda praticou vôlei (esporte que a ajudou a desenvolver o senso de trabalho em equipe) e basquete antes de aderir às corridas. Era início dos anos 2000. Desde lá, participou de dezenas de provas, incluindo a tradicional corrida de São Silvestre, em São Paulo, e as maratonas de Berlim e Nova York. 

Porém nem sempre dá para sair e correr por aí. Segundo Palmaka, nessas ocasiões prefere musculação ou pedalar na bicicleta da academia. Fato é que ela se exercita ao menos cinco vezes por semana, sempre nas primeiras horas da manhã – sim, a notívaga hoje acorda às 5h30 todos os dias. A corrida mais longa, de 15 a 25 quilômetros, fica para o fim de semana. Mais do que terapia, a atividade é essencial para garantir maior produtividade à frente da SAP, segundo ela. “É o que me faz ter pique.”

Sua receita de produtividade também inclui disciplina e organização prévia de horários a partir de prioridades. É claro que as coisas nem sempre saem conforme o planejado e, por isso, ela aprendeu a ser flexível diante de imprevistos. Pragmática, Palmaka não se importa em refazer uma tarefa ou mesmo mudar o rumo, se for necessário. “Gosto de colocar, em tudo o que faço, a melhor energia de que disponho. Se não for assim, é melhor não fazer.” Se a “energia” não está muito boa, ela deixa para tomar decisões depois. 

Outra forma de flexibilidade é aproveitar as brechas do dia. Como tem um motorista à disposição, Cristina Palmaka usa o tempo de deslocamento para despachar, respondendo mensagens no celular e participando de calls.

**USAR CELULAR EM REUNIÕES É DESRESPEITO**

Por liderar uma empresa de tecnologia, com 1,5 mil funcionários que atendem 4,5 mil clientes, alguém poderia imaginar que ela não tira os olhos do celular. Não é bem assim. Em reuniões, ninguém vê o brilho da tela do smartphone da CEO. “Se estou falando com alguém, não gosto de usar [o telefone]; acho desrespeitoso.” Nos fins de semana também: sua meta é ficar a maior parte do tempo longe do smartphone para se dedicar à família – ela é casada há 22 anos e tem uma filha que vai completar 14. A convivência familiar também é prioridade nas férias, tiradas duas vezes ao ano, acompanhando o calendário escolar da filha. 

Por falar em férias, ela incentiva os colaboradores da SAP a não abrir mão delas. “Ninguém consegue ser produtivo o tempo inteiro. De vez em quando, é preciso sair para colocar as ideias no prumo. Em geral, a pessoa volta das férias mais produtiva”, diz Palmaka. 

Voltando à rotina de trabalho, o sono é um momento quase sagrado para a CEO da SAP Brasil. Quando toca o despertador, o ideal é que ela tenha dormido por no mínimo seis horas . Ao abrir os olhos, a primeira coisa que faz é checar quantas horas dormiu. “Ver que consegui as seis horas me dá uma sensação boa, de que terei produtividade durante o dia.” 

> **Primeiro ato da manhã.** Ao tocar o despertador, às 5h30 da manhã, confere quantas horas dormiu. Para ela, pelo menos seis horas de sono são essenciais para um maior rendimento no trabalho. 
>
> **O pior hábito.** Não sabe dizer não. Mas ela sabe que precisa. “Aprendi com um antigo chefe que a pessoa precisa ser dona de suas decisões e tomar as rédeas de sua agenda.” 
>
> **Como lida com tempo inútil.** Não desperdiça. Aproveita o tempo em trânsito para responder a e-mails, mensagens do WhatsApp e até mesmo para participar de calls com clientes e colaboradores. 
>
> **O que é inegociável ao longo do dia.** “Se houver qualquer tema sério de saúde da minha família, eu mudo a agenda na hora.” 
>
> **Esportes.** Pratica no mínimo cinco vezes por semana. É maratonista, faz musculação e bicicleta em academia. 
>
> **Conselho para quem deseja ser mais produtivo.** Disciplina e organização prévia de horários, além de fixar prioridades na agenda.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Quando o corpo pede pausa e o negócio pede pressa

Entre liderança e gestação, uma lição essencial: não existe performance sustentável sem energia. Pausar não é fraqueza, é gestão – e admitir limites pode ser o gesto mais poderoso para cuidar de pessoas e negócios.

Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
16 de dezembro de 2025
A economia prateada deixou de ser nicho e se tornou força estratégica: consumidores 50+ movimentam trilhões e exigem experiências centradas em respeito, confiança e personalização.

Eric Garmes é CEO da Paschoalotto

3 minutos min de leitura
Inovação & estratégia, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
15 de dezembro de 2025
Este artigo traz insights de um estudo global da Sodexo Brasil e fala sobre o poder de engajamento que traz a hospitalidade corporativa e como a falta dela pode impactar financeiramente empresas no mundo todo.

Hamilton Quirino - Vice-presidente de Operações da Sodexo

2 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Inovação & estratégia
12 de dezembro de 2025
Inclusão não é pauta social, é estratégia: entender a neurodiversidade como valor competitivo transforma culturas, impulsiona inovação e constrói empresas mais humanas e sustentáveis.

Marcelo Vitoriano - CEO da Specialisterne Brasil

4 minutos min de leitura
Inovação & estratégia, Marketing & growth
11 de dezembro de 2025
Do status à essência: o luxo silencioso redefine valor, trocando ostentação por experiências que unem sofisticação, calma e significado - uma nova inteligência para marcas em tempos pós-excesso.

Daniel Skowronsky - Cofundador e CEO da NIRIN Branding Company

3 minutos min de leitura
Estratégia
10 de dezembro de 2025
Da Coreia à Inglaterra, da China ao Brasil. Como políticas públicas de design moldam competitividade, inovação e identidade econômica.

Rodrigo Magnago - CEO da RMagnago

17 minutos min de leitura
Bem-estar & saúde
9 de dezembro de 2025
Entre liderança e gestação, uma lição essencial: não existe performance sustentável sem energia. Pausar não é fraqueza, é gestão - e admitir limites pode ser o gesto mais poderoso para cuidar de pessoas e negócios.

Tatiana Pimenta - Fundadora e CEO da Vittude,

3 minutos min de leitura
Bem-estar & saúde
8 de dezembro de 2025
Com custos de saúde corporativa em alta, a telemedicina surge como solução estratégica: reduz sinistralidade, amplia acesso e fortalece o bem-estar, transformando a gestão de benefícios em vantagem competitiva.

Loraine Burgard - Cofundadora da h.ai

3 minutos min de leitura
Bem-estar & saúde, Liderança
5 de dezembro de 2025
Em um mundo exausto, emoção deixa de ser fragilidade e se torna vantagem competitiva: até 2027, lideranças que integram sensibilidade, análise e coragem serão as que sustentam confiança, inovação e resultados.

Lisia Prado - Consultora e sócia da House of Feelings

5 minutos min de leitura
Finanças
4 de dezembro de 2025

Antonio de Pádua Parente Filho - Diretor Jurídico, Compliance, Risco e Operações no Braza Bank S.A.

3 minutos min de leitura
Inovação & estratégia, Marketing & growth
3 de dezembro de 2025
A creators economy deixou de ser tendência para se tornar estratégia: autenticidade, constância e inovação são os pilares que conectam marcas, líderes e comunidades em um mercado digital cada vez mais colaborativo.

Gabriel Andrade - Aluno da Anhembi Morumbi e integrante do LAB Jornalismo e Fernanda Iarossi - Professora da Universidade Anhembi Morumbi e Mestre em Comunicação Midiática pela Unesp

3 minutos min de leitura

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #170

O que ficou e o que está mudando na gangorra da gestão

Esta edição especial, que foi inspirada no HSM+2025, ajuda você a entender o sobe-e-desce de conhecimentos e habilidades gerenciais no século 21 para alcançar a sabedoria da liderança

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #170

O que ficou e o que está mudando na gangorra da gestão

Esta edição especial, que foi inspirada no HSM+2025, ajuda você a entender o sobe-e-desce de conhecimentos e habilidades gerenciais no século 21 para alcançar a sabedoria da liderança