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Da rapidez da má notícia ao nosso bookzine

Guilherme Soárez, CEO da HSM

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Douglas Adams já dizia: “Nada viaja mais rápido do que a velocidade da luz, com exceção talvez das más notícias, que obedecem a leis muito particulares”. Não poderia haver inspiração mais adequada para começar esta conversa do que o autor da série Guia do Mochileiro das Galáxias. Afinal, a percepção atual de que o Brasil só tem más notícias para dar fica muito mais compreensível com a explicação de Adams. E assim compreendemos também que a explicação não procede. 

É claro: ninguém quer negar as tragédias que tanto nos têm entristecido, nem deixar de tomar providências para repará-las e evitar que se repitam. Porém, não podemos fechar os olhos para as coisas boas, que existem em uma proporção equivalente ou até maior do que as ruins, ou não  teremos a competência de escalá-las. Por isso, pragmaticamente, nosso tema de capa nesta revista são as empresas que vão além de sua obrigação legal e se esforçam para fazer do mundo um lugar melhor – como as “empresas humanizadas do Brasil”, as primeiras “firms of endearment” que são chanceladas pelo movimento do Capitalismo Consciente fora dos Estados Unidos. Por isso, nossa Contagem Regressiva, seção de entrevistas com CEOs, traz João Carlos Leite, diretamente das cooperativas de São Roque de Minas, na Serra da Canastra (MG) – o Joãozinho. Por isso, o role model destacado na seção (nova) Assunto pessoal é Sandra Nalli, fundadora e líder da rede de franquias Escola do Mecânico. 

Falar em “empresas que curam” talvez pareça uma pretensão para quem ainda não teve contato com esse segmento do meio corporativo. Mas o conceito de Raj Sisodia e Michael Gelb não se refere só a ações grandiosas comparáveis à cura do câncer;  as pequenas curas, possíveis mas nunca priorizadas, é que são assumidas como um compromisso permanente pelos gestores dessas organizações. Colocamos o verbo curar na capa também, por ter tudo a ver com a transformação desta revista, que fazemos agora em parceria com a Qura Editora (o Q é por conta de quod, em latim, que significa “por quê?” – o propósito). Ela vem com um novo projeto editorial e gráfico e com um novo princípio de democratização – os preços das assinaturas foram reduzidos para os novos assinantes, e os assinantes atuais serão compensados por isso.

A mudança gráfica você notará em todas as páginas. Obra da nossa diretora de arte Débora Bianchi, ela reflete o novo posicionamento de “bookzine”, um produto híbrido de livro e revista (“book” e “magazine”). Sempre fomos um bookzine, dada a profundidade do nosso conteúdo. Nossos textos são livros com poder de síntese. Mas nunca havíamos explicitado essa personalidade – e chegou a hora de fazê-lo. 

A mudança editorial também é nítida. Continuamos a falar das FAANG, inescapáveis quando se pensa nas novas práticas da gestão (o acrônimo se refere a Facebook, Apple, Amazon, Netflix e Google). Mas buscamos cada vez mais soluções pouco conhecidas, como a do Joãozinho da Serra da Canastra. (Curioso é que, na carta da revista nº 132, eu tinha sugerido que um menino chamado Joãozinho poderia ser CEO um dia se incentivado propriamente. E agora surge um CEO Joãozinho!) Também investimos no enfoque sobre o indivíduo, na seção Assunto pessoal. E, por fim, nos aproximamos da academia – se os EUA têm a vantagem competitiva da proximidade entre universidade e mercado, por que não podemos construir isso aqui? 

 Enfim, esta revista vai renovar suas esperanças e energizá-lo. Boa leitura!

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