Desenvolvimento pessoal

Desigualdade salarial entre homens e mulheres – na prática

Em série de reportagens, Fast Company publica depoimentos de profissionais que mostram como a inequidade funciona

Compartilhar:

A executiva Jane, que preferiu não se identificar na revista Fast Company, trabalhava em uma grande multinaciona de tecnologia médica e estava muito animada para assumir uma posição sênior, em que lideraria uma equipe com três homens e uma mulher.

Chegando ao novo cargo, Jane teve acesso ao salário de outras pessoas na organização e logo percebeu que os homens de sua equipe ganhavam significativamente mais do que as mulheres. “Eu sempre fui cética quanto à questão desigualdades salariais por conta de gênero”, conta Jane. “Mas isso mudou quando passei a fazer parte dessa equipe. Eu era responsável pelo desenvolvimento, pelas metas e pelas avaliações de homens que ganhavam 20% a 30% mais do que eu”, acrescenta.

Ante a realidade que testemunhava, Jane procurou a área de recursos humanos e recebeu uma explicação que representava uma chancela institucional ao que vinha acontecendo: os homens de sua equipe teriam sido contratados após uma decisão da companhia de se tornar mais competitiva em relação à remuneração. Já ela e a outra mulher do time estavam na empresa há mais tempo.

Aos poucos, Jane foi percebendo que seu superior imediato tinha ideias antiquadas sobre o papel das mulheres no trabalho. “Uma vez ele me disse: ‘Sei que você é recém-casada. Não quero que venha me dizer que seu marido está reclamando porque você viaja demais’”, lembra ela. 

A experiência de Jane reflete o que acontece de forma generalizada no mercado de trabalho na grande maioria dos países. De acordo com estudo do Institute of Women’s Policy Research, mulheres que trabalham em tempo integral recebem o equivalente a 80 centavos de dólar para cada dólar pago aos homens. 

Especialistas apontam diversas causas para as desigualdades salariais entre homens e as mulheres, como o fato de profissionais do sexo feminino atuarem de forma predominante em setores de atividade que tradicionalmente remuneram menos, por exemplo, os de educação e saúde. No entanto, a reportagem da revista Fast Company destaca que, ao contratarem pela primeira vez, empresas diversas frequentemente oferecem às mulheres salários mais baixos do que os oferecidos aos homens.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Inovação

Living Intelligence: A nova espécie de colaborador

Estamos entrando na era da Inteligência Viva: sistemas que aprendem, evoluem e tomam decisões como um organismo autônomo. Eles já estão reescrevendo as regras da logística, da medicina e até da criatividade. A pergunta que nenhuma empresa pode ignorar: como liderar equipes quando metade delas não é feita de pessoas?

Liderar GenZ’s: As relações de trabalho estão mudando…

Mais da metade dos jovens trabalhadores já não acredita no valor de um diploma universitário — e esse é só o começo da revolução que está transformando o mercado de trabalho. Com uma relação pragmática com o emprego, a Geração Z encara o trabalho como negócio, não como projeto de vida, desafiando estruturas hierárquicas e modelos de carreira tradicionais. A pergunta que fica: as empresas estão prontas para se adaptar, ou insistirão em um sistema que não conversa mais com a principal força de trabalho do futuro?

Empreendedorismo
O Brasil já tem 408 startups de impacto – 79% focadas em soluções ambientais. Mas o verdadeiro potencial está na combinação entre propósito e tecnologia: ferramentas digitais não só ampliam o alcance dessas iniciativas, como criam um ecossistema de inovação sustentável e escalável

Bruno Padredi

7 min de leitura
Finanças
Enquanto mulheres recebem migalhas do venture capital, fundos como Moon Capital e redes como Sororitê mostram o caminho: investir em empreendedoras não é ‘caridade’ — é fechar a torneira do vazamento de talentos e ideias que movem a economia

Ana Fontes

5 min de leitura
Empreendedorismo
Desde Alfred Nobel, o ato de reconhecer os feitos dos seres humanos não é uma tarefa trivial, mas quando bem-feita costuma resultar em ganho reputacional para que premia e para quem é premiado

Ivan Cruz

7 min de leitura
ESG
Resgatar nossas bases pode ser a resposta para enfrentar esta epidemia

Lilian Cruz

5 min de leitura
Liderança
Como a promessa de autonomia virou um sistema de controle digital – e o que podemos fazer para resgatar a confiança no ambiente híbrido.

Átila Persici

0 min de leitura
Liderança
Rússia vs. Ucrânia, empresas globais fracassando, conflitos pessoais: o que têm em comum? Narrativas não questionadas. A chave para paz e negócios está em ressignificar as histórias que guiam nações, organizações e pessoas

Angelina Bejgrowicz

6 min de leitura
Empreendedorismo
Macro ou micro reducionismo? O verdadeiro desafio das organizações está em equilibrar análise sistêmica e ação concreta – nem tudo se explica só pela cultura da empresa ou por comportamentos individuais

Manoel Pimentel

0 min de leitura
Gestão de Pessoas
Aprender algo novo, como tocar bateria, revela insights poderosos sobre feedback, confiança e a importância de se manter na zona de aprendizagem

Isabela Corrêa

0 min de leitura
Inovação
O SXSW 2025 transformou Austin em um laboratório de mobilidade, unindo debates, testes e experiências práticas com veículos autônomos, eVTOLs e micromobilidade, mostrando que o futuro do transporte é imersivo, elétrico e cada vez mais integrado à tecnologia.

Renate Fuchs

4 min de leitura
ESG
Em um mundo de conhecimento volátil, os extreme learners surgem como protagonistas: autodidatas que transformam aprendizado contínuo em vantagem competitiva, combinando autonomia, mentalidade de crescimento e adaptação ágil às mudanças do mercado

Cris Sabbag

7 min de leitura