Inovação

Democratizar a moda para garantir a vida do planeta

Para o setor seguir evoluindo, deve-se manter o foco em ações concretas e aproveitar os investimentos externos em ESG
Anay Zaffalon é diretora executiva de negócios do Grupo Malwee.

Compartilhar:

Muito se fala sobre a necessidade de transformação do setor da moda por se tratar de uma das indústrias mais poluentes do planeta. De fato, é preciso aprofundar o entendimento sobre sustentabilidade e debater formas de adaptar processos para garantir a vida na Terra. Porém, acredito que precisamos ir além da teoria. É hora de fazer e mostrar resultados.

A democratização da moda sustentável é um dos melhores caminhos para mudar um contexto que ainda concentra uma produção sustentável em baixa escala, com valores que muitas vezes são pouco acessíveis à maioria dos consumidores. Precisamos impactar as pessoas de uma forma mais ampla.

Por isso, destaco a importância de fortalecer e popularizar o tema da sustentabilidade. Compartilhar informações para acelerar o desenvolvimento coletivo é um dos trabalhos que deve ser realizado pelo maior número de empresas possível. Afinal, sustentabilidade é para todos!

Para alcançar este objetivo, já existe no mercado uma solução: inovação. Investir em novos métodos produtivos possibilita transformar indústrias e continuar produzindo, gerando renda e faturamento de uma forma mais limpa e sustentável. É um caminho para que as pessoas possam adquirir produtos verdadeiramente sustentáveis para o bolso também.

Acredito que, ainda, faz parte da inovação o compartilhamento de resultados e a comprovação da eficácia de processos já implementados, movimento que já é possível observar no setor. Cada vez mais, as companhias têm anunciado seus avanços e metas alcançadas na pauta socioambiental, além de dividirem seus planos visando uma jornada cada vez mais sustentável.

Essas iniciativas são de extrema relevância para que possamos ter conhecimento mais detalhado do que está acontecendo, possibilitando a troca de experiências dentro da própria indústria da moda. Porém, é necessário que essa partilha seja consolidada para que se consiga acelerar o desenvolvimento coletivo. E, mais uma vez, a inovação é a palavra-chave.

A partir desta exposição, penso que temos pistas para o setor seguir evoluindo neste caminho. Acredito que devemos manter o foco em ações concretas, aproveitar os investimentos externos em ESG para as companhias e, principalmente, lembrar que os resultados financeiros que garantem a autossustentabilidade dos negócios, também está relacionado a uma produção ética. Afinal, não devemos ser sustentáveis para vender mais, devemos fazer porque é o certo, com mais produtos e preços acessíveis para estimular o consumo consciente.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Quando a IA desafia o ESG: o dilema das lideranças na era algorítmica

A inteligência artificial está reconfigurando decisões empresariais e estruturas de poder. Sem governança estratégica, essa tecnologia pode colidir com os compromissos ambientais, sociais e éticos das organizações. Liderar com consciência é a nova fronteira da sustentabilidade corporativa.

Semana Mundial do Meio Ambiente: desafios e oportunidades para a agenda de sustentabilidade

Construímos um universo de possibilidades. Mas a pergunta é: a vida humana está realmente melhor hoje do que 30 anos atrás? Enquanto brasileiros — e guardiões de um dos maiores biomas preservados do planeta — somos chamados a desafiar as retóricas de crescimento e consumo atuais. Se bem endereçados, tais desafios podem nos representar uma vantagem competitiva e um fôlego para o planeta

Tecnologia, mãe do autoetarismo

Ninguém fala disso, mas muitos profissionais mais velhos estão discriminando a si mesmos com a tecnofobia. Eles precisam compreender que a revolução digital não é exclusividade dos jovens

Liderança
70% dos líderes não enxergam seus pontos cegos e as empresas pagam o preço. O antídoto? Autenticidade radical e 'Key People Impact' no lugar do controle tóxico

Poliana Abreu

7 min de leitura
Liderança
15 lições de liderança que Simone Biles ensinou no ATD 2025 sobre resiliência, autenticidade e como transformar pressão em excelência.

Caroline Verre

8 min de leitura
Liderança
Conheça 6 abordagens práticas para que sua aprendizagem se reconfigure da melhor forma

Carol Olinda

4 min de leitura
Cultura organizacional, Estratégia e execução
Lembra-se das Leis de Larman? As organizações tendem a se otimizar para não mudar; então, você precisa fazer esforços extras para escapar dessa armadilha. Os exemplos e as boas práticas deste artigo vão ajudar

Norberto Tomasini

4 min de leitura
Carreira, Cultura organizacional, Gestão de pessoas
A área de gestão de pessoas é uma das mais capacitadas para isso, como mostram suas iniciativas de cuidado. Mas precisam levar em conta quatro tipos de necessidades e assumir ao menos três papéis

Natalia Ubilla

3 min de leitura
Estratégia
Em um mercado onde a reputação é construída (ou desconstruída) em tempo real, não controlar sua própria narrativa é um risco que nenhum executivo pode se dar ao luxo de correr.

Bruna Lopes

7 min de leitura
Liderança
O problema está na literatura comercial rasa, nos wannabe influenciadores de LinkedIn, nos só cursos de final de semana e até nos MBAs. Mas, sobretudo, o problema está em como buscamos aprender sobre a liderança e colocá-la em prática.

Marcelo Santos

8 min de leitura
ESG
Inclua uma nova métrica no seu dashboard: bem-estar. Porque nenhum KPI de entrega importa se o motorista (você) está com o tanque vazio

Lilian Cruz

4 min de leitura
ESG
Flexibilidade não é benefício. É a base de uma cultura que transformou nossa startup em um caso real de inclusão sem imposições, onde mulheres prosperam naturalmente.

Gisele Schafhauser

5 min de leitura
Tecnologias exponenciais
O futuro da liderança em tempos de IA vai além da tecnologia. Exige preservar o que nos torna humanos em um mundo cada vez mais automatizado.

Manoel Pimentel

7 min de leitura