Gestão de Pessoas

Do dilema à grande chance

As inovações tecnológicas trazem a oportunidade de os líderes se reinventarem – basta rever alguns hábitos

Compartilhar:

As inovações tecnológicas estão por toda parte. A cada ano novas ferramentas surgem, empresas são desenvolvidas e modelos de negócios se modificam. Em meio a tantas mudanças e, até incertezas, uma coisa é certa: nenhuma companhia passa ilesa pela transformação digital.

Não à toa, um estudo realizado pelo instituto Data-Makers e pela agência CDN, com 373 líderes empresariais, incluindo CEOs e C-Levels de diversos setores, mostra que 73% consideram o tema de extrema importância para o futuro (e sobrevivência) dos negócios. O cenário abre muitas oportunidades e novas maneiras de atuar, mas também inúmeros desafios.

Isso porque não basta apenas implementar tecnologias robustas, investir em pesquisa e desenvolvimento, e apostar nos chamados Innovation Days. Falar sobre transformação digital é falar também de pessoas – e é aí que muitas empresas ainda derrapam. Apenas 5% das companhias globais conseguem equilibrar dados com fator humano, como mostra uma análise da Accenture feita em 12 países com 1140 CEOs, inclusive do Brasil.

É um dado preocupante e que exige ação. Se o olhar para as necessidades do time e para o desenvolvimento dos funcionários não fizer parte da estratégia do negócio e da agenda do CEO, não adianta nenhum movimento de tecnologia.

Qualquer mudança, e isso inclui as tecnológicas, devem ser amparadas por uma revolução cultural profunda e contínua. Para isso, é fundamental superar o dilema da sobrevivência, ou seja, pensar na inovação a qualquer custo, e deixar todo o resto de lado.

# O papel da liderança

Eu sei que fomos criados e preparados para lidar com o sentimento de autopreservação, no qual ou corremos ou enfrentamos o risco, muitas vezes repetindo as mesmas ações e comportamentos aplicados em situações anteriores, em que as ameaças eram diferentes.

Aquela noção de certeza que reina e comanda: se, de alguma forma, funcionou antes, vai funcionar novamente. Na ânsia de sobreviver, no entanto, os velhos hábitos nos levam a tomar decisões ou a ter comportamentos que nos prendem a um passado de soluções sem sentido. E o mundo atual pede novas respostas.

Para ingressar nele, a cultura de inovação deve caminhar ao lado de uma liderança mais aberta, empática e colaborativa. O líder tem de apresentar um passaporte novo, com uma nova imagem. E não é porque falamos de transformação digital que sua foto deva ser retocada.

A mudança é bem mais profunda. Os gestores devem começar a exercer, com mais desenvoltura e competência, seus lados mais visionários, de arquitetos de um novo modelo de gerar impacto, como verdadeiros parceiros de cada membro de seu time. Até porque, são as pessoas, que com criatividade, pensamento crítico e comunicação, transformam dados e planos em ações concretas.

E a tecnologia pode ser uma aliada nisso, já que é capaz de realizar as atividades mais burocráticas e operacionais para que os líderes foquem em ações mais estratégicas e que apenas nós, humanos, conseguimos: olhar genuinamente o outro e suas demandas, e colaborar. É dessa forma que alcançaremos as mudanças necessárias. São as pessoas que movem empresas e negócios, e a companhia que colocá-las no centro, estará na frente.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Calendário

Não, o ano ainda não acabou!

Em meio à letargia de fim de ano, um chamado à consciência: os últimos dias de 2024 são uma oportunidade valiosa de ressignificar trajetórias e construir propósito.

Uncategorized
Há alguns anos, o modelo de capitalismo praticado no Brasil era saudado como um novo e promissor caminho para o mundo. Com os recentes desdobramentos e a mudança de cenário para a economia mundial, amplia-se a percepção de que o modelo precisa de ajustes que maximizem seus aspectos positivos e minimizem seus riscos

Sérgio Lazzarini

Gestão de Pessoas
Os resultados só chegam a partir das interações e das produções realizadas por pessoas. A estreia da coluna de Karen Monterlei, CEO da Humanecer, chega com provocações intergeracionais e perspectivas tomadas como normais.

Karen Monterlei

Liderança, times e cultura, Cultura organizacional, Gestão de pessoas
Entenda como utilizar a metodologia DISC em quatro pontos e cuidados que você deve tomar no uso deste assessment tão popular nos dias de hoje.

Valéria Pimenta

Inovação
Os Jogos Olímpicos de 2024 acabaram, mas aprendizados do esporte podem ser aplicados à inovação organizacional. Sonhar, planejar, priorizar e ter resiliência para transformar metas em realidade, são pontos que o colunista da HSM Management, Rafael Ferrari, nos traz para alcançar resultados de alto impacto.

Rafael Ferrari

6 min de leitura
Liderança, times e cultura, ESG
Conheça as 4 skills para reforçar sua liderança, a partir das reflexões de Fabiana Ramos, CEO da Pine PR.

Fabiana Ramos

ESG, Empreendedorismo, Transformação Digital
Com a onda de mudanças de datas e festivais sendo cancelados, é hora de repensar se os festivais como conhecemos perdurarão mais tempo ou terão que se reinventar.

Daniela Klaiman

ESG, Inteligência artificial e gestão, Diversidade, Diversidade
Racismo algorítimico deve ser sempre lembrado na medida em que estamos depositando nossa confiança na inteligência artificial. Você já pensou sobre esta necessidade neste futuro próximo?

Dilma Campos

Inovação
A transformação da cultura empresarial para abraçar a inovação pode ser um desafio gigante. Por isso, usar uma estratégia diferente, como conectar a empresa a um hub de inovação, pode ser a chave para desbloquear o potencial criativo e inovador de uma organização.

Juliana Burza

ESG, Diversidade, Diversidade, Liderança, times e cultura, Liderança
Conheça os seis passos necessários para a inserção saudável de indivíduos neuroatípicos em suas empresas, a fim de torná-las também mais sustentáveis.

Marcelo Franco

Lifelong learning
Quais tendências estão sendo vistas e bem recebidas nos novos formatos de aprendizagem nas organizações?

Vanessa Pacheco Amaral